O Tribunal
de Justiça de Pernambuco está em um movimento para aumentar a participação
feminina entre os desembargadores. Atualmente, a proporção é tão desequilibrada
e que impressiona. São 48 homens e duas mulheres.
Esta semana,
com boa influência de uma imposição do CNJ, outras duas mulheres foram
nomeadas. A regra do Conselho Nacional de Justiça prevê que os tribunais de 2º
grau devem alternar promoções entre uma lista mista e uma lista exclusiva para
mulheres. No TJPE, agora, são 48 homens e quatro mulheres. O percentual de
homens ainda é de 92,3% e mudar isso vai demorar bastante. É uma herança de
muitas décadas que não se resolve com facilidade.
Mas, além
das nomeadas nesta semana pelos desembargadores, este ano haverá a oportunidade
de ingresso para mais duas mulheres. Uma pode sair da lista de indicações do
Ministério Público e outra da OAB. Nas próprias instituições há uma sinalização
bem clara de que nomes femininos são uma prioridade.
No caso da
Ordem dos Advogados uma regra foi criada para garantir que 50% das vagas na
lista sêxtupla, ainda a ser votada no dia 18 de novembro, contemplem mulheres.
Já na lista sêxtupla do Ministério Público de Pernambuco, que já foi definida,
nem precisou de regra de paridade.
A eleição do
MPPE terminou com quatro mulheres entre os seis nomes que irão para a segunda
fase “eliminatória” no próprio TJPE: Lorena Medeiros, Lúcia de Fátima, Erica
Lopes e Fernanda Nóbrega.
O número
garante que ao menos uma mulher siga para a última fase, quando três nomes são
apresentados ao Governo do Estado. A governadora Raquel Lyra (PSDB), primeira
mulher a ocupar o posto mais alto do Palácio do Campo das Princesas, ainda este
ano terá a oportunidade de escolher pelo menos mais uma mulher para o Tribunal
de Justiça. Com a lista da OAB isso ainda poderá ser ampliado.
Para a
necessidade de representatividade que existe, é uma oportunidade e tanto.
Um detalhe
interessante é que a última vez que um governador escolheu uma mulher para o
Tribunal de Justiça foi com João Lyra Neto, em 2014, resultando na nomeação da
desembargadora Daisy Maria de Andrade Costa Pereira. Foi há 10 anos.
João Lyra
Neto é o pai da atual governadora Raquel Lyra. Na época, Daisy não era apontada
como a principal favorita. O governador ignorou a pressão e decidiu por ela.
Fonte:
Jornal do Commercio.
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