Amunam leva roda de leitura para praças

De posse de livros com histórias infantis, meninos e meninas se revezam contando histórias e dando muita gargalhada à sombra de árvores.

Adolescentes da Amunam levam solidariedade

crianças e adolescentes do Projeto Dando a Volta por Cima da Associação das Mulheres de Nazaré da Mata visitaram o Abrigo Domingos de Azevedo Irmã Guerra.

Coração Nazareno realiza show em festival

O Maracatu Coração Nazareno, idealizado e organizado pela Associação das Mulheres de Nazaré da Mata, abriu o Festival Camará, em Camaragibe.

Grupos da Amunam se apresenta em polo junino

A Quadrilha Junina, composta por crianças e adolescentes do Projeto Dando a Volta por Cima abriu a festa no polo Circo do Forró, mostrando a todo o público presente todas as suas cores, animação e desenvoltura.

Governo define novos critérios de classificação indicativo para aplicativos e deve vetar chats de IA


 

O governo federal vai definir nesta quinta-feira (6) os critérios de classificação indicativa para aplicativos com base na interatividade. A proposta, obtida com exclusividade pelo jornal O Globo, define que características típicas das redes sociais mais populares — como curadoria algorítmica, filtro de beleza automatizado e rolagem infinita — estão recomendadas para adolescentes a partir dos 16 anos. Esse também deve ser o caso da maior parte dos chatbots de inteligência artificial (IA), como o Chat GPT.

A classificação indicativa é sugerida pela própria empresa — e, posteriormente, o governo pode interferir, caso discorde. Por isso, ainda não é possível prever exatamente qual será a faixa etária de cada aplicativo.

No entanto, um conjunto de características aponta que redes populares como Instagram e TikTok podem ser direcionadas para a partir de 16 anos.

"Muitas das redes sociais e IAs têm a tendência de 16 anos. É elevado? É. É absurdo? Não. Se for olhar França, Dinamarca, Austrália e outros países estão definindo a faixa de 15, 16. Então, isso não colocaria o Brasil fora da tendência de discussão internacional. Ferramentas que induzem dependência ou a existência, por exemplo, de filtro de beleza, que requer maturidade, não é para uma criança de 12 anos sem um adulto ao lado. Estamos disposto a discutir com o setor, mas não estamos achando que estamos exagerando", afirma Ricardo Horta, secretário substituto da Secretaria Nacional de Direitos Digitais (Sedigi), do Ministério da Justiça e Segurança Pública.

No caso chatbots de IA, como o ChatGPT, o documento define que "inteligência artificial generativa de conteúdo amplo" não são indicadas para menos de 16 anos. O texto aponta que crianças e pré-adolescentes menores dessa faixa etária não devem usar aplicativo que "gera textos, histórias, ideias criativas, respostas personalizadas".

Essa é a primeira vez que os aplicativos no Brasil vão ter classificação indicativa com base em suas funcionalidades de interação com outras pessoas e com ferramentas de inteligência artificial. Até agora, essa definição era feita apenas com base em conteúdos.

"Hoje, chatbots de inteligência artificial têm classificação indicativa livre por conta dos atuais critérios. Mas a tendência é de que vários deles passem a ter maiores restrições", diz o secretário substituto.

De acordo com ele, a classificação indicativa não é proibitiva, mas serve para chamar atenção do adulto para a necessidade de supervisão.

"A gente precisa dar uma calibrada para tirar as crianças mais novas de ambientes mais adequados para adolescentes. Esse é um dos objetivos da política pública", diz.

O texto será apresentado nesta quinta-feira na Comitê de Acompanhamento pela Sociedade Civil para a Classificação Indicativa (Casc) e pode sofre alterações. A tendência, no entanto, é que ele mantenha essa estrutura e tenha apenas alguns ajustes.

"A política desse governo para o digital é reforçar a autonomia progressiva. Diferenciar o que na internet é adequado para uma criança de 3 anos, para uma de 8, para um adolescente de 16 anos e para um adulto", afirmou Horta.

Câmara aprova projeto que dificulta abortos legais em crianças vítimas de violência sexual


 

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite desta quarta-feira (5), por 317 votos a 111, o projeto de Decreto Legislativo (PDL-03) que dificulta a realização de abortos em crianças e adolescentes vítimas de violência sexual. O texto seguirá para análise do Senado.

O projeto, de autoria da deputada Chris Tonietto (PL-RJ), susta decisão do Conselho Nacional da Criança e do Adolescente (Conanda) sobre o tema.


O projeto teve parecer favorável do relator, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE). Em nota à imprensa, nesta tarde, o Ministério das Mulheres demonstrou preocupação com o projeto que vetaria a resolução do Conanda sobre as diretrizes para o atendimento humanizado e prioritário de meninas vítimas de estupro na rede de saúde.

De acordo com o governo, a decisão do conselho busca garantir a aplicação de direitos já existentes em lei. “O PDL, ao anular essa orientação, cria um vácuo que dificulta o acesso dessas vítimas ao atendimento e representa um retrocesso em sua proteção”.

O Ministério das Mulheres ainda destaca que a decisão do Conanda tem relação com o “cenário alarmante” vivido no país. Entre 2013 e 2023, por exemplo, o Brasil registrou mais de 232 mil nascimentos de mães com até 14 anos.

“São gestações infantis decorrente de estupro de vulnerável. Embora a lei garanta o aborto legal em casos de estupro, milhares de meninas são forçadas à maternidade anualmente”.

Segundo o governo federal, em 2023, apenas 154 meninas em todo o país conseguiram acessar esse direito.

Por outro lado, os autores da proposta na Câmara dos Deputados argumentaram que a norma extrapolaria a atribuição do conselho ao dispensar a apresentação de boletim de ocorrência policial, por exemplo.

Segundo a Resolução 258/24, a interrupção da gravidez não deverá depender de boletim de ocorrência, de decisão judicial autorizativa ou da comunicação aos responsáveis legais nos casos em que houver suspeita de violência sexual ocorrida na família.


Para os autores da proposta no Congresso, esse trecho contraria o Código Penal, que atribui aos pais ou responsáveis a decisão, por causa da incapacidade civil de crianças e adolescentes.

Outro ponto criticado pelos deputados autores foi o trecho que considera como conduta discriminatória, e não objeção de consciência, a recusa do médico em realizar a interrupção da gestação por desconfiar da palavra da vítima de violência sexual.

 Impacto para as meninas

Em contraponto, o Ministério das Mulheres destacou que a gestação forçada é a maior causa de evasão escolar feminina e leva à morte de uma menina por semana no Brasil.

O governo ainda ponderou que a resolução do Conanda não ultrapassa suas funções nem cria novos direitos.

“Apenas detalha como aplicar a lei para salvar vidas. Suspender esta medida é fechar os olhos para a violência e falhar com as meninas brasileiras”, apontou o Ministério das Mulheres em nota.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Presidente do México denuncia homem que a assediou sexualmente na rua


 

Nesta quarta-feira (5), a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, denunciou o agressor que a tocou e tentou beijá-la enquanto ela caminhava pela rua. A Chefe do Executivo afirmou que o assédio sexual deveria ser considerado crime em todo o país.

O incidente aconteceu na terça-feira (4) quando a chefe do Executivo seguia para um evento público perto do palácio presidencial. Enquanto Sheinbaum saudava simpatizantes pela rua, o homem, identificado como Uriel Rivera, se aproximou por trás dela. Ele passou um braço por seu ombro, tocou sua cintura e seu peito com as mãos e tentou beijá-la no pescoço.

Rivera se aproximou da presidente sem que nenhum segurança presidencial o detivesse. Depois de tocá-la, um membro da segurança o afastou, enquanto Sheinbaum, um pouco confusa, até tirou uma foto com seu agressor.

"Essa pessoa se aproximou totalmente embriagada, não sei se drogada (...). Só depois de ver os vídeos é que percebi o que realmente aconteceu", disse a presidente.

A denúncia contra o homem foi feita junto ao Ministério Público da Cidade do México, onde o assédio sexual é punido criminalmente.

O agressor também assediou outras mulheres durante a ocasião

A mandatária explicou que decidiu prestar uma denúncia porque depois de assediá-la, o homem continuou a assediar outras mulheres. Ele foi preso horas depois.

"Minha reflexão é: se não presto uma denúncia, em que condição ficam as outras mulheres mexicanas? Se fazem isso com a presidente, o que pode acontecer com todas as mulheres no nosso país?", disse Sheinbaum em sua coletiva de imprensa matinal.

O governo vai revisar se esta conduta "é crime penal em todos os estados, porque deve ser crime penal e vamos fazer uma campanha", acrescentou ela, reconhecendo que na sua juventude sofreu agressões semelhantes.

Por ser um país federado, os 32 distritos que compõem a nação mexicana têm seus próprios códigos penais e nem todos punem essas condutas.

Vale destacar que o caso gerou também críticas à segurança da mandatária. Sheinbaum disse que continua privilegiando a aproximação com as pessoas.

