Imagem: Sandy James / DP Foto |
A Agência
Nacional de Energia Elétrica (Aneel) recuou no dia 4 de setembro a cobrança
extra sobre a conta de luz para a bandeira vermelha patamar 1, após correção de
dados do Programa Mensal de Operação (PMO), de responsabilidade do Operador
Nacional do Sistema (ONS). Nesse patamar são cobrados R$ 4,463 para cada 100
quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Inicialmente,
a Agência havia anunciado que a bandeira vermelha neste mês seria de patamar 2,
cujo custo extra é de R$ R$ 7,87 a cada 100 kWh consumidos.
Mesmo após a
mudança, a bandeira vermelha pode continuar afetando o bolso dos consumidores,
principalmente aos que não estão atentos aos detalhes que podem aumentar ou
reduzir os gastos na conta de energia.
De acordo
com a Aneel, o clima seco e a previsão de escassez de chuvas motivaram o
acionamento de usinas térmicas, que são mais caras do que as hidrelétricas,
aumentando assim os custos da operação.
Eletrodomésticos
que mais consomem energia
De acordo
com o engenheiro de eficiência energética da Neoenergia, Gabriel Lopes, os
equipamentos que mais consomem energia são o ar-condicionado, o chuveiro
elétrico e a geladeira. Os principais vilões quando o assunto é economia na
conta de energia, possuem algo em comum, usam a energia elétrica para mudar a
temperatura. Por isso, é importante que o consumidor fique atento e siga
algumas orientações para reduzir os gastos com esses equipamentos.
Ar-condicionado
(193,76 kWh 8 horas/dia)
O indicado é
que o consumidor escolha o ar-condicionado com a capacidade mais adequada para
o tamanho do ambiente onde ele será instalado. “A dica é consultar o fabricante
antes de comprar. Na internet, o consumidor pode simular e calcular o
equipamento ideal para o espaço que ele deseja utilizar. O próprio software do
fabricante vai dizer qual é o melhor equipamento para o ambiente”, alerta
Gabriel Lopes.
Outra
orientação é limpar o filtro da tela do ar-condicionado a cada 15 dias, pois a
sujeira faz com o que o eletrodoméstico force mais o vento, gastando assim mais
energia, além de piorar a qualidade do ar.
A
temperatura também é outro aspecto que pode contribuir para o maior consumo. “O
ideal é que ele seja usado entre 22 a 24 graus no estado em que a gente vive,
que é um local quente. Essa faixa de temperatura gera conforto e evita o
consumo elevado de energia”, destaca o engenheiro de eficiência energética.
Gabriel
Lopes explica ainda que o ar-condicionado split é mais econômico do que o tipo
janela porque ele separa a fonte fria da fonte quente. “A unidade condensadora
que fica lá em cima, que é aquela unidade quente, ela não interfere na geração
do ar frio, porque ela está separada fisicamente, ela está longe. Então ele é
mais eficiente por conta disso”, aponta.
O engenheiro
conta ainda que existem os equipamentos com tecnologia inverter, que apesar de
serem mais caros no ato da compra, economizam muito mais energia ao longo dos
anos. ”Temos equipamentos que conseguem economizar até 40% de energia, quando
comparado ao modelo não inverter”.
Chuveiro
elétrico (88 kWh 32 minutos/dia)
O consumo do
chuveiro elétrico na rotina do consumidor varia de acordo com a quantidade de
banhos das pessoas que utilizam o equipamento e o tempo de cada uso. O indicado
é que o consumidor evite desperdiçar água.
Alguns
chuveiros possuem chaves que indicam o uso para verão ou inverno. “Se o
consumidor utilizar essa chave na posição verão, ele consegue economizar até
30% de energia”, aponta Gabriel Lopes. Para o tipo de chuveiro no qual a
temperatura é regulada manualmente, o ideal é não colocar a temperatura muito
quente. Esse também é um fator que contribui para o aumento do
consumo.
Geladeira
(56,88 kWh 24 horas/dia)
Além da dica
mais conhecida que é evitar abrir a geladeira várias vezes ao dia, outro alerta
é não colocar alimentos quentes dentro do equipamento. O recomendando é que
após cozinhar a pessoa deixe o recipiente esfriando até chegar à temperatura
ambiente, para só depois ser guardado dentro da geladeira. Qualquer objeto
quente dentro do equipamento acaba fazendo com que o consumo de energia seja
mais alto.
O consumidor
também deve avaliar o estado da borracha de vedação, que fica localizada na
porta da geladeira. Ela serve para evitar que o ar frio saia da geladeira, mas
com o tempo pode precisar ser trocada devido ao desgaste pelo uso. Outro ponto
importante é não colocar a geladeira próxima ao fogão ou colada na parede, pois
ela precisa de espaço para trocar calor.
Instalações
elétricas
O engenheiro
eletricista João Bosco Leal alerta também para a questão das instalações
elétricas muito velhas, que podem fazer com que ocorra o vazamento de corrente,
proporcionando a perda de energia. “A instalação elétrica tem mais ou menos uma
validade de uns 10 anos, porque os fios começam a envelhecer, gerando um
aquecimento e consequentemente perda de energia”, afirma.
Selos de
eficiência
O Selo do
Inmetro classifica o equipamento em categorias, sendo a “A” o indicativo de que
o eletrodoméstico é mais eficiente. Outro selo, o do Procel, representado por
uma lâmpada preta e amarela, identifica que o equipamento é o mais eficiente da
classe dele, garantindo mais economia ao longo dos anos.
Fonte: Diário de Pernambuco
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