Imagem: Ernesto Benavides |
A ministra
da Saúde, Nísia Trindade, disse nesta quarta-feira (14) que a pasta vai
criar um Comitê de Operação de Emergência para adotar medidas de enfrentamento
à disseminação da mpox, que vem preocupando autoridades internacionais.
Mais cedo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o
cenário de mpox na África constitui emergência em saúde pública de
importância internacional em razão do risco de disseminação global e de uma
potencial nova pandemia. Este é o mais alto nível de alerta da entidade. Apesar
disso, segundo a ministra, o momento é de alerta, mas não de alarme.
"Nós
vamos instituir um Comitê de Operação de Emergência, envolvendo Ministério
da Saúde, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], conselhos de
secretários municipais e estaduais de saúde. Já estávamos acompanhando, tivemos
reunião de especialistas, há duas semanas, desde que começaram os casos, e essa
possibilidade [de disseminação da doença], e vamos analisar as questões
como vacina. Não há motivo de alarme, mas de alerta", afirmo a
jornalistas, no Palácio do Planalto, após participar de um evento de anúncio de
investimentos na indústria da saúde.
Entre
as medidas que devem ser adotadas, segundo a ministra, estão a aquisição de
testes de diagnóstico, alerta para viajantes e atualização do plano de
contingências. Sobre vacinas, por enquanto, não há previsão de imunização em
massa. No ano passado, a imunização contra a doença foi realizada em um momento
de emergência em saúde pública de importância internacional, com o uso das
doses liberadas pela Anvisa de forma provisória. Essas doses também foram
usadas, segundo a ministra, para pesquisas científicas.
A
avaliação da pasta é que a nova onda da doença apresenta risco baixo neste
momento para o Brasil. Dados do ministério apontam que, em 2024, foram
notificados 709 casos de mpox no Brasil e 16 óbitos, sendo o
mais recente em abril do ano passado. Já em âmbito global, este ano, os casos
já superam o total registrado em 2023 e somam mais de 14 mil, além de 524
mortes.
Em
maio de 2023, quase uma semana após alterar o status da covid-19, a OMS
declarou que a mpox também não configurava mais emergência em saúde pública de
importância internacional. Em julho de 2022, a entidade havia decretado status
de emergência em razão do surto da doença em diversos países.
A mpox é uma
doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do
contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e
materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou
lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de
cabeça, calafrio e fraqueza.
As
lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou
amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode
variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na
palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do
corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.
Reportagem da Agência Brasil para o Diário de Pernambuco.
Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/saude/2024/08/ministerio-da-saude-vai-instituir-comite-de-emergencia-para-mpox.html
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