Cerca de 70% das mexicanas de mais de 15 anos já sofreram alguma violência ao menos uma vez na vida, segundo relato da ONU mulheres.

Fonte: Diário de Pernambuco.

STF decide que Selic é o novo padrão para dívidas civis


 

Em uma decisão unânime, a 2ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) definiu, na última sexta-feira (12), que a taxa Selic será o índice oficial para a correção de dívidas civis no Brasil. A decisão, relatada pelo Ministro André Mendonça, pacificou um entendimento que já vinha sendo consolidado no Superior Tribunal de Justiça (STJ), trazendo mais previsibilidade e alinhando o judiciário à realidade econômica do país.

A decisão se baseia no artigo 406 do Código Civil, que determina que, na ausência de acordo entre as partes, os juros de mora devem seguir a taxa em vigor para a mora do pagamento de impostos federais — que, no Brasil, é a própria Selic. Anteriormente, o cálculo para a correção de dívidas civis combinava juros de mora de 1% ao mês com um índice de correção monetária, como o IPCA ou o INPC. Com a nova regra, essa fórmula foi superada.

O advogado Fernando Ribeiro Lins, especialista em direito civil, empresarial e tributário do escritório Correia de Carvalho & Ribeiro Advogados, explica que a Selic já embute tanto a inflação quanto os juros, o que simplifica o processo. “Essa decisão pacificou o entendimento de que a Selic é o único índice a ser aplicado. Isso traz mais segurança jurídica e evita a incerteza que antes existia com a aplicação de diferentes índices”, afirma Lins.

Por que a Selic é a escolha ideal?

A Selic, ou Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, é a taxa básica de juros da economia brasileira, usada como referência para as demais taxas de juros no país. Sua adoção como padrão para dívidas civis é um passo importante em direção à previsibilidade jurídica.

“Essa decisão alinha as correções judiciais com a realidade econômica do país e traz mais clareza para todos os envolvidos. Agora, as partes em um litígio sabem com mais precisão qual será a base de cálculo para a atualização da dívida, tornando o processo mais transparente”, explica Fernando Ribeiro Lins.

Ele ressalta, contudo, que a aplicação da Selic como índice padrão só acontece quando não há um acordo prévio entre as partes sobre qual índice usar. “Se um contrato, por exemplo, estipula outro método de correção, esse acordo deve ser respeitado”, adverte o especialista.

Fonte: Blog do Magno.

Brasil registra maior redução de gases de efeito estufa em 16 anos


 

Nesta segunda-feira (03), o Observatório do Clima (OC), principal rede da sociedade civil dedicada à agenda climática no país, divulgou o relatório do Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito de Estufa (SEEG), ferramenta criada pelo OC que aponta que as emissões brutas de gases com efeito de estufa no Brasil caíram 16,7% em 2024 em relação a 2023, o que representa a maior queda em 16 anos.

Segundo os especialistas do SEEG, a redução se deve pela diminuição do desmatamento na Amazônia e no Cerrado, segundo o Observatório do Clima, o consórcio que reúne 119 grupos ambientalistas, entre os quais, o Greenpeace, a World Wide Fund for Nature (WWF) e a Conservação Internacional (CI).

No ano passado, a diminuição do desmatamento e das queimadas nestes dois importantes biomas do país causou uma redução de 32,5% nas emissões por alteração do uso do solo, a maior da história. A maior queda das emissões registrada foi no Pantanal, a maior zona úmida da América Latina, com uma descida de 66%, seguida do Cerrado, com uma melhoria de 41%, e da Amazônia, com 33%. Em 2024, o país lançou para a atmosfera 2.145 milhões de toneladas de gases poluentes, contra 2.576 milhões em 2023, explica o documento do SEEG. As estimativas apontam para emissões líquidas de 1.440 milhões até ao final do ano.

Mas, apesar da redução a devastação dos biomas brasileiros continua a ser o principal fator que faz do Brasil o quinto maior emissor de gases do planeta. Além disso, o país não deverá cumprir a sua meta climática nacional (NDC) para 2025, que consiste em limitar as emissões líquidas a 1.320 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalente. As estimativas indicam para emissões líquidas de 1.440 milhões até ao final do ano.

"O desmatamento diminui, mas todos os outros setores aumentam", disse David Tsai, coordenador do SEEG.

Entretanto, nas vésperas da 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP30), que reunirá líderes mundiais, cientistas e a sociedade civil para debater soluções para a crise climática e terá inicio na próxima quinta-feira em Belém, no Pará, a petrolífera estatal Petrobras obteve licença ambiental para explorar uma área próxima da foz do Amazonas, uma decisão bastante criticada por várias ONGs. O relatório do SEEG assegura que ao promover a exploração de petróleo, o governo brasileiro atenta contra o Acordo de Paris, uma vez que a expansão da indústria fóssil é incompatível com a estabilização do aquecimento global em 1,5 °C, como recomenda o tratado climático.

"Nos encontramos numa situação em que o governo dá com uma mão e tira com a outra no que diz respeito ao clima. Por um lado, toma medidas adequadas para proteger as florestas e, com isso, reduz as emissões. Por outro, reforça a aposta no petróleo, o que agrava a crise climática e ameaça essas mesmas florestas", declarou Cláudio Angelo, coordenador de políticas internacionais do Observatório do Clima.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Congresso retoma análise de pauta econômica e pode votar isenção de IR e licença-paternidade


 

O Congresso retomar nesta semana a análise de propostas econômicas de interesse do governo de Luiz Inácio Lula da Silva com impacto no Orçamento. No Senado, as atenções estão voltadas para o projeto que amplia a faixa de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem recebe até R$ 5 mil mensais, que o petista tenta aprovar para usar como bandeira eleitoral no ano que vem. Na Câmara, a expectativa é pela votação do projeto que regulamenta a licença-paternidade no país.

O relator do texto que amplia a faixa de isenção do IR, senador Renan Calheiros (MDB-AL), se reuniu com o ministro da Economia, Fernando Haddad, na semana passada e pediu um relatório com os impactos orçamentários após a tramitação do texto na Câmara dos Deputados.

Com os dados em mãos, a expectativa entre parlamentares é que o texto seja levado a plenário na terça-feira e não retorne à Câmara. Estimativas preliminares apontam impacto de cerca de R$ 30 bilhões anuais — valores que são compensados com maior tributação para faixas de alta renda.

Renan, entretanto, diz que o número pode ser maior, após alterações que foram realizadas sob a relatoria na Câmara do deputado Arthur Lira (PP-AL). Renan e Lira são adversários políticos em Alagoas. O texto aprovado pela Câmara também reduz a cobrança para quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7.350. Hoje, está isento só quem ganha até R$ 3.036 ao mês (o equivalente a dois salários mínimos). Além disso, o projeto, como aprovado na Câmara, estabelece uma alíquota mínima de 10% para quem ganha acima de R$ 1,2 milhão por ano.

O plano do Palácio do Planalto é que a isenção do IR valha para a declaração do IR já em 2026, ano eleitoral. Para isso, será preciso que o Senado aprove o texto ainda neste ano e envie para a sanção do presidente Lula. Por isso, o tema vem sendo tratado como prioridade pelo governo.

Mudanças na licença-paternidade

O novo parecer do projeto que regulamenta a licença-paternidade no país, apresentado pelo relator Pedro Campos (PSB-PE) na semana passada, trouxe mudanças relevantes: o impacto fiscal foi reduzido de R$ 11 bilhões para R$ 6,5 bilhões até 2030, e a regra de estabilidade foi ajustada para acompanhar a possibilidade de o pai dividir o período de afastamento.

De acordo com o texto, o trabalhador mantém a estabilidade após o fim da licença. A diferença é que, se ele optar por fracionar o benefício — por exemplo, tirar 15 dias logo após o nascimento e outros 15 dias ao final da licença da mãe, de quatro meses —, a contagem da estabilidade começa a valer depois do primeiro período de usufruto, e não apenas ao término do afastamento da mãe.

O novo parecer prevê uma ampliação progressiva da licença, que começa com 10 dias em 2027 e chega a 30 dias em 2031. O tempo poderá ser dividido em até dois períodos, permitindo que o pai acompanhe tanto os primeiros dias de vida quanto a readaptação da mãe ao trabalho.

Segundo Campos, a ideia é criar uma transição viável para empresas e trabalhadores, estimulando a participação paterna no cuidado com o bebê e promovendo igualdade de gênero no mercado de trabalho.

O texto também cria o “salário-paternidade”, benefício equivalente ao salário-maternidade, pago pelo INSS. Para empregados celetistas, o valor será inicialmente adiantado pela empresa, que depois fará compensação das contribuições previdenciárias. O formato segue o modelo do Programa Empresa Cidadã, que já permite prorrogar a licença-paternidade de cinco para 20 dias.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Moraes determina preservação integral de provas sobre megaoperação no Rio de Janeiro


 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, em decisão publicada neste domingo (2), a preservação "rigorosa e integral" dos elementos materiais relacionados à execução da Operação Contenção, que deixou 121 mortos nos complexos do Alemão e da Penha, na zona norte da cidade do Rio de Janeiro. Foi a incursão policial mais letal da história do estado, realizada na última terça-feira (28).

