Amunam leva roda de leitura para praças

De posse de livros com histórias infantis, meninos e meninas se revezam contando histórias e dando muita gargalhada à sombra de árvores.

Maioria do STF define que multa por crime ambiental é imprescritível


 

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para fixar que as multas aplicadas contra infratores ambientais são imprescritíveis. A questão é julgada no plenário virtual da Corte e será encerrada nesta sexta-feira (28).

Até o momento, a Corte registrou sete votos favoráveis ao entendimento. Além do relator, Cristiano Zanin, também votaram no mesmo sentido os ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Flávio Dino, Dias Toffoli, Edson Fachin e Luiz Fux.

Para Zanin, a reparação de danos ao meio ambiente é um direito fundamental e deve prevalecer em relação ao princípio de segurança jurídica.

O ministro também propôs uma tese para aplicação nos casos semelhantes que estão em tramitação no Judiciário em todo o país.

 “É imprescritível a pretensão executória e inaplicável a prescrição intercorrente na execução de reparação de dano ambiental, ainda que posteriormente convertida em indenização por perdas e danos”, definiu Zanin.

O caso foi decidido em um recurso do Ministério Público Federal (MPF) para derrubar uma decisão da primeira instância que foi favorável à prescrição de multas ambientais após o prazo de cinco anos. A infração que motivou o julgamento ocorreu em Balneário Barra do Sul (SC).

A decisão contou com atuação da Advocacia-Geral da União (AGU). Para o órgão, os infratores ambientais têm o dever de arcar com os danos provocados ao meio ambiente.

"O reconhecimento da incidência da prescrição em tais casos significaria impor às gerações futuras o ônus de arcar com as consequências de danos ambientais pretéritos. Assim, temos que a imposição de prazos prescricionais em favor do interesse individual está em desacordo com a própria natureza do bem jurídico tutelado”, argumentou o órgão.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Treze ministros na mira da Câmara Federal. Entenda


 

A Câmara dos Deputados aprovou, na primeira semana de trabalho das comissões permanentes, pelo menos 28 requerimentos convidando ministros ou pedindo esclarecimentos a autoridades do Executivo. No total, 13 ministros foram convidados a participar de audiências nos próximos dias.

A maior parte dos ministros foi chamada para expor suas prioridades para este ano. Mas alguns, como o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, estão sendo convidados para esclarecer pontos específicos. O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara, deputado Delegado Paulo Bilynskyj (PL-SP), disse que o ministro se antecipou e se ofereceu para comparecer à comissão, mesmo o colegiado já tendo em pauta alguns requerimentos para convocar Lewandowski. A audiência foi marcada para o dia 29 de abril.

Por conta da iniciativa do ministro, os requerimentos foram transformados em convites, com a condição de que o ministro, no dia da audiência, permaneça à disposição da Comissão pelo tempo que for necessário. Quando um ministro é convocado pela comissão, ele é obrigado a comparecer. Diferente de quando é apenas convidado.

O deputado Sanderson (PL-RS), titular da comissão, adiantou que quer explicações do ministro a respeito da minuta de proposta de emenda à Constituição sobre segurança pública. O ministro da Justiça também foi alvo de moções de repúdio na comissão sobre uma declaração afirmando que a polícia prenderia pessoas de forma errada e o Judiciário seria obrigado a soltar.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também devem participar de audiência na Comissão de Finanças e Tributação. Eles devem falar sobre suas prioridades e sobre o projeto (PL 1087/25) que eleva o limite de isenção do Imposto de Renda da pessoa física para R$ 5 mil a partir de 2026.

Outro requerimento aprovado na Comissão de Finanças e Tributação pede a vinda do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. Já o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Márcio Macêdo, deve ir à comissão falar sobre os aspectos econômicos e financeiros relacionados à realização da COP-30 no Brasil.

Confira a lista de todos os ministros convidados para participar de audiências na Câmara dos Deputados: Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovações), André Fufuca (Esportes), Fernando Haddad (Fazenda), Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima), Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), Carlos Lupi (Previdência Social), Macaé Evaristo (Direitos Humanos e da Cidadania), Mauro Vieira (Relações Exteriores), José Múcio (Defesa), Celso Sabino (Turismo), Marcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência da República) e Ricardo Lewandowski (Justiça).

Fonte: Folha de Pernambuco.

Ovo, tomate e café puxam de novo inflação dos alimentos para cima


 

Individualmente, produtos como ovos de galinha (com reajuste de 19,44% no período da pesquisa), tomate (12,57%) e café moído (8,53%) puxaram a lista

Passou de 4,96% em fevereiro para 5,26% em março o acumulado de 12 meses da inflação - PIXABAY

A prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) desacelerou de 1,23%, em fevereiro, para 0,64% em março, mas os preços dos alimentos continuaram a pesar no orçamento das famílias. Individualmente, produtos como ovos de galinha (com reajuste de 19,44% no período da pesquisa), tomate (12,57%) e café moído (8,53%) puxaram a lista.

Divulgado IBGE, o resultado fez a inflação acumulada em 12 meses acelerar pelo segundo mês consecutivo. Passou de 4,96%, em fevereiro, para 5,26% em março, ficando ainda mais distante da meta que precisa ser atingida pelo Banco Central - com centro de 3% e margem de tolerância de até 4,5%.

Preocupação com dinâmica de preços do varejo

Durante apresentação de relatório com avaliações sobre a economia, a direção do BC voltou a expressar preocupação com a atual dinâmica dos preços no varejo.

Enquanto o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, se disse "incomodado" com a diferença entre a meta oficial e as projeções feitas pelo mercado, Diogo Guillen, diretor de Política Econômica, afirmou que a inflação deve estourar o teto da meta nos próximos meses.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou a Selic para 14,25% e indicou novo aumento na reunião marcada para maio.

A projeção majoritária no mercado é de uma alta de 0,5 ponto porcentual, mas ainda não há consenso sobre o patamar final do aperto monetário no ano, dada a incerteza sobre a inflação e fatores como o impacto das tarifas que estão sendo anunciadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump.

"Podemos dizer que o IPCA-15, como resultado mensal visto isoladamente, foi bom. Mostrou desaceleração com relação ao mês anterior e veio abaixo do esperado pelo mercado. Entretanto, as boas notícias acabam aí", avaliou Luis Otávio Leal, economista-chefe da gestora de recursos G5 Partners, destacando que o acumulado do ano já chega a 1,99%, ante 1,46% no mesmo período do ano passado.

Produtos e serviços com alta em todos os grupos

Pelos dados do IBGE, todos os nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram alta de preços em março, puxados por Alimentação (1,09%) e Transportes (0,92%) - respondendo por cerca de dois terços de todo o resultado.

A alimentação para consumo no domicílio avançou 1,25%, ante 0,63% em fevereiro. Já a alimentação fora de casa subiu 0,66%: a refeição fora de casa aumentou 0,62%, enquanto o lanche avançou 0,68%.

Em Transportes, os combustíveis subiram 1,88%. Houve aumentos nos preços do etanol (2,17%), óleo diesel (2,77%), gás veicular (0,08%) e gasolina (1,83%).

Fonte: Jornal do Commercio.

Inelegível e agora réu, Bolsonaro diz que candidato da direita para 2026 é “Jair, Messias ou Bolsonaro”


 

Agora réu por tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta quarta-feira (26) que a primeira, a segunda e a terceira opções da direita para as eleições presidenciais de 2026, caso ele não possa disputar, são “Jair, Messias ou Bolsonaro”.

“Não vai ser o Jair, é isso que você quer dizer? Vai ser o Messias. Você quer um terceiro nome? Seria o Bolsonaro. É Jair, Messias ou Bolsonaro. Se você me comprovar que eu fui justamente condenado a inelegibilidade, eu respondo para você”, afirmou. As informações são da Folha de S. Paulo.

Além de réu por tentativa de golpe, o ex-presidente está inelegível por decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A ação julgada em junho de 2023 teve como foco a reunião em julho de 2022 com embaixadores estrangeiros no Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República.

Na ocasião, a menos de três meses da eleição, Bolsonaro fez afirmações falsas e distorcidas sobre o processo eleitoral, alegando estar se baseando em dados oficiais, e buscou desacreditar ministros do TSE.

Nesta quarta, a Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) tornou o ex-mandatário réu sob a acusação de integrar o núcleo central da trama golpista de 2022. A decisão do Supremo abre caminho para julgar o mérito da denúncia contra o ex-presidente até o fim do ano.

