Uma megaoperação das polícias
Civil e Militar nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte do Rio,
deixou quatro policiais mortos além de oito agentes feridos, na manhã desta
terça-feira (28). De acordo com a Polícia Civil, 60 suspeitos foram
mortos, dois deles da Bahia. Quatro moradores também foram atingidos.
O objetivo da ação é cumprir
mandados de prisão contra integrantes do Comando Vermelho (CV), 30 deles de
fora do Rio, escondidos nos dois conjuntos de favelas, identificados pela
investigação como bases do projeto de expansão territorial do CV.
Até o fim da manhã, 81 pessoas
foram presas e 75 fuzis foram apreendidos na ação, que mobiliza 2,5 mil
policiais e também promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco/MPRJ).
Operação no RJ marca mudança no
padrão de enfrentamento
A operação marca uma mudança no
padrão de enfrentamento entre as forças de segurança do Rio e as facções
criminosas. Em uma demonstração inédita de poder bélico, traficantes utilizaram
drones para lançar granadas contra equipes das forças especiais da Core e do
Bope, cenário típico de guerra.
Para esse "bombardeio",
os criminosos acionam um gatilho mecânico ou elétrico que libera a carga
enquanto mantêm o equipamento em voo, afastando-se sem se expor. Além disso, em
outro sinal de uma escalada nos confrontos, o governo estadual declarou que não
tem condições de atuar sozinho e que o conflito ultrapassou o âmbito da
segurança pública tradicional.
— Essa operação de hoje tem muito
pouco a ver com Segurança Pública. É uma operação de Estado de Defesa. É uma
guerra que está passando os limites de onde o Estado deveria estar sozinho
defendendo. Para uma guerra dessa, que nada tem a ver com a segurança urbana,
deveríamos ter um apoio maior e até das Forças Armadas. É uma luta que já
extrapolou toda a ideia de Segurança Pública e que está na Constituição. O Rio
está sozinho nessa guerra — disse o governador Cláudio Castro.
A declaração de Castro apontou
para a necessidade de participação do governo federal, inclusive com
possibilidade de acionamento das Forças Armadas. Segundo o governador, ele teve
negado por três vezes o pedido que fez para ter ajuda de blindados da Marinha e
Exército. Castro fez ainda um alerta para a possibilidade de forte tentativa de
retaliação dos criminosos diante de tantos mortos e apreensões.
Integrantes do governo de Luiz
Inácio Lula da Silva avaliam que as declarações do governador do Rio, Cláudio
Castro (PL), de responsabilizar a falta de apoio federal pela crise de
segurança, é um movimento político de Castro para antecipar a disputa eleitoral
do ano que vem.
Fonte: Folha de Pernambuco.


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