Você já ouviu falar em inflamação
silenciosa? Não é uma condição que aparece com sintomas evidentes, mas pode ser
um alerta para problemas sérios de saúde. Recentemente, um estudo de 30 anos
com mais de 12 mil mulheres revelou que níveis elevados de proteína C-reativa
de alta sensibilidade (PCR-us), um marcador de inflamação, podem ser tão
arriscados quanto o colesterol LDL alto para doenças cardíacas. O estudo foi
apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia em Madri, nesta
sexta-feira, e publicado no European Heart Journal.
O estudo acompanhou 12.530
mulheres inicialmente saudáveis, sem fatores de risco modificáveis como
colesterol alto, tabagismo ou pressão alta. Apesar disso, 973 delas sofreram
eventos cardiovasculares, como infarto ou derrame. O principal autor da pesquisa,
Dr. Paul Ridker, cardiologista da Universidade de Harvard, destaca que metade
dos ataques cardíacos e derrames ocorrem em pessoas sem fatores de risco
tradicionais.
A inflamação pode aumentar o risco de doenças cardíacas mesmo na ausência
desses fatores. Dr. Ridker enfatiza que, sem a medição da PCR-us, essas
mulheres podem não receber o tratamento necessário para prevenir eventos
graves.
A importância do rastreamento da
inflamação
Atualmente, a medição da PCR-us
não é parte padrão dos exames de rotina nos Estados Unidos. No entanto, na
Europa, já é considerada uma prática comum. O estudo sugere que a inflamação
deve ser incluída nos exames de doenças cardíacas, especialmente para mulheres
sem fatores de risco tradicionais. Anais Hausvater, cardiologista da NYU
Langone Health, considera o estudo "potencialmente transformador de
práticas", destacando que muitas mulheres não estão sendo rastreadas para
inflamação.
Tania Ruiz, cardiologista da
Universidade Vanderbilt, também vê o estudo como promissor, sendo o primeiro em
larga escala a avaliar a PCR-us como preditor de eventos cardiovasculares em
mulheres saudáveis.
A boa notícia é que a medição da
PCR-us é simples e barata, realizada por meio de um exame de sangue. Se você
está na faixa etária de risco, especialmente entre 40 e 60 anos, é recomendável
conversar com seu médico sobre a realização desse exame. Identificar níveis
elevados de inflamação pode ser um passo crucial para prevenir doenças
cardíacas e derrames.
Fonte: Folha de Penambuco.
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