Além de Bolsonaro, foram tornados réus Alexandre Ramagem (deputado federal e ex-chefe da Abin), Almir Garnier (ex-comandante da Marinha), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça), Augusto Heleno (ex-ministro do GSI), Mauro Cid (ex-ajudante de ordens de Bolsonaro), Paulo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Walter Braga Netto (ex-ministro da Casa Civil e da Defesa).

Eles são acusados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio público e deterioração do patrimônio tombado. Somadas, as penas máximas podem passar de 40 anos de prisão.

Após o resultado, Bolsonaro falou duas vezes com a imprensa em frente a um dos anexos do Senado. O ex-presidente acompanhou a sessão do gabinete do filho mais velho, senador Flávio Bolsonaro (PL), e passou o dia no local.

A segunda entrevista foi momentaneamente interrompida por um manifestante que tocava a Marcha Fúnebre de Frédéric Chopin no trompete.

Fonte: Blog do Magno Martins.

O que acontece após Bolsonaro virar réu no STF pela trama golpista? Entenda os próximos passos


 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) tornou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e sete aliados réus por uma suposta tentativa de golpe que teria ocorrido em 2022, após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições. Os cinco ministros do colegiado votaram para receber a denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

O que acontece agora que Bolsonaro virou réu?

Com o recebimento da denúncia, terá início a ação penal. Nesse momento, a defesa do acusado pode apresentar uma contestação e apontar nulidades. A produção de provas é iniciada e partes, peritos e testemunhas são ouvidos.

Após a Justiça aceitar as provas, defesa e acusação se manifestam mais uma vez, na alegação final. O Ministério Público apresenta seu parecer sobre o caso (documento no qual analisa os fatos, provas e legislações pertinentes), fornecendo elementos para a orientação do juiz ou ministro, que pode concordar na íntegra, em partes ou não seguir.

Somente após a análise da ação penal e a imposição pela Primeira Turma de uma condenação é que o ex-presidente poderá ser preso. Isso vai depender da pena que será aplicada pelo STF e também dos recursos aos quais a defesa de Bolsonaro lançará mão.

Bolsonaro está inelegível até quando?

Bolsonaro já está inelegível até 2030 por ter promovido ataques às urnas eletrônicas. A sanção é decorrente de condenação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2023, por abuso de poder.

Bolsonaro pode ser condenado a quantos crimes?

Na denúncia contra Bolsonaro, a PGR pede a condenação por cinco crimes: tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado, organização criminosa armada, dano qualificado pela violência e grave ameaça, e deterioração de patrimônio tombado.

Caso a acusação seja aceita pelo STF e resulte em condenação, as penas somadas chegariam a 43 anos de prisão – mas a execução da pena só ocorre quando todos os recursos se esgotarem.

Quantas pessoas foram denunciadas pela PGR?

Além de Bolsonaro, a PGR denunciou outras 34 pessoas por atos contra o Estado Democrático de Direito pelos mesmos crimes. A Procuradoria baseou-se nas investigações conduzidas pela Polícia Federal (PF), que indicam a participação do ex-presidente, além de quatro ex-ministros do governo passado, militares e assessores, em uma trama para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva após as eleições de 2022.

Bolsonaro já havia sido indiciado pela PF em novembro de 2024. De acordo com a investigação, foi identificada uma "organização criminosa que atuou de forma coordenada, em 2022, na tentativa de manutenção do então presidente da República no poder."

Segundo o inquérito, Bolsonaro ordenou que oficiais das Forças Armadas, ministros de seu governo e assessores participassem de reuniões em que planos de golpe de Estado foram discutidos. A ofensiva não se concretizou porque não teve o aval dos então comandantes do Exército e da Aeronáutica, o general Marco Antônio Freire Gomes e o brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Júnior, respectivamente. Ambos implicaram o ex-presidente na trama golpista em depoimentos à Polícia Federal.

Um dos principais elementos do inquérito foi uma reunião no Palácio da Alvorada em 7 de dezembro de 2022, na reta final do governo Bolsonaro, em que Freire Gomes, o então comandante da Marinha, Almir Garnier Santos; e o então assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, participaram. Na ocasião, Martins teria lido a minuta golpista, e Garnier se colocado à disposição do então presidente para executar o golpe. Freire Gomes e Baptista Júnior teriam se recusado a apoiar qualquer ruptura da ordem democrática.

Argumentos da Defesa

O advogado Celso Vilardi, que representa Jair Bolsonaro, afirmou ao apresentar a defesa na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) que a acusação da Procuradoria-Geral da República (PGR) está baseada apenas na delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid e que a denúncia não aponta provas da conexão com os atos de 8 de janeiro.

O defensor negou a participação do ex-mandatário em qualquer tentativa de ruptura e contestou os pontos da acusação da PGR.

— O (ex) presidente Bolsonaro é o presidente mais investigado da história do país. Não se achou absolutamente nada — disse Vilardi.

Argumentos da defesa

Acusação baseada apenas na delação de Cid, que deveria ser anulada

Não houve "grave ameaça" em pronunciamentos de Bolsonaro citados na acusação

Não há conexão com os atos de 8 de janeiro

Julgamento deveria ocorrer no plenário do STF, e não na Primeira Turma

Fonte: Folha de Pernambuco.

Juíza do CNJ defende estado de emergência para salvar mulheres da violência


Nesta quarta-feira (26), a juíza e conselheira do Conselho Nacional de Justiça do Brasil (CNJ), Renata Gil, defendeu o "estado de emergência" para salvar as mulheres da violência doméstica no país. A juíza expressou, além disso, forte preocupação com o aumento de casos de violência psicológica, criminalizada em 2021, a qual classificou como alarmante e um perigoso degrau para a violência física e o feminicídio.

"De uma forma também estarrecedora e escandalosa, o Brasil tem 21,4 milhões de mulheres que sofrem os tipos de violência que estão descritos na Lei Maria da Penha, a lei federal brasileira aprovada em 2006 para estipular punição adequada e coibir atos de violência doméstica contra as mulheres. Isso é muito relevante num país de 230 milhões de habitantes. A gente precisa de um estado de emergência para salvar essas mulheres", declarou.

A magistrada, mencionando os números mais recentes do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, assinalou que outro dado assustador no último levantamento foi que essa agressão é praticada na frente das crianças. “As testemunhas são os filhos dessas relações e 70% dos casos são praticados dentro do ambiente, da casa, do ambiente doméstico, familiar. Essa realidade dificulta a apuração dos casos, num cenário em que metade das mulheres não denuncia e por vários fatores, que estão sendo estudados atualmente", acrescentou.

Gil é uma das principais ativistas da causa no mundo e participou na 69.ª reunião da Comissão do Estatuto das Mulheres, na sede da ONU, em Nova Iorque. “A violência doméstica afeta as brasileiras de forma gritante", afirmou em entrevista ao jornal oficial da Organização das Nações Unidas.

A juíza brasileira também é a idealizadora da Campanha Sinal Vermelho contra a violência doméstica, resultado de uma parceria entre a Associação dos Magistrados Brasileiros, na ocasião em que era a presidente da entidade,  e o CNJ. A iniciativa busca salvar mulheres vítimas de violência doméstica de seus agressores através de um X feito na palma da mão, que atua como um alerta e uma denúncia. Em 2021, a campanha se tornou lei federal.  

Violência digital

A juíza participa no painel de violência contra a mulher do CNJ, instalado este mês, que tem entre as suas prioridades a organização de estudos e estatísticas sobre o tema da violência digital.

 “O Brasil ainda não possui um código fechado sobre violência digital e essa prática ainda não foi criminalizada, existindo 17 projetos de lei em análise no Congresso Nacional, e que o Supremo Tribunal Federal (STF) emitiu recentemente uma decisão que categoriza as violências digitais. A gente sabe que agressores se escondem dentro dessas plataformas, então a nossa ação não é de atacar as plataformas, é de trazer as plataformas como aliadas para que a gente identifique esses agressores e responsabilize esses agressores. Se esse trabalho não for feito voluntariamente, o que a gente espera que aconteça, ele, de qualquer forma, vai ter que ser feito coercitivamente, através de legislação, de determinação do Supremo Tribunal Federal,” apontou.

Fonte: Diário de Pernambuco.

