O aumento do preço dos alimentos tem influenciado uma tendência no mercado alimentício, a produção e venda de produtos “similares” que possuem em sua composição substâncias menos nutritivas e que barateiam o custo dos produtos. Apesar de chamar a atenção nas gôndolas dos supermercados pela sensação de economia, os consumidores devem ficar atentos aos rótulos para saber diferenciar os itens.
Segundo a nutricionista Sarah
Cadosh, o perigo começa a partir do momento que as empresas tentam “enganar” o
consumidor, mantendo, por exemplo, embalagens parecidas e sem dar destaque para
as diferenças que existem na composição desses itens. Além disso, a fórmula
alterada desses alimentos traz uma redução de nutrientes importantes para o
organismo.
O produto que causou polêmica,
mais recentemente, nas redes sociais foi o “pó sabor café”, popularmente
chamado de “Caféfake”. O produto possui uma embalagem semelhante à do café
original, mas sua composição pode ser carregada de elementos como resíduos
agrícolas e impurezas como cascas, palha, folhas ou qualquer parte da planta,
inclusive não conter a semente do café.
LATICÍNIOS
Outros produtos que também podem
ser frequentemente encontrados são o óleo composto de soja e laticínios como
“preparação alimentícia sabor parmesão”, preparação alimentícia com manteiga e
creme vegetal, além da bebida láctea como substituto do iogurte. Por estarem
geralmente próximos aos originais nas gôndolas e terem embalagens semelhantes,
eles podem acabar confundindo o consumidor.
“Os produtos lácteos tradicionais como leite,
queijo parmesão e requeijão, são fontes de nutrientes essenciais, como proteínas
de alto valor biológico como cálcio, fósforo e vitaminas (A, D, B2, B12).
Quando substituídos por compostos lácteos ou versões “sabor”, esses produtos
frequentemente têm parte do leite substituída por ingredientes mais baratos,
como amido, gordura vegetal e aromatizantes artificiais”, alerta a
nutricionista.
Ainda de acordo com Sarah Cadosh,
o consumo desses alimentos com qualidade reduzida pode trazer riscos à saúde e
agravar quadros de doenças como diabetes, obesidade e aumentar os problemas
cardiovasculares.
Sarah explica que o principal
cuidado que as pessoas devem ter ao ler os rótulos de produtos é verificar a
lista de ingredientes e priorizar os componentes originais.
“Em produtos lácteos, como leite,
queijo ou requeijão, o consumidor deve checar se na embalagem está escrito
“leite integral”, “leite desnatado” ou “leite pasteurizado”. Essa informação
aparece como primeiro ingrediente, garantindo que é o produto verdadeiro. Já os
termos como “amido”, “gordura vegetal”, “soro de leite em pó” ou
“aromatizantes” indicam compostos lácteos ou versões “sabor”, com menos
proteínas, vitaminas e minerais essenciais, comprometendo a qualidade da
dieta”, destaca.
CHOCOLATES
Ainda segundo ela, no caso dos
chocolates, é importante identificar “massa de cacau” e “manteiga de cacau” no
topo da lista de ingredientes. Já os substitutos como “gordura vegetal”, “óleo
de palma”, “palmiste” ou “aroma artificial de chocolate” sinalizam que os
alimentos são inferiores, com menos de 25% de cacau e mais açúcar ou xarope de
glicose/frutose. “Esses ingredientes elevam o risco de problemas
cardiovasculares, picos glicêmicos e ganho de peso, enquanto reduzem os
benefícios dos polifenóis do cacau”.
RISCOS
A nutricionista sugere ainda que
para tentar manter a alimentação saudável gastando menos o consumidor pode
buscar produtos de marcas regionais mais acessíveis. Outra dica é comprar em
quantidades menores os produtos de qualidade, mesmo que o consumo seja mais
racionado.
Ainda de acordo com Sarah, é
possível manter uma alimentação saudável sem afetar o orçamento. “O consumidor
pode procurar alimentos naturais como vegetais e frutas da estação, que estão
sempre mais baratos e mais nutritivos que os fora de safra, cereais e grãos
como feijão, lentilha e arroz, que são ricos em fibras, além de vitaminas e
antioxidantes, ajudando a regular o açúcar no sangue e melhorar a digestão”,
aponta
Além disso, ela também sugere a
redução gradual do consumo dos produtos similares como uma alternativa para
equilibrar a dieta. “Em vez de usar cremes “sabor requeijão” ou chocolates
artificiais como base da alimentação, uma dica é utilizá-los como
acompanhamentos, escolhendo embalagens menores para reservar o orçamento para
alimentos nutritivos”, orienta a nutricionista.


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