A decisão abrange perícias e cadeias de custódia. Alexandre de Moraes atendeu a um pedido formulado pela Defensoria Pública da União (DPU) e também assegurou o controle e averiguação dos elementos materiais por parte Ministério Público, facultado o acesso às informações também pela própria DPU no estado do Rio de Janeiro.

A nova medida se deu nos autos da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 635, conhecida como a ADPF das Favelas e originada em ação protocolada em 2019 pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB).

O ministro destacou que a determinação segue o que foi fixado pelo Plenário do STF no julgamento do mérito da ação, segundo o qual devem ser preservados os vestígios de crimes e assegurada a independência técnica das perícias em investigações de crimes contra a vida. O governador do Estado do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, deverá ser intimado ainda neste domingo para garantir o cumprimento da decisão.

Em abril deste ano, STF definiu diversas medidas para combater a letalidade policial durante operações da Polícia Militar contra o crime organizado nas comunidades do Rio de Janeiro. Após a finalização do julgamento da ADPF nº 635, diversos órgãos, incluindo a Defensoria Pública de União e o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), ficaram responsáveis pelo monitoramento do cumprimento da decisão.

Na última semana, a discussão sobre a ADPF das Favelas voltou à tona com a deflagração da Operação Contenção, em uma tentativa de frear o avanço territorial da facção Comando Vermelho na cidade. Na ocasião, o governador Claudio Castro voltou a criticar a decisão do Supremo e chamou a ADPF de "maldita".

Moraes marcou para a próxima segunda-feira (3) uma reunião com o governador do Rio de Janeiro e outras autoridades, para tratar da Operação Contenção. Durante o encontro, o governador deve apresentar os 18 esclarecimentos solicitados pelo ministro sobre a operação.

Audiência pública

O ministro Alexandre de Moraes ainda designou audiência conjunta para a próxima quarta-feira (5), às 10h, na sala da Primeira Turma do STF, com a participação de diversos órgãos e entidades, como o Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; Instituto Anjos da Liberdade; Associação Direitos Humanos em Rede – Conectas Direitos Humanos; Associação Redes de Desenvolvimento da Maré – Redes da Maré; Educação e Cidadania de Afrodescendentes Carentes – Educafro; Justiça Global; Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência; Coletivo Fala Akari; Coletivo Papo Reto; Iniciativa Direito à Memória e Justiça Racial; Movimento Negro Unificado (MNU); Centro pela Justiça e o Direito Internacional – CEJIL; Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ; entre outros.

Em outro ponto da decisão deste domingo, o ministro indeferiu pedidos de diversas entidades para participar como amicus curiae e os requerimentos de participação nas audiências a serem realizadas no dia 3 de novembro de 2025.

Fonte: Diário de Pernambuco.

STF acompanha operação no RJ com "atenção e solidariedade", diz Fachin


 

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Edson Fachin, disse nesta quinta-feira (30) que a Corte acompanha com “atenção e plena solidariedade” os desdobramentos da Operação Contenção, que deixou mais de 120 mortos no Rio de Janeiro.

Durante o encerramento da sessão desta tarde, o ministro prestou solidariedade aos familiares das vítimas e classificou a operação como "tragédia ocorrida no Rio de Janeiro".

“Todos integrantes deste tribunal acompanham com a devida atenção, com a plena solidariedade aos familiares das vítimas, e ao mesmo tempo, com a discrição e sobriedade que são necessárias para, em momentos de tragédias graves, como essa, dedicar a elas a nossa atividade concreta e, no lugar devido, as melhores preocupações", afirmou.

A realização da operação é acompanhada na Corte por meio do processo que é conhecido como ADPF das Favelas, ação na qual a Corte já determinou medidas para combater a letalidade policial na capital fluminense.

Ontem, o ministro Alexandre de Moraes, relator temporário da ADPF, pediu que o governador do Rio, Claudio Castro, preste esclarecimentos sobre a operação.

Moraes também marcou uma audiência na próxima segunda-feira (3), no Rio de Janeiro, para tratar do tema.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Congresso aprova isenção do IR por tempo indeterminado


 

O Congresso Nacional aprovou nesta quinta-feira (30) projeto de lei (PLN 1/2025) que permite que as mudanças propostas no Imposto de Renda tenham duração por tempo indeterminado, e não apenas por cinco anos.

A principal alteração, proposta pelo governo federal, é a isenção para quem ganha até R$ 5 mil a partir de janeiro de 2026.

Na prática, o projeto dá continuidade a uma eventual isenção, que ainda está em análise no Congresso. O benefício tributário está previsto no Projeto de Lei (PL) 1.087/2025, já aprovado na Câmara dos Deputados e que aguarda votação na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.

Sem a mudança, a isenção para quem ganha até R$ 5 mil valeria por apenas cinco anos, como prevê a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). O texto aprovado pelos parlamentares encerra essa limitação.

“A proposta traz segurança jurídica ao contribuinte, pois garante a confiabilidade e a previsibilidade de que a eventual alteração na legislação do Imposto de Renda da Pessoa Física [IRPF], seja qual for o desfecho da proposição no Parlamento, não será obrigatoriamente rediscutida a cada cinco anos”, argumentou a relatora, senadora Professora Dorinha Seabra (União-TO).

O projeto será enviado para a sanção do presidente da República.

Fonte: Diário de Pernambuco.

O que aconteceu no Rio de Janeiro: operação para conter avanço do Comando Vermelho tem 64 mortes


 

Uma megaoperação das polícias Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio, deixou quatro policiais mortos além de oito agentes feridos, na manhã desta terça-feira (28). De acordo com a Polícia Civil, 60 suspeitos foram mortos, dois deles da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos.

O objetivo da ação é cumprir mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV.

Até o fim da manhã, 81 pessoas foram presas e 75 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPRJ).

Operação no RJ marca mudança no padrão de enfrentamento

A operação marca uma mudança no padrão de enfrentamento entre as forças de segurança do Rio e as facções criminosas. Em uma demonstração inédita de poder bélico, traficantes utilizaram drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Core e do Bope, cenário típico de guerra.

Para esse "bombardeio", os criminosos acionam um gatilho mecânico ou elétrico que libera a carga enquanto mantêm o equipamento em voo, afastando-se sem se expor. Além disso, em outro sinal de uma escalada nos confrontos, o governo estadual declarou que não tem condições de atuar sozinho e que o conflito ultrapassou o âmbito da segurança pública tradicional.

— Essa operação de hoje tem muito pouco a ver com Segurança Pública. É uma operação de Estado de Defesa. É uma guerra que está passando os limites de onde o Estado deveria estar sozinho defendendo. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana, deveríamos ter um apoio maior e até das Forças Armadas. É uma luta que já extrapolou toda a ideia de Segurança Pública e que está na Constituição. O Rio está sozinho nessa guerra — disse o governador Cláudio Castro.

A declaração de Castro apontou para a necessidade de participação do governo federal, inclusive com possibilidade de acionamento das Forças Armadas. Segundo o governador, ele teve negado por três vezes o pedido que fez para ter ajuda de blindados da Marinha e Exército. Castro fez ainda um alerta para a possibilidade de forte tentativa de retaliação dos criminosos diante de tantos mortos e apreensões.

Integrantes do governo de Luiz Inácio Lula da Silva avaliam que as declarações do governador do Rio, Cláudio Castro (PL), de responsabilizar a falta de apoio federal pela crise de segurança, é um movimento político de Castro para antecipar a disputa eleitoral do ano que vem.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Senado dos EUA aprova medida que bloqueia tarifas de Trump para o Brasil


 

O Senado dos EUA votou por 52 a 48 para aprovar uma medida que bloqueia as tarifas do presidente Donald Trump sobre o Brasil, com um punhado de republicanos se aliando aos democratas na reprovação de uma peça central da agenda econômica da Casa Branca.

Cinco senadores republicanos votaram a favor da resolução: Lisa Murkowski, do Alasca; Susan Collins, do Maine; Rand Paul e Mitch McConnell, do Kentucky; e Thom Tillis, da Carolina do Norte. Todos os democratas votaram a favor. A resolução sobre o Brasil agora segue para a Câmara, onde os líderes republicanos endureceram as regras processuais para bloquear as votações em plenário sobre contestações tarifárias até março do ano que vem.

A medida, liderada pelo senador Tim Kaine, do Partido Democrata, encerraria a imposição de tarifas sobre produtos brasileiros por Trump sob uma lei de poderes emergenciais. Ainda esta semana, espera-se que o Senado considere medidas semelhantes para bloquear as tarifas de 35% de Trump sobre produtos canadenses e suas tarifas de 10% a 50% sobre importações de outros países.