SUS vai substituir papanicolau por exame mais sensível ainda este ano


 

A partir deste ano, o teste citopatológico para a detecção do HPV, popularmente conhecido como papanicolau, deve ser gradualmente substituído, no Sistema Único de Saúde, pelo exame molecular de DNA-HPV. Com isso, o tempo de intervalo entre as coletas, quando não houver diagnóstico do vírus, passará a ser de cinco anos. Já a faixa-etária para o exame de rastreio, quando não houver sintomas ou suspeita de infecção, permanece a mesma: de 25 a 49 anos.

A mudança faz parte das novas diretrizes para o diagnóstico do câncer do colo do útero, apresentadas nesta quarta-feira (26) pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca). O conjunto de orientações já foi aprovado pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde e pela Comissão de Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas (Conitec). Resta apenas a avaliação final da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Ministério da Saúde para entrar em vigor.

O papilomavírus humano, ou HPV, é o causador de mais de 99% dos casos de câncer decolo do útero, que é o terceiro mais incidente entre as mulheres brasileiras, com cerca de 17 mil novos casos por ano. Com altas coberturas de vacinação e de exames de rastreio organizado, especialistas acreditam que a doença pode ser erradicada em cerca de 20 anos.

O teste molecular é recomendado como exame primário para detectar o HPV pela Organização Mundial da Saúde desde 2021, porque é mais eficaz para a redução de casos e óbitos, em decorrência da sua maior sensibilidade. Ele também permite identificar o subtipo do vírus, caso o resultado seja positivo, o que oferece uma grande vantagem, já que apenas algumas variantes têm risco de provocar lesões que podem evoluir para câncer.

O pesquisador da Divisão de Detecção Precoce do Inca Itamar Bento explica que essas vantagens permitem um espaçamento maior entre as coletas. 

"O teste DNA-HPV tem um valor preditivo negativo muito forte, ou seja, se a pessoa tiver resultado negativo, a gente pode de fato confiar nesse resultado. E, conhecendo a história natural da doença, a evolução das lesões, é uma margem segura aguardar cinco anos para fazer um novo teste."

Além disso, a implementação do novo teste deverá ser combinada com a realização de rastreio organizado, quando o sistema de saúde busca ativamente as pessoas, em vez de esperar que elas procurem as unidades de saúde. "É necessário que a população alvo seja identificada e convocada ativamente e individualmente. E é preciso garantir que ela terá acesso à confirmação diagnóstica e ao tratamento das lesões havendo essa necessidade", complementa o pesquisador do Inca.

De acordo com dados do Sistema de Informação do Câncer, entre 2021 e 2023, apenas três estados tiveram cobertura de realização de papanicolau próxima de 50% do público-alvo. Todos os outros tiveram uma porcentagem abaixo desse patamar, e alguns não têm dados completos para análise. Além disso, há estados, como Acre, Maranhão e Mato Grosso, onde a maior parte dos resultados foi entregue após 30 dias, o que dificulta a realização de exames confirmatórios para que a paciente inicie o tratamento em até 60 dias, como determina a legislação.

Por isso, o rastreamento organizado também prevê uma linha de conduta organizada, como explica Itamar Bento: "A pessoa faz um teste de DNA-HPV, e, se não foi detectado, ela só vai repetir o exame após 5 anos. Se foi detectado um tipo oncogênico, como o 16 e o 18, que são responsáveis por 70% das lesões precursoras de câncer, ela vai ser encaminhada diretamente à colposcopia. Se a colposcopia identificar uma doença cervical, vai seguir para condutas específicas."

As novas diretrizes também trazem outras duas inovações: a autocoleta do material para teste em populações de difícil acesso ou resistentes ao exame feito por profissional de saúde; e orientações para o atendimento de pessoas trangênero, não binárias e intersexuais.

Fonte: Diário de Pernambuco.

STF retoma julgamento de denúncia que pode tornar Bolsonaro réu


 

Os ministros da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) retomam, nesta quarta-feira (26), o julgamento da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) que pode tornar réus o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e mais sete pessoas no processo que apura uma tentativa de golpe durante e depois das eleições de 2022.

Compõem o colegiado os ministros Cristiano Zanin (presidente), Alexandre de Moraes (relator), Carmen Lúcia, Flávio Dino e Luiz Fux.

Segundo Zanin, o julgamento será retomado na quarta com a votação sobre o recebimento ou a rejeição da denúncia apresentada pela PGR.

Caso os ministros aceitem a denúncia, os investigados se tornarão réus e passarão a responder ao processo na Suprema Corte, onde poderão ser considerados culpados ou inocentes.

Segundo apuração da analista de política da CNN Basília Rodrigues, Bolsonaro deve comparecer novamente ao STF para acompanhar a sessão.

Análise em plenário

Na última terça-feira (25), os ministros — Zanin, Moraes, Cármen Lúcia e Dino — rejeitaram a preliminar que solicitava a análise do caso no plenário da Corte, com a participação dos 11 magistrados.

O único ministro que votou por acolher a preliminar foi Fux, que afirmou a “matéria não é tão pacífica assim”.

O pedido veio de parte da defesa dos acusados, como de Bolsonaro.

Juiz de garantias

Também foi rejeitado por unanimidade o argumento da defesa do ex-presidente de que, para garantir um julgamento justo para ele, é preciso que seja instituído uma espécie de “juiz de garantias” para conduzir o caso.

O juiz de garantias é uma figura criada em 2019, durante o governo do próprio Bolsonaro, a qual prevê que o juiz responsável pelo caso na fase de investigação não seja o mesmo responsável pela sentença.

A ideia é que essa separação promoveria mais imparcialidade ao julgamento — uma vez que, sem a figura do juiz de garantias, o mesmo juiz que pode ter ordenado prisões preventivas durante as investigações seria responsável pela condenação ou não dos mesmos indivíduos.

“O juízo de garantias, ainda que recente, é mais um desses instrumentos que, no presente caso, tornará efetiva a separação entre a atividade de investigação e a atividade de julgar”, justificou a defesa.

Acesso às provas

Também foi rejeitado por unanimidade a alegação de que as defesas dos envolvidos no suposto plano de golpe de Estado não têm acesso às provas.

As defesas alegaram que não tiveram acesso aos documentos do processo e que teriam sido alvo de pesca probatória (investigação generalizada) e “document dumping” (quando há um volume grande e desordenado de documentos nos autos).

Delação Mauro Cid

A Primeira Turma também rejeitou o pedido inicial de cancelamento da delação premiada de Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro.

O ministro relator, Alexandre de Moraes, afirmou que a delação foi voluntária e que em nenhum momento houve pressão ou interferência da Corte para que ela ocorresse.

O que o julgamento decidirá?

O julgamento decidirá se o Supremo tornará os denunciados réus, com a abertura de uma ação penal para o início de um julgamento criminal.

Sendo assim, não há objetivo agora em definir se Bolsonaro é culpado, mas se um processo criminal será aberto contra ele.

Além do ex-presidente, veja quem compõem a lista de acusados do “núcleo 1”, cuja denúncia está sendo analisada:

Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor-geral da Abin;

Almir Garnier, ex-comandante da Marinha do Brasil;

Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;

Augusto Heleno, general e ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);

Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro;

Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;

e Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, além de ter sido candidato a vice de Bolsonaro em 2022.

Bolsonaristas ainda acreditam em votação da anistia. Confira


 

Enquanto o primeiro dia do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) transcorria, ontem, pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, na Câmara dos Deputados os bolsonaristas faziam manobras para colocar na ordem do dia o projeto da anistia aos acusados pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023.

O líder do PL na Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (RJ), chegou a afirmar que o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), que se encontra em viagem ao Japão na comitiva do presidente Lula se reunirá na terça-feira da próxima semana com líderes de nove partidos que estariam apoiando a iniciativa.

Sóstenes afirmou que o objetivo é incluir a urgência da proposta na pauta da semana seguinte. Caso isso não ocorra, a legenda passará a realizar obstrução em plenário. Entre outras ações amparadas no regimento, a obstrução ocorre quando um partido ou grupo de partidos se nega a registrar presença de seus deputados, deixando o quórum da sessão abaixo do necessário e inviabilizando a sessão em plenário.

