Deputados da oposição ergueram
uma bandeira de apoio ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante
entrevista em que protestaram contra decisão do presidente da Câmara dos
Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB). O dirigente da casa legislativa
proibiu duas comissões da Casa de realizarem sessões que homenageariam o
ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Delegado Caveira (PL-PA) e
Sargento Fahur (PSD-PR) drapearam a bandeira com os dizeres "Trump Make
America Great Again (lema da campanha do americano)". Ao ver a frase, o
líder da oposição, Zucco (PL-RS), demoveu os parlamentares. "Estou te
pedindo por favor para não fazer isso. Pode prejudicar", disse.
O presidente da Comissão de
Segurança Pública, Paulo Bilynskyj (PL-SP), disse que a bandeira foi retirada
por não ser o "foco da reunião" desta terça-feira, 22.
Bolsonaristas tentam se afastar
da ideia de que foram Bolsonaro e o filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro
(PL-SP) os responsáveis pela imposição de 50% sobre todos os produtos
brasileiros pelo governo americano.
O próprio Bolsonaro negou isso.
"Isso é lá do governo Trump. Não tem nada a ver com a gente. Querem colar
na gente os 50%. Mentira", disse. "Eu não tenho contato com
autoridades americanas."
Eduardo, porém, disse nesta
segunda-feira, 21, que a possibilidade da imposição de tarifas foi discutida em
reuniões que ele teve com autoridades do governo dos Estados Unidos antes do
anúncio da medida.
Investigadores da PF entendem
que as ações de Bolsonaro tiveram um resultado concreto contra o governo
brasileiro, com a promessa de imposição do tarifaço de 50% por Trump aos
produtos exportados pelo Brasil.
A investigação apontou que o
próprio ex-presidente passou a vincular publicamente a revogação dessa medida
com a aprovação de uma anistia aos acusados de golpe. Nos autos constam
postagens nas redes sociais e entrevistas concedidas por Eduardo e Jair Bolsonaro.
Os colegiados de Segurança
Pública e de Relações Exteriores - presidido por Filipe Barros (PL-PR) - fariam
sessão nesta terça-feira para aprovar uma moção de louvor a Bolsonaro. Depois
de conversar com lideranças da oposição, Motta decidiu por proibir a sessão.
O líder do PL na Câmara, Sóstenes
Cavalcante (RJ), disse que a decisão de Motta é "ilegal".
"Temos subserviência até para submeter a uma decisão ilegal. Eu não sei
até quando", disse.
Deputados bolsonaristas colocaram
uma placa com o nome do ex-presidente na mesa do plenário onde ocorreria a
sessão. O deputado General Pazuello (PL-RJ) advertiu Zucco sobre o item,
afirmando que poderia "dar problema" caso continuasse sendo exibido
na Casa.
Em tese, a Câmara não está
oficialmente em recesso. Para isso, seria necessário que o Congresso votasse a
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) - o que não ocorreu, algo que vem acontecendo
com frequência nos últimos anos.
Mesmo assim, os presidentes da
Câmara e do Senado adotam um "recesso branco", em que a pauta de todo
o Legislativo federal é desocupada no mesmo período que deveria ser do recesso:
duas semanas.
É em razão do recesso branco que
as comissões podem funcionar normalmente neste período.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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