A votação ocorreu após um tenso almoço a portas fechadas na tarde de terça-feira, 28, no qual o vice-presidente JD Vance enfrentou resistência de senadores republicanos em relação às novas propostas que o governo vem considerando para quadruplicar as importações de carne bovina argentina. Vance havia comparecido para pedir união em relação ao comércio e manter os senadores alinhados antes da votação sobre as tarifas, mas, em vez disso, enfrentou uma enxurrada de reclamações de legisladores de estados agrícolas que disseram que o plano já estava causando preocupação entre os produtores de gado em seus distritos.

Muitos republicanos expressaram reservas sobre as tarifas de Trump, e a Suprema Corte deve ouvir em breve os argumentos sobre se Trump extrapolou seus poderes ao impor tarifas para o mundo todo.

Paul, um dos coautores da medida sobre o Brasil, disse que Trump estava invadindo o poder do Congresso sobre a tributação ao reivindicar o "direito unilateral de cobrar impostos de importação" e afirmou que as tarifas do presidente estavam se baseando em uma "emergência fabricada". Em declarações à imprensa sobre seus colegas republicanos, ele disse: "É uma meta muito difícil de alcançar até que eles votem contra o presidente."

Fonte: Diário de Pernambuco.

Três hospitais do Recife passam a integrar programa Agora Tem Especialistas


 

Três instituições de saúde do Recife, o Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (IMIP), a Santa Casa de Misericórdia e a Hapvida, oficializaram, nesta segunda-feira (27), a adesão ao programa Agora Tem Especialistas, do governo federal.

A iniciativa, coordenada pelo Ministério da Saúde, tem como objetivo ampliar o número de atendimentos e reduzir o tempo de espera por consultas e cirurgias especializadas no Sistema Único de Saúde (SUS).

Os novos termos de adesão foram firmados em parceria com a Prefeitura do Recife e contemplam dois componentes do programa, sendo o Crédito Financeiro, no caso do IMIP e da Santa Casa, e o Ressarcimento ao SUS, no caso da Hapvida. Com isso, parte dos tributos de instituições privadas e filantrópicas que seriam destinados à União passa a ser revertida diretamente em mais serviços especializados e procedimentos cirúrgicos regulados pelo SUS.

A medida permite que a população tenha acesso mais rápido a consultas, exames e cirurgias de média e alta complexidade.

Criado pelo Ministério da Saúde, o Programa Agora Tem Especialistas integra um conjunto de ações voltadas à melhoria da atenção especializada no país. Entre as iniciativas estão a ampliação de mutirões de saúde, a utilização de unidades móveis (carretas de atendimento), a aquisição de transporte sanitário e o fortalecimento da Telessaúde, que amplia o atendimento remoto e reduz a necessidade de deslocamento dos pacientes.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Powershoring: por que o Nordeste está no centro da nova revolução industrial


 


O termo powershoring talvez ainda soe técnico, mas seu impacto é direto: trata-se da reindustrialização baseada em energia limpa e local, como resposta à desglobalização, à crise climática e à busca por cadeias produtivas mais seguras e sustentáveis. E se há um lugar no Brasil onde esse novo modelo já encontra terreno fértil, é o Nordeste.

A região conta com 86,8% de sua potência elétrica instalada proveniente de fontes renováveis. Em 2024, o Nordeste respondeu por 28,5% da matriz energética renovável nacional, com destaque para a energia eólica, que representa 48,8% da capacidade instalada regional (29,8 GW), e a solar, com 15,3 GW. Esse avanço reflete não apenas a abundância de recursos naturais, mas também a crescente relevância do Nordeste como supridor estratégico de energia limpa para outras regiões do país em momentos de pico de demanda.

Segundo o estudo Powershoring e Desenvolvimento Regional no Nordeste, realizado pela CEPLAN Consultoria, a região é definida como um “território de convergência de oportunidades”. Em outras palavras: o Nordeste não é mais apenas promissor — ele já é realidade quando se trata de infraestrutura energética renovável.

Nos últimos 10 anos, o BNDES desembolsou cerca de R$ 63,4 bilhões para a geração de energia eólica e solar no Nordeste, sendo R$ 60,8 bilhões destinados à energia eólica. Já o Banco do Nordeste (BNB), por meio do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), investiu aproximadamente R$ 29,2 bilhões em energia solar e R$ 16,6 bilhões em eólica desde 2017. A SUDENE, via Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), aportou R$ 5,4 bilhões no setor: R$ 3,9 bilhões para eólica e R$ 1,5 bilhão para solar, entre 2008 e 2023.

Entre os principais benefícios do powershoring estão a geração de empregos locais, a substituição de importações, o aumento da competitividade industrial e a redução das emissões. O estudo mostra que a descentralização da nova industrialização pode ser um vetor real de redução das desigualdades históricas do país, especialmente se houver coordenação entre políticas públicas, inovação tecnológica e sustentabilidade.

Hoje, o perfil industrial nordestino ainda é marcado por baixo adensamento tecnológico e alta intensidade energética, com setores como alimentos, minerais não metálicos, químicos e metalurgia concentrando grande parte do consumo de energia da indústria da região. Isso significa que há espaço para modernização e atração de novos clusters industriais — especialmente os voltados à transição energética, como fertilizantes verdes, equipamentos para energias renováveis, produção de hidrogênio, biocombustíveis e indústrias eletrointensivas.

O relatório da CEPLAN deixa claro: o Brasil tem uma oportunidade inédita de se posicionar globalmente como fornecedor de produtos industriais descarbonizados. Mas, para isso, é preciso integrar desenvolvimento regional, transição energética e política industrial. O Nordeste já está pronto — falta o país dar o passo adiante.

Destaque Lojista

O Paulista North Way Shopping celebra seus 10 anos com o evento Destaque Lojista, no dia 30 de outubro, às 9h30, no Cinesystem. A cerimônia, de caráter privado, premiará lojistas que se destacaram em 2025. O economista Écio Costa fará a palestra “Cenários Econômicos no Mundo e no Brasil e Perspectivas para o Varejo de Shopping”.

Licenciamento Ambiental

A partir de 10 de novembro, todos os pedidos de licenciamento ambiental em Pernambuco deverão ser iniciados pela nova Plataforma Ecológico-Econômica, disponível no portal da CPRH. A ferramenta permitirá gerar o Relatório Preliminar Ambiental (RPA) e integrá-lo ao SISAM, agilizando os processos.

Empreendedorismo Preto

A Feira Preta chega ao Recife dentro da programação do No Ar Coquetel Molotov, em 6 de dezembro. Empreendedores interessados devem se inscrever até 15 de novembro. A ação tem apoio do edital SIC – Sistema de Incentivo à Cultura da Prefeitura do Recife.

Excelência em pauta

O trio Mary Elbe Queiroz, Elmo Queiroz e Antônio Carlos de Souza, sócios do Queiroz Advogados acabam de ser incluído no ranking internacional da Leaders League. A agência, com sede em Paris, destacou o escritório entre os melhores do Nordeste na área tributária.

Livro
O economista Uranilson Carvalho lança nesta terça-feira (28) o livro Desenvolvimento Empresarial: Estratégias para a Longevidade dos Negócios no Mundo Disruptivo. O evento acontece às 19h, no auditório do 5º andar da Unifafire, na Boa Vista.

Fonte: Folha de Pernambuco.

Encontro de Lula com Trump deixa Bolsonaro irritado com filho


 

O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não só fracassou na tentativa de promover a intervenção do governo norte-americando para livrar da prisão o seu pai, Jair Bolsonaro (PL). O ex-presidente concluiu que seu filho, na verdade, tem passado informações distorcidas — quando não falsas — sobre suas tratativas com autoridades trumpistas dos EUA.

A certeza de Bolsonaro de que Eduardo lhe escondeu a mudança de posição de Trump sobre o governo brasileiro veio quando ele soube das declarações do presidente dos EUA com o brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após o encontro dos dois, ontem (26) em Kuala Lumpur, na Malásia,.

Lula e Trump participam da cúpula da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). Sorridente frente ao colega brasileiro, o presidente dos EUA disse ser “uma grande honra” estar com Lula e arrematou: “Acho que eles [o Brasil e o governo] estão indo muito bem até onde sei. Podemos fazer bons acordos para ambos os países. Acho que nós faremos acordos. Conversamos e acho que teremos um bom relacionamento.”

Para desagrado de Bolsonaro, a conversa entre os dois foi classificada como alegre e descontraída. E Trump ainda anunciou que pretende visitar o Brasil. Ficou no ar até mesmo a possibilidade de comparecer à COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima) no estado do Pará.

Bolsonaro esperava que Trump fizesse menção sobre a necessidade de liberação do ex-presidente pela Justiça brasileira. Bolsonaro está em prisão domiciliar. Eduardo havia lhe dito que Trump poderia criticar a prisão, mas o presidente dos EUA não fez qualquer menção.