O PL é a maior bancada da Casa, com 92 deputados. “Sairemos da reunião de terça-feira com a decisão de colocar na pauta da reunião de líderes de quinta, com análise de urgência e mérito na semana seguinte — afirmou Sóstenes. O líder do PL afirma que estão de acordo com a anistia as legendas União Brasil, PP, Republicanos, PSD, Podemos, Novo, PSDB e Solidariedade.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Ilha de Deus e o Movimento Caranguejo Uçá: defesa do território e da cultura pesqueira


 

Conhecida como a “Veneza Brasileira”, a cidade do Recife foi erguida sobre rios e manguezais, com uma forte presença de comunidades pesqueiras. Com o passar dos anos, a atenção ao meio ambiente e a esses povos foi deixada de lado, e os moradores dessas áreas sofreram as consequências, entre eles os habitantes da Ilha de Deus, na zona sul da capital. Para dar voz a essa população, foi criada, no ano 2000, a Ação Comunitária Caranguejo Uçá.

Em seu site oficial, o projeto descreve que surgiu “a partir da indignação dos filhos e filhas das pescadoras que estavam no enfrentamento desde a ocupação do território” e que tem como base uma “comunicação que emana do povo, compreende a arte e sua diversidade como caminho para essa expressão”.

O coletivo tem como foco a conservação do manguezal e valoriza a relação com os territórios pesqueiros. “Por meio da educação e comunicação popular, constrói, junto aos povos tradicionais, ações para incidência política, na perspectiva do direito à cidade, por justiça socioambiental e no combate ao racismo”.

O cofundador do coletivo, Edson Fly, mora na Ilha de Deus há 40 anos e está envolvido nas lutas sociais desde a infância. Ele destaca que “Caranguejo Uçá nasceu assim, no final dos anos 1990, mas, em 2000, foi chamado de Caranguejo Uçá. Primeiro nasce a ação, para depois nascer a consciência de que somos Caranguejo Uçá. Esse não é só um nome fictício, é também um sentimento de pertencimento a um universo, ao bioma manguezal. A luta nasce também para preservar as memórias e as batalhas dessas mulheres e desses homens do passado”.

O projeto tem diversos braços, entre eles os movimentos de mulheres pretas, da comunidade tradicional pesqueira quilombola e da diversidade. Cerca de dez pessoas participam do núcleo, que produz notícias denunciando crimes ecológicos e dá voz à comunidade.

Além disso, destacam-se como frentes de atuação do coletivo o Cine Mocambo, Ciranda de Mulheres, Brechó Cultural, Biblioteca Viva, Jornal da Maré, Trilha – Teatro de Rua da Ilha e a Teça no Mangue.

Este último consiste em uma atividade pedagógica que reúne estudantes universitários, alunos do ensino médio e fundamental, coletivos de resistência, estrangeiros e a população em geral para debater pautas como a potência dos territórios pesqueiros, identidade, cuidado com o ecossistema e racismo ambiental.

Outro exemplo de ação promovida pelo grupo é a Ciranda de Mulheres, que consiste em rodas de troca de saberes e autocuidado com pescadoras artesanais da Ilha de Deus, Bode, Brasília Teimosa, Ilha de Mercês e outros territórios.

 “Você chega no Caranguejo Uçá e, em todos os espaços, há quadros, um anfiteatro, porque temos um grupo de teatro, tem a Ciranda de Mulheres, que é conduzida apenas por mulheres, como Teresinha e Aurilene, que lideram esse projeto essencial para mulheres pretas em territórios periféricos e que, ao mesmo tempo, são pescadoras de um território tradicional pesqueiro. Ou seja, a Ilha de Deus, assim como outras comunidades pesqueiras tradicionais, possui uma nomenclatura de luta importante, mas vai além disso. A Ilha não é apenas uma Zona Especial de Interesse Social (ZEIS)”, pontua Edson Fly.

O grupo defende que a educação e a comunicação popular são fundamentais para construir, em parceria com os povos tradicionais, ações de incidência política voltadas para o direito à cidade, a justiça socioambiental e o enfrentamento do racismo.

 “A Caranguejo Uçá tem essa missão, com núcleos de comunicação, teatro, música, literatura e formação política de jovens, mulheres e homens. Agora, estamos gravando uma série com 10 capítulos chamada Armarés, junto com a Comunidade do Bode e os coletivos Jacaré e Mangue”, afirma Edson Fly.

A Ilha de Deus é uma comunidade tradicional pesqueira do Recife, localizada entre os bairros Imbiribeira e Pina. Ela está inserida em um estuário – região onde ocorre o encontro do rio com o mar – e abriga um dos maiores manguezais em área urbana do mundo. É lá que se encontram os rios Pina, Jordão e Tejipió.

A ocupação da Ilha de Deus começou com a construção de palafitas, e os primeiros moradores precisavam se deslocar de barco ou a nado. O local não era contemplado com saneamento básico e carecia de infraestrutura que favorecesse o desenvolvimento da comunidade.

A partir de 2007, a Ilha de Deus começou a ser estruturada para integrar harmoniosamente as famílias e a vegetação nativa, dando início ao processo de urbanização da comunidade. Essa transformação foi fruto da organização e do fortalecimento do senso de pertencimento entre os moradores. Hoje, aproximadamente 2 mil pessoas vivem na Ilha de Deus.

A comunidade manteve sua identidade tradicional pesqueira graças à resistência de mulheres que lutaram por direitos e políticas públicas. A Ação Comunitária Caranguejo Uçá ainda enfrenta desafios para se manter ativa e realiza a campanha “De 1 em 1 real a um milhão, parindo a revolução”.

As doações podem ser feitas via Pix caranguejouca@gmail.com ou por transferência para o Banco do Brasil (001), Agência: 1838-4, Conta Corrente: 65883-9.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Julgamento de Bolsonaro: STF decide se aceita denúncia contra ex-presidente e outros sete


O Supremo Tribunal Federal (STF) avalia, nesta terça-feria (25), se julga o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) rejeitar os argumentos de sua defesa. Em meados de fevereiro, a PGR acusou o ex-presidente de planejar um complô, que acabou fracassando, para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem ele perdeu a eleição de 2022.

A data marcada pelo STF não é para definir sobre a inocência ou culpa de Bolsonaro, mas para estabelecer se existem ou não elementos suficientes para abrir um processo penal perante a corte máxima do País.

A expectativa é a de que, pela manhã desta terça, sejam ouvidas as defesas de todos os denunciados. Na parte da tarde, o relator do caso, Alexandre de Moraes, deverá fazer a leitura de seu relatório e dar voto a favor ou contra o mérito da questão, dizendo se aceita ou não a denúncia.

Bolsonaro ironizou, em seu perfil na rede social X, que "parece que o devido processo legal, por aqui, funciona na velocidade da luz", ao queixar-se que o caso "está indo a julgamento em apenas 1 ano e 1 mês".

INDICIAMENTO

O ex-presidente foi indiciado, por "golpe de Estado", "tentativa de abolição violenta do Estado democrático de direito" e "organização criminosa armada", entre outros crimes. Na denúncia, são relacionados Jair Bolsonaro, ex-presidente; Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);

Almir Garnier Santos; ex-comandante da Marinha do Brasil; Anderson Torres; ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal; General Augusto Heleno; ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência; Mauro Cid; ex-chefe da Ajudância de Ordens da Presidência;

Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa; e Walter Souza Braga Netto, ex-ministro da Casa Civil.

Eles são acusados de golpe de Estado; abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
organização criminosa armada; dano qualificado; e deterioração de patrimônio tombado. A expectativa é de que Bolsonaro acompanhe o julgamento direto de Brasília, embora o local exato não tenha sido informado. 

DEFESA DE BOLSONARO

Sua defesa apresentou os argumentos no último dia do prazo dado pelo ministro do STF encarregado do caso, Alexandre de Moraes. A PGR rejeitou esses argumentos, incluindo a suposta incompetência do STF para julgar o ex-presidente e a falta de acesso total às evidências coletadas durante a investigação.

Em um documento de 24 páginas enviado à AFP, rejeitou cada uma das objeções e as declarou "superadas". Um dos advogados de Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, expressou no X "indignação" pela decisão da PGR e assegurou que se trata de um "processo penal contaminado".

ATÉ 40 ANOS DE PRISÃO

Bolsonaro pode pegar até 40 anos de prisão pelos crimes dos quais é acusado. O ex-presidente, de 69 anos, se declarou inocente e disse que está sendo "perseguido". O ex-presidente insistiu que está sendo alvo de "um julgamento político". "Com que finalidade? É me tirar do cenário político para o próximo ano", afirmou aos jornalistas.

