O governo dos Estados Unidos prometeu
novas sanções contra autoridades envolvidas no programa Mais Médicos,
classificado pela administração de Donald Trump como um “esquema
coercitivo de exportação de mão de obra”. A declaração foi divulgada pelo
Gabinete para Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento de Estado, nesta
quinta-feira (14/8), e republicada pela embaixada norte-americana no Brasil. Na
mensagem em tom de ameaça, a diplomacia dos EUA voltou a acusar o Brasil e
a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) de utilizar o programa
para driblar o embargo econômico norte-americano contra Cuba.
“O programa Mais Médicos do Brasil foi um golpe diplomático que
explorou médicos cubanos, enriqueceu o regime cubano corrupto e foi acobertado
por autoridades brasileiras e ex-funcionários da OPAS”, diz a mensagem
compartilhada pela embaixada dos EUA no Brasil. “Não restam dúvidas: os EUA
continuarão responsabilizando todos os indivíduos ligados a esse esquema
coercitivo de exportação de mão de obra”, ameaçou.
Revogação de vistos
Nessa quarta-feira (13/8), Mozart
Julio Tabosa Sales e Alberto Kleiman tiveram seus vistos norte-americanos
cancelados, por terem atuado no Ministério da Saúde durante a implantação do
Mais Médicos no Brasil.
Mesmo que tenha suprido a
escassez de médicos em regiões remotas do país, os EUA afirmam, sem provas
concretas, que o Mais Médicos beneficiou o regime cubano, por meio de
supostos desvios de salários dos profissionais de saúde.
A irregularidade teria acontecido
no processo de pagamento dos médicos, que não recebiam diretamente do governo
brasileiro. Os salários eram enviados pelo Brasil à OPAS, que então repassava
as quantias à Cuba.
Segundo denúncias de alguns
profissionais que integraram o programa, parte dos salários ficava com o
governo cubano, o que estava previsto nos contratos.
Fonte: Jornal Metropoles.
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