Desconfiado de Eduardo, Bolsonaro já havia enviado a Washington, nos EUA, seu outro filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Além de convencer o irmão a parar de atacar aliados estratégicos da direita, como o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), Flávio foi encarregado de traçar um quadro sobre a veracidade dos informes de Eduardo. O filho Zero Três do ex-presidente tem dito que Donald Trump continua engajado no projeto de ataques contra o Brasil.

Flávio não trouxe informações peremptórias, mas disse ao pai não estar seguro de que o presidente norte-americano continuasse disposto a sustentar uma briga com o governo brasileiro.

Na verdade, Trump já vinha dando sinais à imprensa dos EUA de que estava mudando de posição sobre o Brasil. O presidente dos EUA tem dito que, mais do que a política, seu interesse está voltado para os negócios com outros países.

A China impôs limitações à transferência de tecnologia sobre terras raras para os norte-americanos, e o Brasil detém a segunda maior reserva desses minerais no planeta. Também tem interesse em destravar a atuação das chamadas big techs no Brasil.

Trump desviou o foco da questão política no Brasil para temas comerciais, e Eduardo não deixou isso claro para o pai.

Além disso, o ex-presidente considera que está ficando “cara, tanto financeiramente como politicamente” a permanência de Eduardo nos EUA.

Cara, financeiramente, porque, segundo bolsonaristas, o filho continua pedindo dinheiro ao clã para permanecer naquele país. E cara, politicamente, porque, desde que Eduardo se estabeleceu nos EUA, a popularidade do pai só fez cair, enquanto a de Lula subiu. E os aliados já começam a se afastar da família.

Fonte: Blog do Magno.

Covid-19 deixou 149 mil crianças e adolescentes órfãos em 2020 e 2021


 

Além dos mais de 700 mil mortos pela covid-19 no Brasil, há outras 284 mil vítimas indiretas: crianças e adolescentes que perderam os pais, avós ou outros familiares mais velhos que exerciam papel de cuidado em suas residências. O número se refere somente a 2020 e 2021, os piores anos da pandemia. Entre elas, 149 mil perderam o pai, a mãe ou os dois.

A estimativa é de pesquisadores ingleses, brasileiros e americanos, que acabam de lançar um estudo para demonstrar não somente a “magnitude da orfandade no Brasil”, como também “as grandes desigualdades entre os estados".

Uma das autoras do estudo, a professora do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo Lorena Barberia destaca que os impactos de uma emergência sanitária são identificados primeiro entre as vítimas diretas, mas há também aqueles que são afetados por essas mortes.

"Nós quisemos olhar a vulnerabilidade das pessoas que dependem de quem faleceu. Achamos super importante lembrar que as pessoas acima de 60 anos não só tinham mais chance de morrer, mas, muitas vezes, tinham um papel na estrutura familiar muito decisivo. Muitas crianças e adolescentes dependiam dessas pessoas. Então, pensamos que tínhamos que considerar essas estimativas, tanto de pais e mães como desses responsáveis".

A partir de modelos estatísticos, alimentados por dados demográficos, como a taxa de natalidade e o excesso de mortalidade mortes acima do esperado em 2020 e 2021, a pesquisa chegou a algumas estimativas:

Cerca de 1,3 milhão de crianças ou adolescentes, de 0 a 17 anos, perderam um ou ambos os pais, ou algum cuidador com quem elas viviam, por razões diversas;
Dessas, 284 mil se tornaram órfãos ou perderam esse cuidador por causa da covid-19;
Com relação apenas às mortes por covid-19, 149 mil crianças e adolescentes se tornaram órfãos e 135 mil perderam outro familiar cuidador;

70,5% dos órfãos perderam o pai; 29,4%, a mãe; e 160 crianças e adolescentes foram vítimas de orfandade dupla;

2,8 crianças ou adolescentes a cada 1 mil perderam um ou ambos os pais, ou algum familiar cuidador por covid-19;

Entre estados, as maiores taxas de orfandade são as do Mato Grosso (4,4), Rondônia (4,3) e Mato Grosso do Sul (3,8), enquanto as menores são do Rio Grande do Norte (2,0), Santa Catarina (1,6) e Pará (1,4).

Órfãos reais

Em 2021, Ana Lúcia Lopes, hoje com 50 anos, perdeu o companheiro, o fotógrafo Cláudio da Silva, o que fez com que seu filho, Bento, que tinha 4 anos, ficasse órfão de pai. Ela lembra que esses números dizem respeito a crianças e adolescentes reais, que sofreram e continuam sofrendo com as mortes de seus entes queridos.

Sem nenhum fator de risco para a doença, ele tinha 45 anos e foi infectado durante uma viagem a trabalho. Com sintomas respiratórios, foi internado em uma quinta-feira, entubado na sexta e não resistiu após uma parada cardíaca, na segunda-feira seguinte. Nem pode rever o filho, após os dois meses de trabalho fora de casa.

“Eu contei para o Bento logo que aconteceu. A gente tinha um cachorrinho que morreu um pouco antes. Aí, eu falei para ele que o cachorrinho precisava de alguém lá no céu para cuidar dele e que o papai tinha ido fazer isso. Às vezes ele me via chorando e falava: "Mãe, você tá chorando por causa do meu pai?".

"Apesar de tudo, no começo, ele parecia bem. Um tempo depois, quando ele foi mudar de classe na escola, ele começou a chorar bastante, porque não queria perder a professora. Aí, eu perguntei o que ele estava sentindo, e ele disse: ‘Ah, mãe, acho que eu queria o meu pai’. Foi quando ele começou o atendimento psicológico".

Cláudio recolhia a contribuição previdenciária referente ao seu trabalho como microempreendedor individual, o que garantiu a Bento a pensão por morte e evitou que a família passasse por problemas financeiros. De acordo com outra autora do estudo, a promotora de justiça da cidade de Campinas (SP) Andréa Santos Souza, os problemas financeiros são os mais frequentes em situações de orfandade.

Violações de direitos

Durante a pandemia de covid-19, o trabalho de Andrea Santos Souza, que atua na área de Infância e Juventude na cidade de Campinas (SP), estava bastante focado na proteção das crianças e adolescentes afetados pelo fechamento das escolas, pela miséria pandêmica, ou pela crescente violência familiar. Até que ela percebeu um aumento nos pedidos de guarda, feitos por tios, avós e outros parentes.

“Essas crianças estavam ficando órfãs sem uma representação legal. Pedi aos cartórios que me mandassem todas as certidões de óbito das pessoas que morreram por Covid e que deixaram herdeiros menores. Num primeiro momento, eles disseram que não conseguiam fazer esse recorte, então, eles me mandaram todas as certidões de quem morreu naquele ano de 2020. Foram mais de 3 mil, e foi um trabalho muito triste. Eu, uma estagiária e uma funcionária ficamos olhando certidão por certidão, separando todos os órfãos. Numa primeira leva, nós localizamos quase 500 crianças”, lembra Andrea.

A partir daí, o trabalho duplicou: as certidões continuavam chegando, e, ao mesmo tempo, era preciso localizar todas essas crianças, encaminhá-las para programas de assistência, checar se já constavam no Cadastro Único no Governo Federal e se as famílias já recebiam o Bolsa Família ou o Auxílio Emergencial. Era preciso ainda verificar se elas não estavam sendo vítimas de outras violações, além de terem perdido suas mães e pais.

“A primeira delas é a separação de irmãos, né? As famílias numerosas separam os irmãos. Quanto aos bebezinhos muito pequenos, tem o problema de adoções ilegais. As meninas tinham situações de exploração de todas as formas, trabalho doméstico forçado, casamento infantil, abuso sexual… Em muitos meninos, a gente via o direcionamento para o tráfico ilícito de entorpecente ou exploração do trabalho infantil…”

Além dessas situações mais drásticas, Andréa enfatiza que toda orfandade aumenta a vulnerabilidade, especialmente nos casos minoritários de crianças que perderam tanto a mãe quanto o pai, ou daquelas que já eram criadas por mães solo, quantidade bastante frequente. Os profissionais de saúde que morreram e deixaram filhos eram numerosos, mas, como a pandemia escancarou desigualdades sociais, a maioria dos órfãos era de filhos de trabalhadores de limpeza, alimentação, transporte ou informais, que não puderam parar e se isolar em casa.

Diante de exemplos tão trágicos, a promotora buscava entender melhor a dimensão da orfandade causada pela covid-19 no Brasil, quando as primeiras estimativas globais sobre a tragédia foram lançadas por pesquisadores do Imperial College, de Londres, na Inglaterra, em julho de 2021. Andréa entrou em contato com os pesquisadores, contou sobre a sua experiência localizando os órfãos de Campinas e, a partir daí, passou a colaborar com o grupo de estudos, que é o mesmo responsável pelas novas estimativas.