Inelegível até 2030 por desinformar sobre o sistema de votação, Bolsonaro busca que o Congresso reverta esse veto para ser novamente candidato à presidência em 2026.

Fonte: Jornal do Commercio.

PE registrou quase 4 mil celulares roubados nos dois primeiros meses do ano; saiba o que pode ajudar a recuperar o telefone


 

Quase 4 mil telefones celulares foram furtados ou roubados nos dois primeiros meses de 2025 em Pernambuco. Durante todo o ano de 2024, foram 26.367 telefones roubados no estado. Os dados da Secretaria de Defesa Social (SDS) revelam também que do total de celulares roubados este ano, 1.002 foram recuperados pela polícia e podem ser devolvidos aos verdadeiros donos, desde que seja possível identificá-los.

Essa é a proposta do aplicativo "Alerta Celular", da SDS, criado desde 2017 e que até agora já teve 930 mil celulares cadastrados no sistema – uma média de 319 aparelhos por dia. Apenas em janeiro e fevereiro foram 22 mil telefones inseridos na plataforma.

O aplicativo está disponível na internet e funciona como um cadastro detalhado sobre os telefones, que ajuda a polícia a entrar em contato com os proprietários se forem encontrados.

O cadastro do telefone no aplicativo pode ser feito da seguinte forma:

  • Acessar o "Alerta Celular" pelo telefone ou computador;
  • Fazer o cadastro informando os dados pessoais;
  • O sistema vai enviar uma senha para o seu e-mail;
  • É preciso confirmar a senha;
  • Em seguida, é a hora de cadastrar o telefone, ou os telefones, que você tiver (pode cadastrar aparelhos celulares de familiares também);
  • É importante colocar o máximo de informações sobre os aparelhos: marca, modelo e número de série (IMEI) são muito importantes para confirmar que você é o verdadeiro dono do telefone;
  • No caso de roubo ou furto, é só entrar de novo na plataforma e ativar o "Alerta Celular".

Phillip César, gerente-geral de análise criminal e estatística da SDS, explica que quando o telefone é encontrado, a polícia entra em contato com a pessoa que foi roubada para devolver o objeto.

Desde que o aplicativo foi criado, já foram devolvidos 78.818 telefones aos donos.

“A partir do momento que o alerta é criado, toda guarnição da Polícia Militar e da Polícia Civil, numa abordagem policial, pode identificar se o aparelho daquele suspeito está na base de dados do Alerta Celular. Se estiver como ‘alertado’, o suspeito é conduzido a uma delegacia e o aparelho é apreendido. Com as informações que foram cadastradas, a polícia pode entrar em contato com o verdadeiro dono para fazer a devolução”, explicou Phillip César.

O analista criminal detalhou que o aplicativo não faz o rastreamento do aparelho.

As recuperações que aconteceram foram durante abordagens das polícias, já que o "Alerta Celular" funciona como um cadastro dos proprietários de telefones.

Fonte: G1 Pernambuco.

Consignado CLT: Demanda é gigante, mas bancos só liberam 0,2% dos pedidos


 

O interesse dos trabalhadores no novo crédito é gigantesco. Apesar disso, o volume de operações aprovadas é ínfimo. Bancos e fintechs têm mantido cautela, e não têm oferecido crédito diante de divergências em dados apresentados na plataforma criada pelo governo.

Dados do Ministério do Trabalho (MTE) mostram que apenas 0,2% das solicitações feitas viraram operações de crédito. O dado relativo à noite de domingo comprova dois fatos: 1) o gigantesco interesse dos trabalhadores por crédito e 2) a baixíssima adesão dos bancos e fintechs na oferta de crédito.

Às 18h do domingo, o sistema Dataprev indicava 40,2 milhões de simulações de empréstimo via Carteira Digital de Trabalho. De posse dos dados das simulações, os trabalhadores solicitaram 4,5 milhões de propostas de crédito novo.

De todo esse volume de pedidos de crédito, foram concluídos apenas 11.032 contratos de empréstimo. O número equivale a apenas 0,2% de todas as solicitações.

“Impera o receio com a operacionalização desse crédito”, resume um executivo do sistema financeiro, que passou o fim de semana acompanhando os dados na plataforma Dataprev.

Um dos problemas que mais chama atenção dos bancos é o cálculo da margem consignável. A regra prevê que os trabalhadores poderão comprometer até 35% do salário.

A plataforma Dataprev informa esse limite conforme o salário bruto dos interessados, mas o mercado de crédito tem como praxe usar o salário líquido na conta. A diferença, explicam executivos do setor, pode aumentar bastante o risco da operação.

Essa diferença em grandes volumes, argumentam, poderia exigir um aporte em provisões não previsto e até afetar o índice de Basileia das instituições financeiras. “Na dúvida, ninguém tá emprestando”, resume um executivo.

Grandes bancos privados tradicionais e instituições financeiras digitais de grande porte têm preferido “ficar de fora” até que haja maior confiança no funcionamento da operação, dizem executivos do setor.

Fonte: CNN Brasil.

Falta de saneamento em Pernambuco sobrecarrega o SUS e expõe população a doenças evitáveis, diz estudo


Os problemas em relação ao abastecimento de água e saneamento básico em Pernambuco continua a ser um grave problema de saúde pública, impactando diretamente a população mais vulnerável e sobrecarregando o Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo um estudo do Instituto Trata Brasil, em parceria com a EX Ante Consultoria, em 2024, o estado registrou pouco mais de 8 mil casos de internações resultantes das Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado (DRSAI).

Em todo o país, o número de internações chegou a 344,4 mil. No conjunto dessas doenças, segundo a pesquisa, se destacam aquelas causadas por transmissão feco-oral, como diarreia, hepatite A e febre tifoide. Os dados mostram, ainda, que o Nordeste é uma das regiões mais afetadas do país, com 77% das internações por DRSAI derivadas desse problema. 

Os outros grupos de Doenças Relacionadas ao Saneamento Ambiental Inadequado são as transmitidas por inseto vetor, como a dengue, febre amarela, malária; aquelas transmitidas através do contato com a água, como esquistossomose e leptospirose; doenças relacionadas com a falta de higiene, como conjuntivite e dermatofitoses; e, por fim, geohelmintos e teníases como ascaridíase, e cisticercose.

No estado, a taxa de incidência de internações por doenças de transmissão feco-oral, que ficou em mais de 6 mil no ano passado, é alarmante, especialmente entre crianças de 0 a 4 anos e idosos, que representam 43,5% das hospitalizações. Em média, o custo de uma internação por DRSAI em Pernambuco, em 2024, foi de R$ 861,25.

Os óbitos por essas doenças também são motivo de preocupação. Em 2023, ano de referência mais atual do estudo nesse quesito, o país registrou 11.544 mortes relacionadas ao saneamento inadequado. No Nordeste, foram 3.305 óbitos e, na região, a Bahia ficou em primeiro lugar, com 1.135 mortes; Pernambuco em segundo, com 582, e Ceará em terceiro, com 391 óbitos.

Os dados também revelam que as populações mais atingidas pelas DRSAI são as de menor posição socioeconômica, mulheres, crianças, idosos e grupos étnico-raciais vulneráveis. Em Pernambuco, a falta de saneamento impacta diretamente comunidades quilombolas e indígenas, além das populações de bairros periféricos, onde a infraestrutura básica é precária ou inexistente.

Na comunidade Caranguejo Tabaiares, na Ilha do Retiro, Zona Oeste do Recife, parte da população mora à beira de um canal, expostos a doenças, lixo e falta de saneamento, por exemplo. “O maior desafio é a falta de acesso ao saneamento básico. Aqui, as pessoas têm ligação direta com o canal que deságua no Rio Capibaribe. A gente tem uma encanação que passa pelas ruas. Já tivemos muito esgotos a céu aberto”, relata Sarah Marques, de 44 anos, moradora e líder comunitária da comunidade.

As mulheres, além de serem as mais atingidas diretamente pelas doenças, também carregam o peso de cuidar dos familiares doentes, o que impacta suas oportunidades de emprego e geração de renda. Crianças pequenas, devido ao sistema imunológico mais frágil, são especialmente vulneráveis, registrando altas taxas de internação e mortalidade.

O estudo estima que a universalização do saneamento poderia reduzir em 86.760 o número de internações anuais por DRSAI no Brasil. Apenas essa redução geraria uma economia de aproximadamente R$ 49,9 milhões por ano para o SUS.

