O presidente eleito dos Estados
Unidos, Donald Trump, reiterou neste domingo (8) suas promessas de campanha de
realizar deportações em massa de imigrantes sem documentos e impor tarifas, ao
mesmo tempo em que deu a entender que seu país poderia se retirar da Otan.
Em sua primeira entrevista formal
à televisão, seis semanas antes de sua posse, o magnata republicano ratificou
que procederá com a deportação em massa de imigrantes sem documentos.
"Acho que isso tem que ser
feito. É uma coisa difícil, é uma coisa muito difícil de fazer. Mas é preciso
ter regras, regulamentos, leis. Eles vieram ilegalmente", disse ele no
programa da NBC 'Meet the Press with Kristen Welker'.
Ele também disse que acabaria com
o direito constitucionalmente protegido à cidadania americana para qualquer
pessoa nascida no país, um direito que ele chamou de "ridículo".
"Se pudermos, faremos isso
por meio de ação executiva", disse ele sobre como executaria essa medida.
"Teremos que mudar"
esse direito, insistiu ele. "Talvez tenhamos que voltar para o povo. Mas
temos que acabar com isso".
Ele confirmou, por outro lado,
que o apoio de seu país à Ucrânia, confrontada militarmente pela Rússia desde
2022, "provavelmente" seria reduzido.
A entrevista foi gravada na
sexta-feira, mas foi ao ar no domingo, após as reuniões de Trump em Paris com
os presidentes da França e da Ucrânia no fim de semana, sua primeira viagem ao
exterior desde que venceu a eleição de novembro.
Trump retornará à Casa Branca em
20 de janeiro
Trump reiterou sua conhecida ameaça
de deixar a Otan, a pedra angular da segurança na Europa desde a Segunda Guerra
Mundial, dizendo que os aliados dos EUA não estão pagando o suficiente por sua
defesa.
"Se eles estiverem pagando
suas contas e se eu achar que eles estão nos tratando de forma justa, a
resposta é absolutamente que eu permaneceria na Otan", disse ele.
Mas também existe
"absolutamente" a possibilidade de que, se essas duas condições não
forem atendidas, Washington se retire da aliança atlântica, afirmou.
Ele também disse que cumpriria
suas promessas eleitorais de impor tarifas pesadas, inclusive sobre os
principais parceiros comerciais do país, como Canadá, México e China.
"Estamos subsidiando o
México, o Canadá e muitos países ao redor do mundo", disse ele.
"Se bem utilizada, a taxação
é "uma ferramenta muito poderosa", disse ele, acrescentando que a
usará "para tirar coisas da economia também".
Quanto ao fato de as tarifas mais
altas terem ou não um impacto sobre os preços ao consumidor no país, ele disse
que não poderia "garantir" nada. "Não posso garantir o que
acontecerá amanhã", declarou.
O magnata republicano também
disse que consideraria "muito rapidamente" perdoar seus apoiadores
presos por invadir o Capitólio após sua derrota na eleição de 2020 para Joe
Biden.
Fonte: Jornal do Commercio.
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