O interesse dos trabalhadores no
novo crédito é gigantesco. Apesar disso, o volume de operações aprovadas é
ínfimo. Bancos e fintechs têm mantido cautela, e não têm oferecido crédito
diante de divergências em dados apresentados na plataforma criada pelo governo.
Dados do Ministério do Trabalho
(MTE) mostram que apenas 0,2% das solicitações feitas viraram operações de
crédito. O dado relativo à noite de domingo comprova dois fatos: 1) o
gigantesco interesse dos trabalhadores por crédito e 2) a baixíssima adesão dos
bancos e fintechs na oferta de crédito.
Às 18h do domingo, o sistema
Dataprev indicava 40,2 milhões de simulações de empréstimo via Carteira Digital
de Trabalho. De posse dos dados das simulações, os trabalhadores solicitaram
4,5 milhões de propostas de crédito novo.
De todo esse volume de pedidos de
crédito, foram concluídos apenas 11.032 contratos de empréstimo. O número
equivale a apenas 0,2% de todas as solicitações.
“Impera o receio com a
operacionalização desse crédito”, resume um executivo do sistema financeiro,
que passou o fim de semana acompanhando os dados na plataforma Dataprev.
Um dos problemas que mais chama
atenção dos bancos é o cálculo da margem consignável. A regra prevê que os
trabalhadores poderão comprometer até 35% do salário.
A plataforma Dataprev informa
esse limite conforme o salário bruto dos interessados, mas o mercado de crédito
tem como praxe usar o salário líquido na conta. A diferença, explicam
executivos do setor, pode aumentar bastante o risco da operação.
Essa diferença em grandes
volumes, argumentam, poderia exigir um aporte em provisões não previsto e até
afetar o índice de Basileia das instituições financeiras. “Na dúvida, ninguém
tá emprestando”, resume um executivo.
Grandes bancos privados
tradicionais e instituições financeiras digitais de grande porte têm preferido
“ficar de fora” até que haja maior confiança no funcionamento da operação,
dizem executivos do setor.
Fonte: CNN Brasil.
Nenhum comentário:
Postar um comentário