Cruzamento de dados

Graças ao encontro com Andréa, os pesquisadores puderam comparar o resultado dos modelos estatísticos com os dados da promotoria, e confirmar as semelhanças. Conheceram também outra ferramenta dos registros civis brasileiros, que é quase única no mundo. Desde 2015, as certidões de nascimento já são emitidas em conjunto com o CPF e, quando o documento é registrado, os cartórios associam o número das crianças ao CPF dos pais, o que permite o cruzamento de informações, inclusive em casos de orfandade.

Com isso, a Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen/Brasil) verificou que, de março de 2020 a setembro de 2021, 12,2 mil crianças de até 6 anos ficaram órfãos por causa da covid-19, com proporções similares de mortes maternas e paternas, e de ocorrências ao longo dos meses. Como os dados da Arpen cobrem apenas as crianças nascidas de 2015 para cá ou aquelas que tiveram a certidão de nascimento reemitida, não seria possível saber a dimensão da orfandade apenas por eles, mas os registros serviram para reforçar a validade das estimativas do estudo.

“O objetivo é lembrar que, mesmo depois do fim da pandemia, nós precisamos de políticas públicas para dirimir as desigualdades provocadas pela pandemia, porque nós sabemos que algumas pessoas saíram em uma situação muito mais vulnerável que outras. Não houve um programa desenhado para essas crianças especificamente, e a sociedade não estava acostumada a essa magnitude de órfãos. Os programas que existem claramente precisam ser fortalecidos, porque temos um grupo novo de crianças e adolescentes, que não era esperado", reforça a pesquisadora Lorena Barberia.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Pernambuco é o terceiro estado com menos guardas armadas do Brasil


 

Pernambuco ocupa o terceiro lugar entre os estados com menor percentual de guardas municipais armadas do país, segundo o Diagnóstico Nacional das Guardas Municipais, divulgado nesta quarta-feira (22) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). Apenas 6,38% das corporações pernambucanas fazem uso de armas de fogo, índice inferior à média nacional (41,15%) e que coloca o estado atrás apenas de Rondônia (0%) e Rio de Janeiro (2,33%).

O levantamento, o primeiro do tipo realizado no Brasil, foi conduzido pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) em parceria com a Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). O estudo faz parte das ações do Programa Município Mais Seguro, que pretende investir R$ 171 milhões em municípios brasileiros para fortalecer as estruturas locais de segurança e ampliar a atuação das guardas municipais.

Em território pernambucano, 89 municípios possuem uma corporação desse tipo estruturada. Entre eles estão, por exemplo, Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho e Paulista, na Região Metropolitana; Vitória de Santo Antão, Carpina, Glória do Goitá, Escada, Palmares e Ribeirão, nas zonas da Mata Norte e Sul; Santa Cruz do Capibaribe, Caruaru e Garanhuns, no Agreste; Triunfo, Tabira, Serra Talhada e Orobé, no Sertão; entre outras. Esse número corresponde a 48,11% do total de municípios do estado. No entanto, apenas 47 responderam as perguntas para participar do diagnóstico realizado pelo Ministério.

Em todo o país, a pasta identificou a existência de 1.238 guardas municipais, mas só 678 participaram do levantamento. O Nordeste lidera em número absoluto de corporações: 653, o que representa 52,75% do total de efetivos do país. Por outro lado, o Sul (79,37%) e o Centro-Oeste (70,37%) concentram as maiores proporções de guardas armadas em relação ao número de corporações existentes.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Governo apresenta projeto que agrava pena para organizações criminosas


 

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, enviou na tarde desta quarta-feira (22) para análise do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da Casa Civil o projeto de lei chamado de Antifacção. A proposta inclui agravar a pena para lideranças e integrantes de organizações criminosas.

Os condenados pelo crime de "organização criminosa qualificada", que passaria a ser um novo tipo penal, poderão receber a pena de de 30 anos de prisão. O texto prevê ainda a criação de um banco de dados nacional para ter uma espécie de catálogo de informações dessas facções com a finalidade de reunir informações estratégicas para investigação e rastreamento desses grupos.

 “Nós fizemos o possível para dar uma resposta nesse momento”, disse o ministro, que avalia que o Estado tem o desafio de estar “mais organizado do que o crime”, “cada vez mais sofisticado”.

Ele entende que a proposta é a de atualizar a lei das organizações criminosas, que é de 2013. O projeto prevê ainda ações para diminuir os recursos financeiros das facções de maneira mais rápida.

Um exemplo das ações seria a apreensão de bens, direitos ou valores do investigado, inclusive durante o curso do inquérito ou quando houver suspeita de que sejam produtos ou instrumento de prática de crimes.

Infiltração

Outra ação prevista pela proposta é a de infiltração de policiais e colaboradores na organização criminosa durante a investigação e até a possibilidade de criar pessoas jurídicas fictícias para facilitar a infiltração na organização criminosa

O projeto de lei ainda apresenta outra possibilidade, durante a investigação, ao autorizar o monitoramento dos encontros realizados entre presos provisórios ou condenados integrantes de organização criminosas

Penas de prisão

O ministro defendeu a necessidade de aumento de pena da organização criminosa simples, de 3 a 8 anos de prisão para de 5 a 10 anos. O agravamento ainda maior (de dois terços ao dobro) das penas ocorreria nos casos do tipo penal caracterizado como “organização criminosa qualificada”.

Entre os exemplos dessa característica, estão nos casos em que ficar comprovado o aliciamento de criança ou adolescente para o crime, ou mesmo quando a ação for funcionário público. Outra “qualificação” do crime organizado pode ser entendida nos casos de exercício de domínio territorial ou prisional pela organização criminosa.

São ainda situações de agravamento de pena o uso de arma de fogo de uso restrito ou proibido e quando houver morte ou lesão corporal de agente de segurança pública. Pelo projeto, o crime tipificado como de organização criminosa qualificada passa a ser considerado hediondo, ou seja, inafiançável.

Fonte: Diário de Pernambuco.

OMS diz que crise de saúde e humanitária em Gaza vai durar anos


 

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, alertou que a Faixa Gaza passa por uma catástrofe sanitária e humanitária que durarão vários anos, sendo imprescindível um aumento significativo de ajuda para atender as necessidades complexas da população da região.

Tedros apontou que a população do enclave palestino enfrenta fome, ferimentos graves, um sistema de saúde colapsado e surtos de doenças e infecções agravados pela destruição das infraestruturas de água e saneamento. "Além disso, há acesso restrito à ajuda humanitária. Esta é uma combinação muito fatal, o que torna a situação catastrófica e indescritível. Associando-se à fome com um problema de saúde mental que vemos ser generalizado, a situação se torna uma crise para as gerações futuras", enfatizou.
O Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas também comunicou na terça-feira (21) que caminhões com mais de 6.700 toneladas de alimentos tinham entrado em Gaza desde 10 de outubro, mas este número ainda esta consideravelmente abaixo da meta de duas mil toneladas por dia. “600 caminhões de ajuda humanitária precisam chegar a Gaza por dia, mas a média é entre os 200 e os 300”, disse o PAM.

O chefe da OMS defende que a ajuda não deve ser transformada numa arma e apelou a Israel para que não imponha condições à entrega de apoio e permita que os grupos humanitários regressem ao território. “Não é possível ter uma resposta alargada sem aqueles que podem ajudar no terreno. Deve haver acesso total, não pode existir qualquer condição, especialmente após todos os reféns vivos terem sido libertados e uma boa parte dos restos mortais terem sido enviados. Não esperava que houvesse restrições adicionais. Todas as travessias disponíveis são necessárias para levar ajuda suficiente a Gaza", sublinhou, acrescentando que materiais destinados à recuperação do sistema de saúde, para construir hospitais de campanha, também foram confiscados na fronteira pelas autoridades israelenses.

A ONU já estimou que o custo da reconstrução de Gaza será de aproximadamente 53 bilhões de dólares, sendo que, segundo a OMS, cerca de 10% deste valor terá de ser gasto no seu sistema de saúde.

Tribunal da ONU reitera a garantia das necessidades básicas

O Tribunal Internacional de Justiça (TIJ) emitiu hoje um parecer que diz que Israel tem de apoiar os esforços de ajuda humanitária prestados pela ONU e tem a obrigação de garantir as necessidades básicas da população civil do enclave, incluindo os fornecimentos essenciais à sua sobrevivência, além de não pode recorrer à fome como "método de guerra". O parecer do TIJ ocorre depois das Nações Unidas ter pedido aos juízes do tribunal superior um parecer consultivo quanto às obrigações de Israel, enquanto potência ocupante.

O TIJ anunciou que possui competência para se pronunciar de modo coerente sobre as obrigações de Israel, enquanto potência ocupante dos territórios palestinos, em relação a agências humanitárias, como é o caso da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA, na sigla em inglês). "O tribunal conclui que Israel não fundamentou as alegações de que uma parte significativa dos funcionários da UNRWA são membros do Hamas ou de outras facções terroristas", afirmou Yuji Iwasawa, presidente do TIJ.

