Imagem: José Cruz / Agência Brasil |
A diretora
técnica para Preparação e Prevenção de Epidemias e Pandemias da Organização
Mundial da Saúde (OMS), Maria Van Kerkhove, disse nesta terça-feira (6) que a
covid-19 segue “bastante presente entre nós” e que o vírus circula atualmente
em todos os países. Segundo ela, dados de sistemas de vigilância em 84 países
apontam para um aumento substancial na detecção de testes positivos para a
doença.
De forma
geral, os números mostram uma ampliação de 10% na taxa de testes positivos para
covid, mas o índice varia de região para região. Na Europa, por exemplo, o
aumento foi de 20%. Além disso, o monitoramento de águas residuais feito pela
OMS sugere que a circulação do vírus pode ser entre duas e 20 vezes maior do
que o relatado atualmente. “Isso é importante porque o vírus continua a
evoluir, o que nos coloca em risco de mutações mais perigosas”.
Durante
coletiva de imprensa em Genebra, Maria citou elevação no número de internações
e de mortes por covid em diversos países e destacou que um cenário de
circulação elevada do vírus nessa época do ano não era esperado, já que os
vírus respiratórios tendem a circular mais fortemente durante o inverno no
Hemisfério Norte. “Ao longo dos últimos meses, independentemente da estação,
diversos países reportaram aumento de casos de covid-19”.
Compartilhamento
de dados
A diretora
da OMS alertou que, de um total de 234 Estados-membros, apenas 34 reportaram
dados sobre hospitalização por covid; 24 reportaram dados sobre internações em
unidades de terapia intensiva (UTI) por covid; e 70 reportaram dados sobre
mortes provocadas pelo vírus. “Estamos cegos no que diz respeito aos impactos
da covid”, disse, ao destacar que a entidade depende dos números para
estabelecer, por exemplo, o nível de risco para a doença.
Queda na
vacinação
Maria também
demonstrou preocupação em relação ao que chamou de “queda alarmante” das taxas
de vacinação contra a covid-19 em todo o mundo – sobretudo entre profissionais
de saúde e pessoas com mais de 60 anos, dois grupos considerados de risco para
a doença. “Esse cenário precisa ser remediado com urgência”, disse, ao cobrar
de governos que ampliem a vigilância e invistam na aquisição de vacinas.
Uma dose a
cada 12 meses
Por fim, a
diretora da OMS recomendou que sejam tomadas medidas individuais para reduzir o
risco de infecção e de agravamento do quadro, incluindo ter tomado uma dose da
vacina contra a covid ao longo dos últimos 12 meses – sobretudo entre pessoas
que pertencem a grupos de risco. Maria lembrou que bilhões de doses contra a
doença foram administradas com segurança em todo o mundo desde 2021, prevenindo
milhões de casos graves e mortes.
“O que se tornou
crítico agora é: quando foi a sua última dose? Se você tem alguma comorbidade,
precisa ser vacinado, pelo menos, a cada 12 meses”, reforçou, ao citar que a
falsa percepção de que o vírus foi embora comprometeu seriamente as taxas de
cobertura vacinal pelo mundo. “O vírus está aqui para ficar. Mas o impacto
futuro da covid-19 depende de nós”, concluiu.
Reportagem
da Agência Brasil para o Jornal do Commercio. Disponível em: https://jc.ne10.uol.com.br/colunas/saude-e-bem-estar/2024/08/06/oms-cita-aumento-de-casos-de-covid-19-e-queda-alarmante-na-vacinacao.html
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