Embora o Marco Legal do Saneamento, aprovado em 2020, tenha estabelecido metas ambiciosas para a universalização do saneamento até 2033, o ritmo dos avanços ainda é lento.  É fundamental que o governo estadual e os municípios busquem financiamentos e implementem políticas públicas efetivas para garantir que o saneamento seja tratado como prioridade.

O governo de Pernambuco está buscando reduzir a escassez hídrica, melhorar o acesso à água potável e ampliar a cobertura de saneamento básico em Pernambuco, para isso a governadora Raquel Lyra lançou o programa Águas de Pernambuco, que prevê R$ 6,1 bilhões em investimentos nos próximos anos. Do total, R$ 3,9 bilhões serão destinados ao abastecimento de água e R$ 2,2 bilhões à ampliação do sistema de esgotamento sanitário. Entre as principais ações do programa estão a conclusão do Sistema Integrado do Agreste, construção de novas barragens, modernização de unidades operacionais, substituição de equipamentos e adoção de novas tecnologias. A Compesa será responsável pela execução de obras estruturantes no valor de aproximadamente R$ 4 bilhões.

O saneamento básico é um direito fundamental e um fator essencial para a saúde pública. Pernambuco, assim como outras regiões do Nordeste, precisa continuar os investimentos para garantir condições dignas para sua população. Além dos impactos na saúde, a falta de saneamento perpetua a desigualdade social e afeta diretamente a economia do estado como prioridade.

O que diz a Compesa

Por meio de nota enviada ao Diario de Pernambuco, a Compesa afirmou que “reconhece que a ampliação da infraestrutura de esgotamento sanitário é essencial para minimizar os impactos na saúde pública”. No entanto, a companhia informou que tais serviços necessitam de elevados investimentos e que a urbanização irregular dificulta a instalação de redes de esgoto.

A Compesa pontuou que a meta de cobertura estipulada pelo Novo Marco Legal do Saneamento é de 90%, até 2033, e esse percentual atualmente corresponde a 30% no estado. “Para fazer frente aos desafios do Novo Marco, a Companhia precisará mobilizar R$ 18,3 bilhões somente para esgoto”.

A Compesa disse que já investiu em torno de R$ 3 bilhões, desde 2013, através do Programa Cidade Saneada no Grande Recife e que 1,4 milhão de pessoas foram alcançadas. Até o final da Parceria Público-Privada, em 2048, serão investidos cerca de R$ 8 bilhões em esgotamento sanitário.

A Compesa informou que já foram realizados investimentos em obras de ampliação e implantação de novos sistemas de esgotamento sanitário no Cabo de Santo Agostinho, Jaboatão dos Guararapes, Olinda, Paulista, Recife, Moreno, Ipojuca, São Lourenço da Mata e Goiana. 

 “Atualmente, destaca-se as obras em andamento no município de Jaboatão dos Guararapes para benefício dos bairros de Cajueiro Seco e Prazeres, além dos bairros já beneficiados na primeira etapa do projeto: Barra de Jangada, Candeias e Piedade, que juntas vão levar a mais de 200 mil pessoas acesso a rede de esgoto, além das obras nos municípios de Araçoiaba e Cabo de Santo Agostinho”, diz a nota.

Além disso, a companhia frisa que foi colocada em funcionalidade a Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Cabanga e que a ETE São Lourenço da Mata foi ampliada. O primeiro empreendimento custou R$ 110 milhões e outros R$ 10 milhões estão planejados para aumentar a capacidade operacional da unidade.

A Compesa também informou que concluiu as obras da Estação de Tratamento de Esgoto – ETE Minerva, localizada no bairro de Dois Unidos. Com recursos do Orçamento Geral da União, foram investidos R$ 19,5 milhões na obra, que beneficia 143 mil habitantes de oito bairros da zona norte do Recife e mais um em Olinda.

Fonte: Diário de Pernambuco.

No Brasil, 2,8 milhões de crianças não têm acesso adequado à água


 

No Dia Mundial da Água, comemorado hoje (22), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) alerta que 2,8 milhões de crianças vivem sem acesso adequado à água no Brasil, em especial nas áreas rurais. Os dados são do estudo Pobreza Multidimensional na Infância e Adolescência no Brasil, publicado em janeiro e dizem respeito ao período de 2019 a 2023.

O levantamento foi feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PnadC) Anual. Apesar de o número de crianças e adolescentes sem acesso à água ter diminuído 31,5% no período, cerca de 1,5 milhão no país ainda vivem em situação mais extrema, morando em residências sem água canalizada.

De acordo com o Unicef 1,2 milhão conseguem acessar água canalizada apenas no terreno ou na área externa da residência.

Nas áreas urbanas, cerca de 2,4% das crianças e adolescente brasileiros sofrem sem acesso adequado à água. Já nas áreas rurais esse número cresce para 21,2%.

De acordo com o estudo, o Acre é o estado em situação extrema, onde 12,7% das crianças e adolescentes vivem em locais sem acesso à água canalizada. Em seguida, vem a Paraíba, onde 12,2% vivem na mesma situação; o Amazonas, que possui 11,3% das crianças e adolescentes sem acesso à água canalizada. O Pará, com 9,8% e Alagoas com 9,1% completa a lista dos cinco estados em situação mais crítica.

O Unicef aponta ainda que 19,6 milhões de crianças e adolescentes brasileiros vivem privadas de níveis adequado de acesso ao saneamento básico, o que representa 38% do total desse público no país.

Nas áreas urbanas o percentual de crianças e adolescentes sem acesso ao saneamento básico ficou em 28%, enquanto que nas áreas rurais subiu para 92%.

O Acre novamente foi apontado como o estado com situação mais preocupante. Lá 31,5 % vivem em moradias sem acesso ao saneamento básico. Depois vem o Amazonas, onde 23,5% das crianças e adolescentes estão na mesma situação. O Maranhão aparece na terceira posição, com 19,8%; o Para, com 16,9% vem em quarto e o Piauí, com 13,7 % completa o quinto lugar dos estados com situação extrema de falta de acesso ao saneamento básico.

 “As análises regionais revelam desigualdades persistentes, com estados das regiões Norte e Nordeste apresentando as maiores taxas de privação. Em alguns desses estados, mais de 80% das crianças ainda vivem em condições de privação de direitos básicos, o que destaca a necessidade de políticas específicas que abordem as peculiaridades e os desafios dessas áreas”, diz o estudo.

O Unicef disse ainda que, diante desse cenário, realizou ações que beneficiaram, em 2024, mais de 250 mil pessoas em oito estados brasileiros, incluindo cerca de 75 mil crianças e adolescentes.

As iniciativas foram voltadas para escolas, unidades de saúde, comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas nos estados do Pará, Amazonas, Amapá, Bahia, Pernambuco, Maranhão, Roraima e Rio Grande do Sul.

“Nosso trabalho é voltado para fortalecer as políticas públicas de acesso à água e ao saneamento, para que cada criança e adolescente no Brasil tenha esse direito garantido”, disse Rodrigo Resende, Oficial de Água, Saneamento e Higiene do Unicef no Brasil.

Segundo Resende, sem água potável e saneamento seguro, a saúde, a alimentação, a educação e outros direitos das crianças ficam comprometidos.

"Por isso, o Unicef atua com foco nas comunidades mais vulnerabilidades e pôde alcançar tantas pessoas em 2024, em diferentes partes do país, com nossas estratégias". 

Fonte: Diário de Pernambuco.

Brasil tem cada vez menos áreas cobertas por água, alerta MapBiomas


 

A área do Brasil coberta por água sofre uma nova redução em 2025. Em 12 meses, 4 mil quilômetros quadrados de área alagada evaporaram. É como se um lago equivalente a três vezes a cidade do Rio de Janeiro tivesse sumido.

Em todo território nacional, 179 mil quilômetros quadrados (km2) ainda estão cobertos por água, mas a área é 2% menor que a registrada em 2023. O levantamento, divulgado nessa sexta-feira (21/3), é do MapBiomas, rede formada por universidades, ONGs e empresas que mapeia as mudanças em solo brasileiro e atualiza os dados anualmente.

“São más notícias. Desde os anos 2000 temos registrado, quase que regularmente, valores baixos. Em 2024, ficamos 4% abaixo da média histórica”, disse à DW Juliano Schirmbeck, coordenador técnico do MapBiomas Água.

