O presidente da Assembleia
Legislativa de Pernambuco (Alepe), deputado Álvaro Porto (PSDB), subiu à
tribuna da Casa, nesta quarta-feira (20), e acusou o assessor especial do
governo, Manoel Medeiros, como integrante da “milícia digital” que opera no
ataque de parlamentares e figura responsável pela denúncia anônima feita contra
a deputada Dani Portela (Psol) junto ao Ministério Público de Contas (MPCO) e à
imprensa.
“Estou aqui para expressar toda
nossa indignação e o mais veemente repúdio desta Casa diante da criação desta
rede paga com dinheiro público para difamar, desonrar e caluniar deputados,
Tribunal de Contas, o Tribunal de Justiça e outros segmentos da sociedade”,
afirmou o deputado.
Em discurso, Álvaro revelou que o
material teria sido apurado pela Superintendência de Inteligência Legislativa
(Suint), que identificou o computador de onde saíram as denúncias contra a
deputada, em um lan house de um shopping, um dia antes da denúncia ser
divulgada.
“A milícia digital não é só obra
da Casa Civil, como se pensava, é apenas um braço da rede. A cabeça, senhoras e
senhores, pasmem - mas, pasmem mesmo - está montada no gabinete da governadora.
A milícia digital palaciana vem sendo operada pelo assessor do gabinete, Manoel
Pires Medeiros Neto. Acabamos de confirmar que ele é o autor da denúncia
anônima encaminhada ao TCE e à imprensa contra a deputada Dani Portela”,
revelou o presidente da Alepe na tribuna.
Denúncia
Dani foi denunciada pela
contratação de uma suposta empresa fantasma para prestação de serviços de
“consultoria e trabalhos técnicos” ao seu gabinete na Alepe, desde 2023, que
pertenceria a um familiar de seu esposo. Para o presidente da Casa, o motivo da
denúncia foi a autoria da parlamentar no requerimento de criação da Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) da Publicidade para apurar contratos e aplicação
dos recursos reservados à publicidade do governo.
Segundo Álvaro em discurso, a
Suint foi acionada e as investigações revelaram que Manoel “não é só o mentor
intelectual, mas também executor de ações milicianas”. Imagens do assessor da
governadora foram divulgadas usando o computador de onde foi confirmado ter
partido a denúncia.
Em entrevista, Álvaro Porto se
disse preocupado e afirmou que a sua denúncia não se tratou de um ataque à
governadora, mas uma investigação feita pelo Superintendência de Inteligência
Legislativa. Segundo o deputado, a cópia da gravação que mostra o assessor da
governadora no estabelecimento foi recebida na tarde da última terça-feira. “A
gente tá vendo que uma base forte que está dentro do Palácio do do governo, tá
se preocupando em atacar os deputados desta Casa”, afirmou.
“Foi uma coisa dirigida e a gente
tá vendo isso de onde partiu? Partiu do de dentro do Palácio, então que seja
apurado e vamos ver qual é a situação que ela vai ter com esse funcionário do
seu gabinete”.
O presidente revelou que um
pedido de nomeação de um delegado especial será feito para investigação da suspeita
de crime e ainda reforçou a continuidade da CPI que investigará os gastos de
publicidade do governo.
“Este é um caso claro de Violação
à Separação dos Poderes. A Constituição estabelece, no seu artigo 2º, que os
Poderes são independentes e harmônicos. E se o Executivo decide utilizar a
máquina pública para intimidar uma parlamentar, comete uma ingerência direta
sobre o Legislativo, ferindo de morte os preceitos fundamentais da
Constituição”, afirmou.
Quem é Manoel Medeiros
O acusado por Álvaro, Manoel
Pires Medeiros Neto, é o mesmo assessor que foi citado em denúncia apresentada
à OAB, onde é acusado com sua prima, a advogada Manoela Álvarez Medeiros, de
atuar num esquema de obtenção irregular de informações para prejudicar
oponentes do governo, acessando processos do Tribunal Regional do Trabalho da
6ª Região, com uso indevido de credenciais de terceiros, e repassando
informações a Manoel, que estaria usando as informações para atacar opositores
do governo nas redes sociais e através de blogs próximos do Palácio do Campo
das Princesas.
Jornalista e economista, Manoel
foi membro do comitê de transição da então governadora eleita, em novembro e
dezembro de 2022. Manoel mantém uma relação de longa data com a
vice-governadora do estado, Priscila Krause (PSD), de quem foi assessor em seus
mandatos de vereadora do Recife e de deputada estadual.
Ainda no discurso Álvaro indagou
qual será o caminho que a governadora deve tomar:
“Vai exonerar o assessor espião, demonstrando desaprovar as ações de
perseguição a deputados e a integrantes de outras instituições públicas? Ou vai
dar a ele uma promoção como premiação pelas ações maquinadas no seu gabinete?”
O deputado ainda ironizou a ação
do assessor do Palácio, lembrando da CPI da Publicidade que vai investigar os
gastos do governo: “Uma coisa é certa. Manoel, ao que tudo indica, apresenta
credenciais e currículo para ser um grande colaborador do trabalho da CPI”.
Por fim, o presidente da Casa
Legislativa finalizou seu discurso deixando o recado para o Governo do Estado,
e disse que a Assembleia não irá recuar.
“Nada nos intimidará. Não
arredaremos o pé da defesa intransigente da independência desta Casa e da
atividade legislativa de cada um de nós, assegurada pela nossa Carta Magna”,
finalizou o discurso.
Em entrevista, Álvaro Porto se disse preocupado e afirmou que a sua denúncia
não se tratou de um ataque à governadora, mas uma investigação feita pelo
Superintendência de Inteligência Legislativa.
Segundo o deputado, a cópia da
gravação que mostra o assessor da governadora no estabelecimento foi recebida
na tarde da última terça-feira. “A gente está vendo que uma base forte que está
no Palácio do Governo se preocupando em atacar os deputados desta Casa”,
afirmou.
“Foi uma coisa dirigida e a gente
tá vendo isso de onde partiu? Partiu do de dentro do Palácio, então que seja
apurado e vamos ver qual é a situação que ela vai ter com esse funcionário do
seu gabinete”.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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