O Complexo
Industrial Portuário de Suape apresentou, nesta quarta-feira (25), durante o
Suape Conecta 2024, o relatório de viabilidade econômica elaborado pela
Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (ONU Comércio e
Desenvolvimento) e pelo Observatório da Indústria do Serviço Nacional de
Aprendizagem Industrial de Pernambuco (Senai/PE).
Em parceria,
as instituições realizaram a produção do documento, que traz informações
estratégicas para tomada de decisões e futuras projeções. Esse é o primeiro
estudo aplicado em um complexo industrial portuário e tem por objetivo fornecer
inteligência de mercado para promover a diversificação econômica, inovação e
atrair investimentos.
O relatório
intitulado “Revelando o Potencial de Suape: Caminhos Estratégicos para
Complexidade Econômica e Competitividade Global” traz informações focadas no
desenvolvimento local para o avanço das indústrias. O trabalho foi apresentado
pelo chefe-executivo do Setor de Commodities da ONU, Clóvis Freire
Júnior.
Resultados
do estudo
Utilizando a
capacidade do Senai da coleta de dados, foram identificados 141 produtos de
seis setores prioritários, que poderiam ser produzidos em Ipojuca e no Cabo de
Santo Agostinho, litoral Sul de Pernambuco. Essa produção teria potencial para
gerar 19 mil empregos diretos e indiretos.
Os setores
prioritários detectados no estudo foram os de Máquinas e Aparelhos Mecânicos,
Máquinas e Equipamentos Elétricos, Química e Farmacêutica, Ferro e Aço,
Plásticos e Veículos.
As regiões
que aparecem com maior oportunidade de exportação estão na Ásia e na Europa,
com movimentação de US$ 47,2 bilhões e US$ 41,3 bilhões, respectivamente. Essa
atuação poderia aumentar em 3,13% o PIB de Ipojuca e do Cabo de Santo
Agostinho.
O
diretor-presidente de Suape, Marcio Guiot, ressaltou que o estudo é o ponto de
partida para a atração de novos negócios para Suape. “O estudo veio com essa
missão de nos dar um norte para direcionar nossas ações, juntamente com as outras
ferramentas que foram apresentadas hoje. Como os dashboards e o próprio sistema
Gazelle.ai, inteligência artificial que nos ajuda a identificar empresas que
venham a desenvolver os produtos que foram apontados pelo estudo. Tudo isso se
conecta e a partir de hoje passamos a ter condições de ir atrás de novos
investimentos de uma forma mais estruturada”, afirma.
A gerente de
pesquisa e prospectiva do Senai-PE, Ana Paula Vasconcelos explica como foi
realizada essa parceria entre o Senai-PE e a ONU. “A parceria surgiu há uns 8
meses, quando a gente percebeu que poderia agregar a metodologia desenvolvida
pela ONU para trazer a produtividade para Pernambuco. O Observatório trabalha
em função de soluções para a indústria e nesse momento a gente percebeu que
essa conexão ia ser muito positiva. Não basta apenas uma economia que produza,
ela precisa ter produtividade e assertividade na sua oferta. Aí surge essa
parceria com a ONU, no sentido de desenvolver não só para Suape, mas de tentar
extrapolar isso a nível de estado”, afirma.
“É
importante ter um parceiro como o Senai que conhece a indústria, a situação de
Pernambuco e que pode mobilizar os seus pesquisadores, coletar dados primários
do local, que é importante para essa metodologia. Nela, o que a gente faz é
saber o que é produzido aqui e o que poderia ser atraído de novos investimentos
para diversificar a produção de Suape”, ressalta o chefe-executivo do Setor de
Commodities da ONU, Clóvis Freire Júnior. Ele aponta ainda que o trabalho
sugere os caminhos para aumentar a produção e criar empregos com maior conteúdo
tecnológico, gerando mais renda e exportação para o estado, para o Nordeste e
para o país.
Suape
projeta duplicar a movimentação até 2030 no Porto
O
diretor-presidente de Suape destacou ainda as últimas ações que vêm sendo
realizadas no complexo como o segundo terminal de contêineres. “Nós estamos
trabalhando para inserir Suape na rota do Agro, mesmo antes da viabilidade da
ferrovia. Entendemos que no curto prazo, da forma que Agro é transportado, indo
para portos em condição de congestionamento, Suape se coloca de uma forma
eficiente para isso”, disse.
Para os
próximos anos, a projeção é de que, com a duplicação da Refinaria. A conclusão
do trem 1 deve aumentar em 30% a movimentação da Refinaria em Suape. Para
2030, a estimativa é que seja duplicada a movimentação em Suape. Hoje o
complexo movimenta 24 milhões de toneladas, para 2030 Suape espera movimentar
50 milhões de toneladas com a conclusão dos investimentos
Nova rota em
Suape
O Porto de
Suape terá uma nova rota em 19 de outubro, o MSC Juliette, que chegará ao
complexo com um novo serviço, que encurtará o trajeto entre Suape e Singapura.
No trajeto, o navio cruzará o canal do Panamá, vindo da Ásia, passa por
Salvador, chega em Suape e vai direto para a Ásia, sem precisar passar por
outros portos, reduzindo assim o tempo de trânsito. A carga sairá do complexo
em uma rota direta para a Ásia, com uma estimativa de 23 dias até Singapura.
Assinatura
de ordem de serviço
Ainda
durante o evento, Suape firmou um termo de contrato com a Fundação Getúlio
Vargas (FGV) para a execução de assessoria técnica para elaboração de estudo
para desenvolvimento de projeto de implantação da Zona de Processamento de
Exportação (ZPE).
“Identificamos
essa necessidade muito demandada pelas indústrias que nos procuram para a
transição energética. Em quatro meses esperamos que esse projeto seja
concluído, com isso daremos entrada para trabalhar no próximo ano com a nossa
ZEP habilitada. É algo totalmente conectado com o que apresentamos. Ela traz
uma série de incentivos para que as indústrias se estabeleçam em uma zona como
essa”, disse.
Fonte: Diário de Pernambuco.
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