A tendência de queda é observada desde 2009. Segundo o MapBiomas, que mantém uma série histórica desde 1985, oito dos 10 anos mais secos foram registrados nesta última década. Só em 2022 a superfície inundada aumentou.

A situação é mais grave por uma observação específica: os ambientes naturais são os que mais secaram. Rios e lagos tiveram uma perda de 15% no ano passado em comparação com 1985. No Brasil, eles formam a maior parte da superfície coberta por água (77%). O restante está em reservatórios construídos.

Fonte: Jornal Metrópole.

Orçamento de 2025 destrava abertura de 85 mil vagas em concursos


 

Com a aprovação do Orçamento da União para 2025, as expectativas para os concursos públicos federais neste ano são promissoras. A Lei Orçamentária Anual (LOA) prevê um superavit fiscal e amplia a previsão de vagas para o funcionalismo para 85 mil, um aumento de 35 mil vagas em comparação a previsão orçamentária do ano passado, que era de 50 mil.

O detalhamento da proposta revela que 57.972 vagas são para provimento — ou seja, preenchimento de cargos já existentes — e outras 27.196 são destinados à criação de cargos, que serão distribuídos entre os Três Poderes e órgãos autônomos.

A maior parte dessas oportunidades será alocada no Poder Executivo, com 79.591 vagas, sendo 53.717 para provimento e 25.874 para criação. O Poder Judiciário contará com 4.753 vagas, das quais 3.564 são para provimento e 1.189 para criação.

O Poder Legislativo terá 416 vagas, todas para provimento. A Defensoria Pública da União terá 134 vagas, com 43 para provimento e 91 para criação, enquanto o Ministério Público da União contará com 274 vagas, sendo 232 para provimento e 42 para criação.

Para Jacqueline Galuban, professora do Gran Cursos e chefe do setor de recrutamento e seleção da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), a aprovação do Orçamento consolida um momento estratégico para quem deseja ingressar no serviço público. "Há previsão concreta de vagas, reforço orçamentário e sinalização política favorável à realização de concursos", afirma.

Expectativa de vagas para concursos federais em 2025

Poder Executivo: 79.591 vagas; (53.717 para provimento e 25.874 para criação)

Poder Judiciário: 4.753 vagas; (3.564 para provimento e 1.189 para criação)

Poder Legislativo: 416 vagas; (todas para provimento)

Defensoria Pública da União: 134 vagas; (43 para provimento e 91 para criação)

Ministério Público da União: 274 vagas; (232 para provimento e 42 para criação)

Além disso, a liberação do Orçamento deve permitir o início da organização de uma nova edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). A expectativa é de uma oferta entre 3 mil e 3,5 mil vagas, voltadas especialmente a carreiras de nível superior. O modelo, que ficou conhecido como Enem dos Concursos, visa racionalizar e dar mais agilidade aos concursos federais.

A ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, já havia sinalizado que gostaria de repetir a edição do CPNU neste ano, em agosto. "Agosto é o mês de menor incidência de chuvas no Brasil. A ideia é fazer a prova no início do segundo semestre, essa é a nossa lógica de calendário", disse em entrevista ao programa Bom dia, Ministra, no início de fevereiro.

Apesar da intenção, para realizar as provas em agosto, o edital teria que ser divulgado ainda no mês de março, prazo que não deve ser cumprido devido ao atraso na aprovação do Orçamento. Procurado pelo Correio, o MGI não deu uma nova posição sobre as expectativas para o lançamento do edital.

Para quem está estudando para, ou pretende começar, Jacqueline Galuban avalia que este é o momento de intensificar a preparação. Segundo ela, a previsão de provimentos reais aliada ao modelo do Concurso Nacional Unificado exige do candidato não apenas conhecimento, mas também estratégia.

"É recomendável concentrar os estudos nas disciplinas comuns aos concursos federais e manter a regularidade, pois quem se antecipa tende a estar mais bem posicionado quando os editais forem publicados. O diferencial continua sendo a preparação consistente, iniciada antes da urgência", aconselhou a professora.

Reajuste garantido

Com a aprovação da LOA, o reajuste salarial dos servidores públicos federais também foi destravado. Segundo o acordado, o aumento médio será de 9%, dividido em duas parcelas: 5% em maio e 4% em novembro de 2025. A demora na aprovação do Orçamento de 2025 restringiu os gastos mensais do governo, limitando-os a 1/12 do total previsto, o que congelou reajustes salariais do funcionalismo público.

Os valores são válidos a partir de 1º janeiro. No entanto, o pagamento estava condicionado à peça orçamentária. Os reajustes também alcançam ocupantes de funções e cargos comissionados, mas nesse caso, eles são válidos a partir de 1º de fevereiro. Após a sanção da LOA, os valores devidos a partir de janeiro — ou fevereiro para cargos e funções comissionadas — serão pagos de uma única vez no primeiro pagamento subsequente.

O reajuste para os servidores federais teve início em 2023 e acumulará uma média de 27% até 2026, com um percentual de aumento de 9% por ano. Em 2025, a recomposição salarial do funcionalismo público terá impacto primário de R$ 16,2 bilhões no gasto de pessoal do Poder Executivo Federal. Esse valor já está previsto na LOA. Em 2026, esse impacto será menor, da ordem de R$ 8 bilhões.

Falsas inscrições

O Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) alertou que golpistas estão criando sites falsos que estão sendo divulgados na internet como canais de inscrição para a segunda edição do Concurso Público Nacional Unificado (CPNU). As páginas visam coletar dados pessoais dos candidatos, que correm o risco de pagar boletos inexistentes.

A pasta reforçou que a segunda edição do certame ainda não está com suas inscrições abertas. Os endereços que simulam a inscrição são enganosos e oferecem risco de roubo de dados pessoais, além de pagamentos indevidos por inscrições que não existem.

Sites falsos têm oferecido inscrições para o concurso, mesmo antes da publicação do edital oficial. O documento oficial que serve para divulgar e regulamentar o processo seletivo para o preenchimento de vagas em órgãos públicos. Sem ele, não é possível haver inscrição para qualquer certame.

"Desde que tomou conhecimento desses portais falsos, o Ministério da Gestão acionou os órgãos competentes por meio do Centro Integrado de Segurança Cibernética do Governo Digital (Cisc GOV.BR) e os sites estão sendo derrubados", alertou a pasta.

De acordo com o órgão, as informações sobre nova edição do concurso serão divulgadas no site oficial do concurso: gov.br/concursonacional. Os interessados em participar da seleção devem aguardar a publicação do edital e sempre verificar a autenticidade das informações, reforçou o MGI.

Para denunciar esse tipo de golpe, basta entrar em www.falabr.cgu.gov.br, clicar no ícone de denúncia e preencher os dados. A plataforma Fala. BR é um canal integrado para encaminhamento de manifestações (acesso à informação, denúncias, reclamações, solicitações, sugestões, elogios e simplificações) a órgãos e entidades do poder público. O serviço on-line está disponível 24 horas, todos os dias da semana.

A primeira edição do CPNU, conhecido como o Enem dos Concursos, foi realizada em 2024, e teve 2,1 milhões de inscrições confirmadas. Desse total, quase 1 milhão de candidatos compareceram em 18 de agosto, aos dois turnos de provas, aplicadas em 228 cidades de todas as unidades da Federação. Os candidatos disputaram 6.640 vagas do concurso, de 21 órgãos e entidades. O certame ainda tem cerca de 13,2 mil aprovados em banco de candidatos em lista de espera.

Fonte: Correio Braziliense.

SES-PE amplia rede de atendimento pediátrico para enfrentamento dos vírus respiratórios


 

Para conter o aumento dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag) entre crianças, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) anunciou a abertura de 103 novos leitos de UTI e enfermaria pediátrica e neonatal. A medida faz parte do Plano de Contingência da Sazonalidade dos Vírus Respiratórios na Pediatria e busca garantir atendimento ágil e eficaz durante o período de maior incidência das doenças respiratórias.

Dentre os novos leitos, 50 são de suporte avançado nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24 horas, somando-se à estrutura já existente. A secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti, destacou a importância da antecipação dessas unidades no sistema de saúde. "Com a experiência dos últimos anos e uma rede mais estruturada, conseguimos abrir esses leitos no início da sazonalidade, trazendo mais agilidade no atendimento e qualidade na assistência", afirmou.

