O governo do presidente Donald
Trump abriu nesta terça-feira (15) uma investigação contra o Brasil por suas
práticas comerciais e "ataques" às "empresas americanas de redes
sociais", informou o representante comercial Jamieson Greer.
Na semana passada, Trump ameaçou
o Brasil com tarifas de 50% sobre seus produtos exportados aos Estados Unidos.
O fez, em parte, como castigo pelo julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro
por tentativa de golpe de Estado.
Nesta terça, Washington foi além
ao cumprir sua ameaça de abertura de uma investigação sobre o Brasil, como
prometeu fazer na carta destinada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que
anunciava as novas tarifas aduaneiras aplicáveis a partir de 1º de agosto caso
nenhum acordo seja alcançado antes disso.
"Por ordem do presidente
Trump, lanço uma investigação sob a Seção 301 sobre os ataques do Brasil às
empresas americanas de redes sociais, bem como outras práticas comerciais
injustas que prejudicam empresas, trabalhadores, agricultores e inovadores
tecnológicos americanos", declarou o representante comercial Greer, citado
em comunicado.
A seção 301 da lei de comércio de
1974 aborda práticas estrangeiras desleais que afetam o comércio dos Estados
Unidos.
"As barreiras tarifárias e
não tarifárias do Brasil merecem uma investigação exaustiva e, possivelmente,
medidas corretivas", acrescentou Greer.
As autoridades americanas vão se
concentrar em diversas práticas comerciais.
Washington investigará o comércio
digital e serviços de pagamentos eletrônicos para avaliar se prejudicam as
empresas americanas. Cita como exemplo as restrições à prestação de serviços no
país e a tomada de represálias "por não censurar o discurso
político".
Isso parece fazer referência ao
bloqueio, por decisão judicial, da plataforma Rumble, popular para o
compartilhamento de vídeos entre grupos conservadores, por se negar a suspender
a conta de um usuário residente nos Estados Unidos e foragido da Justiça
brasileira por difundir desinformação.
O governo Trump também
investigará as "tarifas preferenciais injustas" que, segundo ele, o
Brasil concede "às exportações de certos parceiros comerciais globalmente
competitivos", sem citá-los.
Além disso, acusa o Brasil de
"incapacidade" para "aplicar medidas anticorrupção e de
transparência" e de aparentemente negar "a proteção e o
cumprimento" dos direitos de propriedade intelectual.
Quanto ao etanol, o governo Trump
se queixa porque o Brasil abandonou "sua disposição para oferecer um
tratamento praticamente livre de tarifas ao etanol americano" e, em seu
lugar, aplica tarifas aduaneiras "substancialmente mais altas" aos
Estados Unidos do que a outros países.
Por último, assegura que
"Brasil parece não aplicar de forma eficaz as leis e regulações desenhadas
para deter o desmatamento ilegal, o que mina a competitividade dos produtores
americanos de madeira e produtos agrícolas".
Fonte: Folha de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário