Celulares e salas de aula: as polêmicas do uso das telas nas escolas

Imagem: Priscilla Melo / DP

 A tecnologia invadiu a vida das pessoas há algum tempo e vem se estabelecendo quase que intrinsecamente em todas as atividades realizadas ao longo do dia. É difícil separar o que se faz ou não por meio dos celulares ou interagindo com os aparelhos. Quando se fala em educação, é preciso que o uso de telefones em circunstâncias específicas seja debatido, afinal, há polêmicas que cercam o tema.

A questão a ser discutida não é o celular em si, mas sim como será a utilização do aparelho. A tecnologia já provou que tem potencial para auxiliar a educação e o processo de aprendizagem. Não à toa que ao longo da pandemia de Covid-19, o celular cumpriu papel essencial ao permitir que alunos sem computador ou tablet pudessem participar das aulas e atividades on-line. 

Porém, quando se fala da interação presencial na rotina escolar, com aulas presenciais, professores e alunos no mesmo ambiente, não é realista esperar que os estudantes mantenham a concentração diante do hábito cada vez mais comum de estar conectado ao telefone em todos os momentos, uma consequência muito ligada ao momento pandêmico de ainda mais apego às telas.

No Estado de Pernambuco, há a vigência da Lei Estadual nº 15.507, de 21 de maio de 2015, cuja determinação é a proibição do uso de celulares em sala de aula durante o período de ensino. 

Procurada pelo Diário de Pernambuco, a Secretaria de Educação e Esportes de Pernambuco (SEE-PE), informou que a medida visa garantir a concentração e o foco dos alunos nas atividades pedagógicas, minimizando distrações. No entanto, há situações específicas em que os aparelhos podem ser utilizados, desde que solicitado pelos professores. Nesses casos, o uso de celulares facilita a realização de pesquisas, o acesso a informações e a execução de atividades interativas.

Diante das controvérsias da situação, a equipe de reportagem do Diário de Pernambuco procurou Kátia Guerra, neuropsicóloga clínica, para falar como fica a situação envolvendo uso de celulares durante a aula do ponto de vista psicológico, comportamental e cognitivo.

“Do ponto de vista cognitivo, o uso contínuo de celulares pode fazer com que a atenção fique prejudicada, trazendo prejuízos aos alunos e diminuindo a sua capacidade de concentração. O uso de dispositivos móveis prejudica a eficiência cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e dificuldades no processamento de tarefas complexas. A dependência de celulares para acessar informações rapidamente pode também reduzir a prática de memorização ativa, impactando negativamente a memória de longo prazo. Neste sentido, esses fatores podem comprometer o desempenho acadêmico e o desenvolvimento de habilidades críticas como redução da capacidade de foco, tomada de decisões, exigindo raciocínio, planejamento e a resolução de problemas”, Diante das controvérsias da situação, a equipe de reportagem do Diario de Pernambuco procurou Kátia Guerra, neuropsicóloga clínica, para falar como fica a situação envolvendo uso de celulares durante a aula do ponto de vista psicológico, comportamental e cognitivo.

 

“São muitos os prejuízos sobre o uso excessivo do uso prolongado dos celulares e tem sido realmente desafiante controlar esses aparelhos pelos alunos, uma preocupação crescente devido aos seus impactos significativos nas áreas cognitivas, comportamentais e psicológicas dos alunos”, explicou Kátia.

“Do ponto de vista cognitivo, o uso contínuo de celulares pode fazer com que a atenção fique prejudicada, trazendo prejuízos aos alunos e diminuindo a sua capacidade de concentração. O uso de dispositivos móveis prejudica a eficiência cognitiva, resultando em uma menor retenção de informações e dificuldades no processamento de tarefas complexas. A dependência de celulares para acessar informações rapidamente pode também reduzir a prática de memorização ativa, impactando negativamente a memória de longo prazo. Neste sentido, esses fatores podem comprometer o desempenho acadêmico e o desenvolvimento de habilidades críticas como redução da capacidade de foco, tomada de decisões, exigindo raciocínio, planejamento e a resolução de problemas”, continuou a psicóloga.

O Diário de Pernambuco entrevistou a Alcileide Maria, de 60 anos, professora de língua portuguesa da Escola de Referência em Ensino Médio Pompeia Campos, situada no bairro da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. Alcileide está na rede estadual de educação há 16 anos e possui disciplinas eletivas que incluem o uso dos telefones celulares dos alunos nas dinâmicas das aulas.

Segundo a docente, a iniciativa despertou depois do retorno do ensino presencial após a pandemia de COVID-19, como uma medida de envolver os alunos com as aulas e assim aproximá-los dos estudos.

“Ao retornarmos (às aulas presenciais) vimos não só a ansiedade deles, e também a dificuldade de não permitir que eles utilizem essa ferramenta em sala de aula. Eu percebi a falta de respeito e de atenção, fui olhando os comportamentos deles, então eu tinha que adquirir essa ferramenta como algo que pudesse também contribuir já que é difícil impedir que eles se ausentem desse aparelho, até porque eles também têm contato com a família, essas são as desculpas que eles passam. Daí eu vi que ela poderia ser algo aliado, então por que não trazer essa ferramenta?”, acrescentou.

A reportagem completa está na página do Diário de Pernambuco

Reportagem de Nicolle Gomes para o Diário d Pernambuco. Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2024/08/celulares-e-salas-de-aula-as-controversias-do-uso-das-telas-na-escola.html

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