A instância judicial internacional advertiu que o bloqueio substancial do apoio humanitário feito por Israel durante um período de tempo significativo já teve consequências catastróficas para a população de Gaza.

Em contrapartida, o Ministério das Relações Exteriores israelense rejeitou terminantemente as conclusões do tribunal e classificou o parecer sobre a UNRWA como vergonhoso. “Israel rejeita categoricamente o parecer consultivo do TIJ, que era totalmente previsível desde o início em relação à UNRWA. Esta é mais uma tentativa política de impor medidas políticas contra Israel sob o pretexto do Direito Internacional. Tel Aviv cumpre integralmente as suas obrigações ao abrigo do Direito Internacional”, diz a nota da chancelaria israelense.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Senado aprova isenção de tributos para doação de medicamentos


 

O Senado aprovou nesta terça-feira (21) o Projeto de Lei (PL) 4719/2020 que isenta do pagamento de diversos tributos as doações de medicamentos à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios, às santas casas de misericórdia, à Cruz Vermelha Brasileira e a entidades beneficentes da assistência social. O texto segue para a Câmara dos Deputados.

Uma emenda aprovada pelos senadores ampliou o rol de organizações que também poderão se beneficiar da medida. Agora, as Organizações Sociais, Organizações da Sociedade Civil e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público poderão receber as medicações.

Pela proposta, a doação de medicamentos fica isenta dos pagamentos da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PIS/Pasep), da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Além disso, os medicamentos doados devem ter, no mínimo, seis meses de validade. Os remédios doados não poderão ter finalidade lucrativa e deverão ser usado em atividades assistenciais.

As doações não poderão ser realizadas para pessoas físicas, e o controle e a fiscalização das doações de medicamentos beneficiadas com a isenção do projeto ocorrerão segundo regulamento a ser editado pela Secretaria Especial da Receita Federal, do Ministério da Fazenda.


Benefício ambiental e social

De acordo com o Conselho Federal de Farmácia, aproximadamente 14 mil toneladas de medicamentos deixam de ser utilizadas anualmente no Brasil, sendo descartadas, em grande parte, de forma inadequada.

O relator do projeto na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), Fernando Farias (MDB-AL), disse que, além de esse descarte representar um passivo ambiental, com risco de contaminação de solos, rios e lençóis freáticos, o projeto vai beneficiar as populações vulneráveis com segurança.

"O projeto atua exatamente nesse ponto, ao prever que os medicamentos só poderão ser doados quando houver prazo remanescente de validade”, pontuou.

Farias lembrou ainda que assistência farmacêutica é componente essencial da atenção integral à saúde.

“Os medicamentos cumprem papel central na recuperação dos pacientes, mas apresentam riscos quando utilizados de forma incorreta ou quando sua qualidade está comprometida. Nesse sentido, a correta gestão de estoques e a destinação social dos excedentes se tornam instrumentos de política pública fundamentais para reduzir desperdícios e ampliar o acesso”, concluiu.

Fonte: Diário de Pernambuco.

STF condena os sete réus do núcleo 4 da trama golpista com penas entre 7 e 17 anos


 

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) condenou ontem os sete réus do núcleo 4 da trama golpista ocorrida durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As penas variam de 7 a 17 anos.

Por 4 votos a 1, a maioria dos ministros do colegiado concordou com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) e entendeu que os réus promoveram ações e desinformação para propagar notícias falsas sobre o processo eleitoral e ataques virtuais a instituições e autoridades em 2022.

As penas foram propostas pelo relator da ação penal, ministro Alexandre de Moraes, e seguidas pelos ministros Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. O ministro Luiz Fux não votou por considerar que a acusação da PGR deveria ser considerada improcedente.

“Para todos os que insistem na desinformação e no discurso de ódio, todos devem saber que a Justiça Eleitoral e o Ministério Público estarão atentos no ano que vem já com essa jurisprudência do STF. Liberdade de expressão não é liberdade de agressão. Serão responsabilizados penalmente”, afirmou Moraes durante a leitura da dosimetria das penas.

Com a decisão desta terça, cada um dos sete réus do núcleo 4 recebeu uma pena específica. Confira como ficaram as condenações:

ÂNGELO DENICOLI

É major da reserva do Exército e recebeu a maior pena. Foram 17 anos de prisão em regime fechado, além de 120 dias multa. Segundo Moraes, Denicoli “contribuiu para a propagação dos atos antidemocráticos com o objetivo de gerar esse cenário de comoção e desconfiança”.

REGINALDO ABREU

É coronel do Exército. Sua pena foi fixada em 15 anos e 6 meses de prisão em regime fechado e 120 dias multa.

MARCELO BORMEVET

Agente da Polícia Federal, Bormevet recebeu pena de 14 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, além de 120 dias multa.

GIANCARLO RODRIGUES

É subtenente do Exército. A pena foi fixada em 14 anos de prisão em regime fechado e 120 dias multa.

AILTON MORAES BARROS

É ex-major do Exército e recebeu pena de 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, além de 120 dias multa.

CARLOS CÉSAR MORETZSOHN ROCHA

É o presidente do Instituto Voto Legal. Sua pena foi a menor dos sete réus: 7 anos e 6 meses de prisão no regime semiaberto, além de 40 dias multa. Segundo Moraes, “aqui há uma diferença em relação aos demais, a aplicação de uma atenuante, porque ele tem mais de 70 anos”.

GUILHERME ALMEIDA

É tenente-coronel do Exército e teve pena fixada em 13 anos e 6 meses de prisão em regime fechado, além de 120 dias multa.

Outros núcleos serão julgados

Até o momento, o STF já condenou 15 réus pela trama golpista. Além dos sete condenados ontem, a Corte apenou mais oito acusados, que pertencem ao núcleo 1, liderado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

O julgamento do núcleo 3 está marcado para 11 de novembro. O grupo 2 será julgado a partir de 9 de dezembro.

Luiz Fux pede para sair da Primeira Turma

Em meio ao julgamento, o ministro Luiz Fux pediu para deixar a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). A decisão cabe ao ministro Edson Fachin, presidente da Corte, que recebeu o ofício, mas ainda não analisou o requerimento.

Fux pediu para ser transferido para a Segunda Turma na vaga aberta com a aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso. A possibilidade está prevista no regimento do STF.

Se a transferência for imediata, Fux corre o risco de não participar dos julgamentos dos demais núcleos da trama golpista. O ministro ficou isolado ao antagonizar com Alexandre de Moraes, relator dos processos sobre o plano de golpe.

Fonte: Diário de Pernambuco. 

Governo deve propor retomar taxação de bets e fintechs e medidas de cortes de gastos em projetos


 

O governo de Luiz Inácio Lula da Silva quer ressuscitar pontos da medida provisória (MP) alternativa ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) em projetos de lei. A nova estratégia é discutir esses temas de forma separada: iniciativas de aumento de arrecadação, como a taxação de bets e fintechs; e as medidas de corte de gastos.

O objetivo é diluir as resistências. Uma das ideias é incluir os temas em projetos já em tramitação no Congresso por meio da iniciativa de parlamentares.

A parte relativa à tributação de ativos financeiros, como a uniformização das alíquotas e o fim da isenção de títulos como LCA e LCI, por sua vez, devem ficar de fora desta vez.

Na semana passada, o ministro havia sugerido ainda que via espaço para recuperar a proposta de limitação de compensações tributárias indevidas dentro dos temas considerados "incontroversos".

A decisão final, no entanto, será tomada ao longo do dia. Como mencionou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está prevista uma reunião com a Casa Civil nesta terça-feira para definir uma solução para o impasse no Orçamento após a MP perder a validade antes de ser votada pelo Congresso.

Um integrante do governo afirmou que, no encontro, os técnicos das duas pastas devem mapear os projetos em que as medidas da MP poderiam ser incluídos e os parlamentares que tomariam a iniciativa. Segundo Haddad, “até o começo da tarde” será apresentada “uma definição do que fazer”.

"A Casa Civil e a Fazenda estão reunidos hoje para processarmos aquilo que foi discutido com os líderes, e até o começo da tarde vamos ter uma definição do que fazer em relação a tudo, para a gente fechar (as contas públicas), essas leis todas têm que estar harmonizadas. Quanto vai ter de despesas, quanto vai ter de receita, a LDO e Orçamento", disse.

A MP, que perdeu a vigência na semana passada, era considerada crucial para fechar as contas de 2026. No total, a expectativa era de arrecadação de R$ 20,9 bilhões. O aumento de 12% para 18% da cobrança sobre bets renderia R$ 1,7 bilhão, enquanto o aumento da alíquota de CSLL para fintechs levaria a um aumento de receita de R$ 1,58 bilhão.

O aumento da alíquota de Imposto de Renda sobre a distribuição de Juros sobre Capital Próprio (JCP) de 15% para 20% elevaria a arrecadação em R$ 4,99 bilhões. Já a estimativa da limitação de compensação tributária indevida era de R$ 10 bilhões.

