O cenário das eleições de 2026
pode já estar sendo delineado com mais um embate entre o presidente Lula (PT) e
o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) após o anúncio dos EUA de taxar em 50% os
produtos importados do Brasil. Segundo análise do economista, doutor em
economia e professor da FIA Business School, Paulo Feldmann.
Para o especialista, a
intromissão de Trump na investigação contra Bolsonaro, que é réu no STF acusado
de ter realizado uma tentativa de golpe de Estado, deve pautar as narrativas
eleitorais.
O norte-americano chamou o
processo de “vergonha internacional”. Em resposta, Lula declarou que o Brasil,
um país soberano, não aceitará “ser tutelado por ninguém", um discurso que
aborda a nacionalidade e que, segundo o economista, “é o que Lula precisava
para ganhar a eleição”.
“O sentimento de nacionalidade é
muito importante. Somos todos brasileiros e queremos que respeitem nosso país”,
disse.
Já o economista e professor da
UFRPE, Luiz Maia, explica que o comportamento de Trump de ameaçar para obter
vantagens em negociações “tem sido o padrão de tudo que Trump fez desde o dia
20 de janeiro”, porém a novidade em relação ao Brasil foi colocar o cunho
político e ideológico na ação. E é essa nova postura, segundo Maia, que pode
favorecer Lula em 2026.
“Quando ele (Trump) apoiou um
certo candidato no Canadá, quem ganhou foi a oposição. Quando ele apoiou um
certo candidato na Austrália, quem ganhou foi a oposição. Então, acaba que
essas investidas políticas do Donald Trump até agora tem péssimo resultado para
ele. E o que pode acontecer no Brasil, hoje, é dar força para Lula e prejudicar
ainda mais um possível candidato de Bolsonaro lá na frente”, pontuou.
EMPRESARIADO
Interlocutores do Planalto consideram que a taxação anunciada por Donald Trump
é um “presente” para o Executivo, que busca reviver a “era de ouro” da relação
com o empresariado. A avaliação de interlocutores do presidente da República é
que nem mesmo o agronegócio e os grandes empreendedores aceitarão calados a taxação
de Trump.
Frentes parlamentares que
geralmente fazem oposição a Lula, inclusive, já se manifestaram contra a
decisão dos EUA e pediram socorro ao governo petista. Os auxiliares do
presidente Lula também enxergam uma oportunidade de desgastar o governador de
São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Agora, muitos bolsonaristas
estão dizendo que Lula ganhou a eleição e os conservadores que cogitavam votar
em Bolsonaro ou em seu indicado, vão rever essa posição”, observou.
Ainda segundo Paulo Feldmann, a eleição de 2026 será “de novo, muito
polarizada”.
Em contagem regressiva para o
início da corrida eleitoral, o presidente Lula, em entrevista após o anúncio de
Trump, declarou que se for necessário, será candidato à reeleição: “Os loucos
que governaram esse país não voltam mais".
Fonte: Diário de Pernambuco.
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