Em sua coluna semanal na Rádio
Eldorado, o especialista, que normalmente não é tão otimista, afirmou
vislumbrar uma chance real de avanços em temas como financiamento e, até mesmo,
no Mapa do Caminho, proposto por Lula, para a transição energética. "Esta
é uma semana decisiva, cada dia que passa é um dia a menos para chegarmos a um
acordo", afirmou. "Na primeira semana, os temas foram colocados na
mesa, foi discutido o que dá para avançar ou não; agora chegam os ministros de
Estado que vão tomar as decisões."
Nesta semana, os diplomatas
também começam a elaborar os rascunhos dos documentos finais, lembra Astrini,
com os pontos em consenso acertados e seguindo com a discussão dos pontos em
que não há acordo. Entre os temas principais ainda em aberto estão o
financiamento das adaptações ao aquecimento e à transição energética pelos
países desenvolvidos.
Para Astrini, a volta de Lula a
Belém é importantíssima como reforço para avanços no Mapa do Caminho, proposto
pelo presidente, um roteiro para o fim do uso de combustíveis fósseis
"Sair daqui com o Mapa do Caminho pronto seria algo inédito, muito
difícil", disse Astrini. "Mas, talvez, consigamos um rascunho e a
indicação de um grupo de cientistas para elaborar o roteiro. Parece pouco, não
anda na velocidade necessária, mas seria um salto importante, uma nova injeção
de ânimo."
O especialista disse ainda que as
manifestações da sociedade civil são importantes para pressionar os diplomatas.
"É preciso que quem está negociando o clima entenda que toda negociação
aqui trata da vida de quem não está na sala de reuniões, mas sim no Sul, no
Pantanal, no semiárido, vivenciando os extremos climáticos", lembrou.
"O que não for decidido aqui tem um impacto muito grande na vida das
pessoas. Por isso, é muito bom termos essas manifestações, a população se
organizando, para não deixar os diplomatas esquecerem por que estão aqui."
Fonte: Folha de Pernambuco.


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