Além disso, o governo previa economizar R$ 10,7 bilhões com medidas de redução de despesas, como ajustes nas regras do seguro defeso, a limitação de compensações previdenciárias, a inclusão do Pé-de-Meia no piso da educação e a redução do prazo do benefício do auxílio-doença concedido por análise documental (Atestmed).

Fonte: Folha de Pernambuco.

Dia D de multivacinação atingiu mais de 130 mil doses, segundo Secretaria da Saúde


 

Pernambuco aplicou mais de 130 mil doses de imunizantes durante o Dia D da Campanha Nacional de Multivacinação, segundo a Secretaria Estadual de Saúde (SES). No sábado (18), foram disponibilizadas imunizações contra gripe, febre amarela, dengue, sarampo, varicela e COVID-19, entre outras.

Nos mais de 2 mil locais de vacinação de todo o Estado, os imunizantes mais aplicados foram: influenza, com 27.414 doses, varicela, com 15.792, e Febre Amarela, com 14.778. Mais 7.557 pessoas receberam a tríplice viral e 1.698 maiores de 14 anos se vacinaram contra o HPV, no esforço de resgate vacinal.

Todos os dados foram consolidados de 178 municípios pernambucanos, como explicou a SES-PE. O órgão também destacou a vacinação contra a dengue, tétano e difteria e a COVID.

"O Dia D tem impacto na adesão à vacinação e contribui para aumentar a cobertura vacinal. Muitas pessoas aderiram e buscaram atualizar as cadernetas de suas crianças e adolescentes", comemorou a superintendente de Imunizações da Secretaria Estadual de Saúde, Magda Costa.

Campanha

No Dia D, pais e responsáveis puderam atualizar a caderneta de vacinação de suas crianças e adolescentes, e também foram chamados os jovens de até 19 anos que ainda não tinham tomado a vacina contra o HPV, além de adultos sem proteção contra o sarampo, que receberam na ocasião a tríplice viral, vacina que protege também contra a caxumba e a rubéola.

A campanha segue até o dia 31 de outubro. Adultos, pais, mães e/ou responsáveis pelas crianças e adolescentes ainda podem buscar as salas e postos de vacinação com o cartão de vacinação, CPF e Cartão Nacional de Saúde para análise do profissional de saúde e atualização da situação vacinal.

Fonte: Diário de Pernambuco.

Prejuízos da poluição sonora diária vai de danos psicológicos a perda auditiva


 

O ruído constante das ruas, buzinas, obras e som alto em festas vem deixando sequelas cada vez mais claras na saúde auditiva, e a Região Metropolitana do Recife não está imune ao problema. Na capital, o Código Municipal de Meio Ambiente estabelece limites de emissão sonora que variam por horário e tipo de área e em geral são permitidos até 70 decibéis entre 6h e 18h e, à noite, limites menores, com quedas para 55 decibéis e 45 quando se trata de áreas sensíveis, como escolas e hospitais.

As regras existem para proteger o sossego e a saúde da população, mas o descumprimento e a exposição contínua tornam a fiscalização e a conscientização necessárias. Uma pesquisa da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) intitulada “Diagnóstico da Poluição Sonora na Cidade do Recife” aponta que muitos pontos urbanos do Recife apresentam níveis de ruído que incomodam e, em alguns casos, superam limites saudáveis.

O trabalho destaca que trabalhadores como camelódromos registraram exposição diária a diferentes fontes sonoras, com o tráfego figurando entre os principais geradores de incômodo.

Os principais vilões do barulho são bares, restaurantes, atividades religiosas, propagandas com caixas de som, casas de show e obras da construção civil. Segundo a pesquisa, Boa Viagem, no sul da cidade, e bairros do Centro e Zona Norte, como Boa Vista e Casa Amarela, concentram grande parte das denúncias.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o ruído é considerado a terceira maior forma de poluição do planeta, atrás apenas da água e do ar. Sons acima de 75 decibéis já podem causar danos auditivos, estresse, aumento da pressão arterial e distúrbios do sono.

“A gente sabe que o uso prolongado e com volume alto também causa perda auditiva. Hoje, vivemos até uma espécie de “epidemia” de perdas auditivas em pacientes jovens, justamente pelo uso excessivo de fones com volume muito alto”, afirma a otorrinolaringologista Nicole Cardoso.

Níveis de ruído e riscos à audição

No Brasil, as normas trabalhistas estabelecem que o limite de exposição segura durante uma jornada de oito horas é de 80 decibéis. Isso significa que quanto mais alto for o ruído, menor deve ser o tempo de permanência no ambiente para evitar prejuízos auditivos.

De acordo com uma tabela elaborada pela Universidade de São Paulo (USP), o tempo máximo recomendado de exposição varia conforme a intensidade sonora, de até 8 horas para 85 decibéis; 4 horas para 90 decibéis; 2 horas para 95 decibéis; 1 hora para 100 decibéis; 30 minutos para 105 decibéis e apenas 15 minutos para 110 decibéis.

O otorrinolaringologista Luiz Antônio Barbosa explica que “existem algumas alterações auditivas induzidas por ruído que são causadas por sons contínuos, como, por exemplo, a exposição prolongada à música em volume alto ou ao uso de equipamentos e máquinas que produzem ruídos constantes. Esses casos precisam de uma continuidade na exposição para gerar lesão auditiva. Por exemplo, uma pessoa que opera uma máquina diariamente fica exposta àquele som por várias horas, e essa exposição repetida, ao longo do tempo, pode causar dano auditivo”.

Dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS) de 2019, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que 17,3 milhões de brasileiros com dois anos ou mais, o equivalente a 8,4% da população, possuem algum tipo de deficiência.

A pesquisa explica que a perda auditiva se caracteriza quando a pessoa tem muita dificuldade para ouvir ou não consegue escutar de forma alguma. Uma das principais causas é a exposição constante a ruídos intensos, especialmente acima de 85 decibéis, durante longos períodos.

“A chamada perda auditiva induzida por ruído, que ocorre pela exposição constante a sons altos, pode não ter reversão. Uma vez que a perda acontece, o paciente pode não recuperar mais a audição. Então, por exemplo, se a pessoa reside ou trabalha ao lado de um local onde há uma obra com uso de maquinário, que produz sons muitas vezes acima de 100 decibéis, ela pode, em apenas uma ou duas horas de exposição, desenvolver uma lesão auditiva irreversível”, destaca a otorrinolaringologista Nicole Cardoso.

Barulho do trânsito associado à depressão e ansiedade

Um levantamento realizado pela Universidade de Oulu, na Finlândia, indica que viver em locais com muito barulho de trânsito pode elevar o risco de depressão e ansiedade entre crianças, adolescentes e jovens adultos. O estudo identificou que níveis de ruído acima de 53 decibéis já representam um fator de risco para a saúde mental.

“O som é processado inicialmente como um estímulo neutro, mas torna-se um estressor quando ultrapassa a capacidade de adaptação do sistema nervoso, seja pela intensidade, frequência, imprevisibilidade ou impossibilidade de controle. O cérebro, especialmente a amígdala, interpreta ruídos altos ou contínuos como potenciais sinais de ameaça. Isso aciona o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, liberando cortisol e adrenalina. Quando essa resposta é repetida, o corpo permanece em estado de alerta prolongado”, explica a psicóloga Brunna Lima.

A pesquisa, publicada na revista Environmental Research, acompanhou mais de 114 mil pessoas nascidas entre 1987 e 1999. Os participantes foram monitorados por até dez anos, entre 8 e 21 anos de idade, com base em informações sobre o ambiente residencial e registros de saúde.

Os cientistas calcularam a média anual de ruído proveniente do tráfego rodoviário e ferroviário nas áreas onde os jovens viviam. Esses dados foram cruzados com diagnósticos de depressão e ansiedade. A partir dessa análise, os pesquisadores conseguiram traçar um retrato detalhado da relação entre a exposição ao som urbano e o bem-estar psicológico.

Os resultados mostraram que o risco de ansiedade é mais baixo em locais onde o ruído fica entre 45 e 50 decibéis. No entanto, quando o nível passa dos 53, o som começa a funcionar como um estressor psicológico importante, afetando a saúde emocional dos jovens, mesmo que eles morem ou durmam na parte mais silenciosa da casa.

“Vários estudos mostram que a poluição sonora noturna interfere na arquitetura do sono, especialmente nas fases profundas (REM e N3). Isso gera despertares noturnos, sono fragmentado, aumento de irritabilidade e ansiedade, e, a longo prazo, maior risco de sintomas depressivos”, pontua Brunna Lima.

A profissional ainda destaca que crianças, que possuem o sistema nervoso ainda em desenvolvimento podem sofrer problemas de atenção, aprendizado e regulação emocional “processam estímulos sensoriais com maior intensidade e o som pode ser percebido como invasivo ou doloroso”.

Fonte: Diário de Pernambuco.

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