O deputado Eduardo Bolsonaro
(PL-SP) não só fracassou na tentativa de promover a intervenção do governo
norte-americando para livrar da prisão o seu pai, Jair Bolsonaro (PL). O
ex-presidente concluiu que seu filho, na verdade, tem passado informações distorcidas
— quando não falsas — sobre suas tratativas com autoridades trumpistas dos EUA.
A certeza de Bolsonaro de que
Eduardo lhe escondeu a mudança de posição de Trump sobre o governo brasileiro
veio quando ele soube das declarações do presidente dos EUA com o brasileiro
Luiz Inácio Lula da Silva (PT) logo após o encontro dos dois, ontem (26) em
Kuala Lumpur, na Malásia,.
Lula e Trump participam da cúpula
da Asean (Associação de Nações do Sudeste Asiático). Sorridente frente ao
colega brasileiro, o presidente dos EUA disse ser “uma grande honra” estar com
Lula e arrematou: “Acho que eles [o Brasil e o governo] estão indo muito bem
até onde sei. Podemos fazer bons acordos para ambos os países. Acho que nós
faremos acordos. Conversamos e acho que teremos um bom relacionamento.”
Para desagrado de Bolsonaro, a
conversa entre os dois foi classificada como alegre e descontraída. E Trump
ainda anunciou que pretende visitar o Brasil. Ficou no ar até mesmo a
possibilidade de comparecer à COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre
Mudança do Clima) no estado do Pará.
Bolsonaro esperava que Trump fizesse
menção sobre a necessidade de liberação do ex-presidente pela Justiça
brasileira. Bolsonaro está em prisão domiciliar. Eduardo havia lhe dito que
Trump poderia criticar a prisão, mas o presidente dos EUA não fez qualquer
menção.
Desconfiado de Eduardo, Bolsonaro
já havia enviado a Washington, nos EUA, seu outro filho, o senador Flávio
Bolsonaro (PL-RJ). Além de convencer o irmão a parar de atacar aliados
estratégicos da direita, como o governador Tarcísio de Freitas
(Republicanos-SP) e o senador Ciro Nogueira (PP-PI), Flávio foi encarregado de
traçar um quadro sobre a veracidade dos informes de Eduardo. O filho Zero Três
do ex-presidente tem dito que Donald Trump continua engajado no projeto de
ataques contra o Brasil.
Flávio não trouxe informações
peremptórias, mas disse ao pai não estar seguro de que o presidente
norte-americano continuasse disposto a sustentar uma briga com o governo
brasileiro.
Na verdade, Trump já vinha dando
sinais à imprensa dos EUA de que estava mudando de posição sobre o Brasil. O
presidente dos EUA tem dito que, mais do que a política, seu interesse está
voltado para os negócios com outros países.
A China impôs limitações à
transferência de tecnologia sobre terras raras para os norte-americanos, e o
Brasil detém a segunda maior reserva desses minerais no planeta. Também tem
interesse em destravar a atuação das chamadas big techs no Brasil.
Trump desviou o foco da questão
política no Brasil para temas comerciais, e Eduardo não deixou isso claro para
o pai.
Além disso, o ex-presidente
considera que está ficando “cara, tanto financeiramente como politicamente” a
permanência de Eduardo nos EUA.
Cara, financeiramente, porque,
segundo bolsonaristas, o filho continua pedindo dinheiro ao clã para permanecer
naquele país. E cara, politicamente, porque, desde que Eduardo se estabeleceu
nos EUA, a popularidade do pai só fez cair, enquanto a de Lula subiu. E os
aliados já começam a se afastar da família.
Fonte: Blog do Magno.


Nenhum comentário:
Postar um comentário