| Imagem: Folha de Pernambuco |
As células
do cordão umbilical, conhecidas como estaminais, são recolhidas do sangue e
tecido minutos depois do nascimento, por profissionais de saúde e a pedido dos
pais.
O material biológico, que seria descartado, quando recolhido e armazenado, tem
demonstrado potencial terapêutico na medicina personalizada e regenerativa,
auxiliando no tratamento de 80 doenças.
As células
estaminais são indiferenciadas, e podem se especializar em vários tipos de
células, caso sejam estimuladas. Por isso, abrem portas para possibilidades
terapêuticas em várias patologias. As células estaminais do tecido do cordão
umbilical, especificamente, são utilizadas em ensaios clínicos.
Apesar do
potencial e versatilidade destas células, a sua não especialização é
controversa na área da oncologia. Os pesquisadores temem que, em contato com a
célula tumoral, elas podem se especializar no câncer.
A mais
recente investigação portuguesa sobre células estaminais, desenvolvida pelo
laboratório português e pelo Centro de Investigação em Saúde Translacional e
Biotecnologia Médica da Escola Superior de Saúde do Politécnico do Porto (TBIO)
tentou fazer frente a este desafio e conseguiu resultados promissores nos
efeitos terapêuticos destas células no melanoma: "as células exercem os
seus efeitos de várias formas, pode ser de contacto, de célula com célula, ou
então através de fatores, que elas próprias produzam e libertem. (...)
Foi isso,
analisar o secretoma destes fatores que são produzidos e libertados por estas
células do cordão umbilical, nas células do melanoma, isto elimina
completamente o risco de haver essa especialização em célula cancerígena",
explica Andreia Gomes.
Apesar do
receio, os resultados em laboratórios ao redor do mundo têm sido promissores.
Verificou-se que as células estaminais do cordão umbilical tem a capacidade de,
de certa forma, parar a proliferação da célula. Ou seja, elas se passam a se
dividir cada vez menos, morrem mais e se reproduzem menos.
A aposta na
investigação tem permitido diversificar os tratamentos de um câncer que se
torna resistente às terapias clássicas. Novos tratamento e novas imunoterapias,
para além da quimioterapia, têm sido desenvolvidas. No entanto, essas terapias
falham, uma vez que adquirem resistência a novos fármacos. O tratamento do
melanoma é a cirurgia, por meio do diagnóstico precoce.
Os próximos
passos desta investigação passam por um aumento da complexidade do estudo com
ensaios que simulem um organismo. Ainda assim, apesar dos avanços na medicina,
a prevenção é a chave e no caso do melanoma, os cuidados redobrados na
exposição solar.
Reportagem da Agência O Globo para a Folha de Pernambuco.
Disponível em: https://www.folhape.com.br/noticias/celulas-do-cordao-umbilical-sao-estudadas-para-tratar-cancer-de-pele/350571/


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