Até o momento, a SES-PE registra 165 casos de Srag em crianças de até um ano no estado. Com taxa de ocupação de leitos em 75%, a secretaria reforça que não há filas de espera. Para ampliar ainda mais o suporte hospitalar, foram chamados 14 pediatras e quatro intensivistas, além da previsão de convocação de neonatologistas e pediatras a partir da seleção simplificada, que inicia inscrições nesta quinta-feira (20/03).

Outro avanço na estratégia de contingência foi a ampliação da Teleinterconsulta de Pediatria, em funcionamento desde 10 de março. O serviço, que permite a consulta entre médicos via Central de Regulação do Estado, já contabiliza 40 atendimentos. Segundo o diretor da Telessaúde da SES-PE, Frederico Jorge, a ferramenta auxilia na tomada de decisão sobre cada caso, reduzindo remoções desnecessárias e garantindo encaminhamentos mais precisos.

A Teleinterconsulta opera diariamente das 9h às 21h e está acessível a profissionais de qualquer região do estado pelo telefone 0800 281 3555. Com essa iniciativa, a SES-PE reforça o compromisso em oferecer um atendimento mais eficiente e qualificado para as crianças pernambucanas durante a sazonalidade das doenças respiratórias.

Fonte: Diário de Pernambuco.

STJ autoriza multa para pais que não vacinarem filhos contra a Covid-19


 

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que é possível aplicar multas quando os pais se recusarem a vacinar os filhos contra a Covid-19.

Segundo o STJ, essa situação se configura como descumprimento dos deveres inerentes ao poder familiar.

A Corte chegou à conclusão ao julgar o caso de pais que se negaram a vacinar a filha contra a doença. Na época, ela tinha 11 anos e a escola notou a falta de imunização da garota.

Os pais, então, foram avisados, mas não tomaram atitudes. O Ministério Público do Paraná (MP-PR) notificou a família, que mostrou um atestado médico de contraindicação à vacina da Covid-19.

O Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Proteção à Saúde Pública analisou o documento e o descartou por falta de embasamento médico.

A família recorreu e alegou não haver obrigatoriedade da vacina no Plano Nacional de Imunização. No entanto, o STJ reforçou que o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê a vacinação como obrigatória.

Dessa forma, os pais foram multados a pagar três salários mínimos.

Fonte: CNN Brasil.

Trama golpista: STF terá segurança reforçada para julgamento de Bolsonaro


 

O Supremo Tribunal Federal (STF) terá esquema de segurança reforçado para o julgamento da denúncia contra Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. A sessão está prevista para a próxima terça-feira, 25. A Primeira Turma da Corte vai se debruçar sobre a participação do chamado "núcleo 1", do qual fazem parte, além do ex-presidente, Alexandre Ramagem, Almir Garnier, Anderson Torres, Mauro Cid, Paulo Sérgio Nogueira, general Augusto Heleno e Walter Braga Netto.

"A Secretaria de Polícia Judicial adotou medidas preventivas para garantir a segurança de todos durante o evento, com o apoio da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal e outros órgãos parceiros. Entre as ações estão maior controle de acesso, monitoramento do ambiente, policiamento reforçado e equipes de pronta resposta para emergências. O objetivo é assegurar a realização do julgamento e garantir a segurança de servidores, colaboradores, advogados e imprensa", informou o tribunal por meio de nota.

Os réus foram denunciados pela Procuradoria-Geral da União (PGR) pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, com considerável prejuízo, além de deterioração de patrimônio tombado e concurso material.

Neste julgamento participarão os ministros da Primeira Turma do STF: Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes, Luiz Fux, Flávio Dino e Cármen Lúcia.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Presídio de Igarassu tinha manutenção de "chaveiros", tráfico de drogas e superlotação, diz MPF



 

O Ministério Público Federal (MPF) divulgou, nesta terça-feira (18), o relatório que aponta irregularidades no Presídio de Igarassu, no Grande Recife, e em mais dez unidades prisionais do estado, a partir de uma série de inspeções realizadas em 2024. O documento, disponibilizado à  Polícia Federal (PF) reforça denúncias e suspeitas sobre a existência de esquema de corrupção e tráfico. O presídio ainda foi alvo da Operação La Catedral, no mês passado, que resultou na prisão do diretor da unidade e outros dois agentes penais. 

De acordo com o relatório do MPF,  no local, também foram identificadas outros problemas como a superlotação de 426,42%, mencionado no documento como sendo “idêntico ou pior ao Complexo do Curado”. Além disso, foram encontradas situações de venda de espaços para os detentos dormirem, além do crescimento da figura de “chaveiro” – aquele preso que assume a função de apoio aos agentes de segurança na unidade. 

A MPF fala ainda em “corrupção institucionalizada, tráfico de drogas e mercantilização de itens básicos na unidade”. A intenção é que o documento contribua com as investigações realizadas no âmbito da Operação La Catedral. Segundo o relatório, durante a visita realizada por membros do MPF, houve diálogo com o diretor da Unidade à época Charles Belarmino, e com os detentos em momentos separados. Questionado sobre a situação de calamidade observada na unidade prisional, o então diretor  dizia frases como “não tenho controle de nada aqui” “vocês acham que sou eu quem manda aqui?”, enquanto dava risadas sarcásticas. 

De acordo com o relatório, a conduta antiética de Charles Belarmino foi seguida por investigações que resultaram na prisão, realizada no dia 25 de fevereiro de 2025, ao diretor e outros dois agentes penais por “corrupção passiva e tráfico”.

Após a deflagração da Operação, o Presídio de Igarassu foi parcialmente interditado e o ingresso de novos detentos foi suspenso por 60 dias. A determinação veio de uma portaria conjunta assinada, no dia 26 de fevereiro, pela juíza Orleide Rosélia Nascimento Silva, da 1ª Vara Regional de Execuções Penais, do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), e pelo promotor Rinaldo Jorge da Silva, da 21ª Promotoria de Justiça da Capital, do Ministério Público de Pernambuco (MPPE). 

A decisão citava que a população carcerária do Presídio somava 6 mil detentos e excedia “em mais de três vezes” o número de vagas. Com isso, também foi determinado que os presos provisórios fossem transferidos, no prazo máximo de 30 dias, para cadeias de suas respectivas comarcas, exceto nos locais sem cadeia pública. Além disso, a portaria decretou que a direção informasse semanalmente o número de presos à 1ª Vara Regional de Execução Penal “para avaliação posterior da medida”.

O relatório das inspeções também foi encaminhado à Secretaria de Cooperação Internacional do MPF, em Brasília, em razão de as violações sistemáticas de direitos humanos verificadas nos estabelecimentos penais de Pernambuco já ter provocado a atuação de organismos internacionais. O relatório foi destinado ainda ao Conselho Nacional de Justiça e ao Conselho Nacional do Ministério Público.

OUTRAS UNIDADES 

O relatório do MPF foi feito a partir das vistorias realizadas pelo Conselho Penitenciário do Estado de Pernambuco (Copen/PE) em 11 estabelecimentos penais do estado, ao longo de 2024. Além do Presídio de Igarassu, o documento também revela problemas nas unidades: Colônia Penal Feminina Bom Pastor, Colônia Penitenciária Feminina de Abreu e Lima, Complexo Penitenciário do Curado - presídios Frei Damião de Bozzano, Juiz Antônio Luiz Lins de Barros e Marcelo Francisco de Araújo -, Centro de Saúde Penitenciário, Penitenciária Barreto Campelo, Centro de Observação Criminológica e Triagem Prof. Everaldo Luna (Cotel), Unidade I do Centro Integrado de Ressocialização de Itaquitinga e Penitenciária Agroindustrial São João.

Entre as principais irregularidades, o MPF destacada a persistência da figura do “chaveiro”. Segundo o Ministério, a situção é um sinal do reduzido investimento na manutenção das unidades, da superlotação no sistema carcerário e do baixo efetivo de policiais penais. Em 2024, os profissionais na ativa somavam 1.318 agentes para todo o estado.

O relatório destaca ainda problemas em relação à quantidade e qualidade da alimentação oferecida aos internos de maneira geral, com a exceção do Centro de Saúde Penitenciária. Foram identificados intervalos superiores a 12 horas entre uma refeição e outra, o que vai de encontro à recomendação do Conselho Nacional de Justiça. Além disso, também foram apontados outros problemas como estrutura precária nas unidades, déficit de policiais penais e superlotação.

Fonte: Diário de Pernambuco.

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