Novo ensino médio é aprovado na Câmara


 

A Câmara dos Deputados rejeitou a inclusão do espanhol como disciplina obrigatória e as mudanças que o Senado havia feito na carga horária da formação básica do novo ensino médio e, com isso, aprovou a versão final da proposta na noite de ontem (9). Apenas PSOL, PCdoB e PDT se posicionaram contrários ao novo parecer, aprovado em acordo com o governo e o PT. O projeto de lei segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O texto aprovado prevê 2,4 mil horas de carga horária para a formação geral básica (que inclui disciplinas obrigatórias como matemática e linguagens), do total de 3 mil horas do ensino médio. Desde a reforma do governo Michel Temer em 2017, a formação básica é de 1,8 mil horas. 

Curso técnico

Contudo, o relator, deputado Mendonça Filho (União-PE), voltou a definir que, nos casos em que o ensino médio for feito junto com curso técnico, a formação básica poderá ser menor, com um mínimo de 2,1 mil horas, das quais 300 horas poderão ser usadas como uma articulação entre a base curricular do ensino médio e a formação técnica profissional. Na prática, isso pode reduzir a carga horária mínima da formação básica para 1,8 mil horas. Segundo Mendonça Filho, o texto final é uma construção coletiva baseado no diálogo com a sociedade, que resultou no acordo de líderes na Câmara e com contribuição relevante do Senado. “É uma vitória da juventude que terá um ensino médio plural, amplo, conectado com seu projeto de vida, com o mundo do trabalho e sintonizado com as melhores práticas educacionais no mundo”, enfatizou. O relator retirou o espanhol como disciplina obrigatória e manteve o inglês como língua estrangeira. Os currículos poderão oferecer o ensino de outros idiomas de forma opcional, "preferencialmente o espanhol", de acordo com a disponibilidade de oferta, locais e horários.

Reportagem de Mário Agra para a Folha de Pernambuco.


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