Nesta quinta-feira (17), é celebrado o
Dia Nacional do Patrimônio Histórico, no Paço do Frevo, haverá
comemoração do projeto Sábado no Paço recebe, neste sábado (19), a
centenária Sociedade Musical Euterpina Juvenil Nazarena, mais conhecida
como Capa Bode, eleita Patrimônio Vivo de Pernambuco em 2010. O outro
motivo do regozijo é o próprio Frevo, Patrimônio Cultural Imaterial da
Humanidade pela Unesco desde 2012, e que encontra no museu seu Centro de
Referência em Salvaguarda, reconhecido assim pelo Iphan, mantendo o
ritmo vivo, inquieto e pulsante o ano inteiro.
A
apresentação começa às 16h, na Praça do Frevo, terceiro andar do
equipamento cultural. Os ingressos custam a entrada do museu (R$ 10
inteira e R$ 5 meia). Os músicos vão começar o espetáculo executando
alguns dobrados, gênero que se originou no passo dobrado das marchas
militares, e seguirão com muito Frevo. Tendo à frente o presidente e regente
João Paulo Ferreira da Hora, conhecido como Maestro Minuto, a escola
reúne pessoas de todas as idades. O aluno mais novo, Gabriel, tem 13
anos, e o mais velho, Seu Gentil, 57. O próprio Maestro Minuto entrou na
instituição ainda criança, com 11 anos. Sua missão, diz ele, é manter
viva a tradição que compõe o patrimônio, valorizando a cultura sem
descaracterizar o que foi construído por mais de um século.
Capa Bode
Fundada
em 1888 em Nazaré da Mata, na Mata Norte pernambucana, a Capa Bode é
uma das principais escolas de música instrumental do interior do Estado,
já tendo profissionalizado e revelado diversos instrumentistas de
sopro. Para o Sábado no Paço, trará 25 integrantes, em evento que também
pontuará o Dia Estadual de Bandas e Fanfarras, comemorado na sexta, 18
de agosto.
Frevo patrimônio
O
intuito é manter vivo o patrimônio que o Paço do Frevo também tem como
missão refletir sobre como será o Frevo daqui a mais cem anos. Entre as
ações de salvaguarda do equipamento, estão documentação, pesquisa,
incentivo, formação e difusão das tantas existências, memórias,
histórias e modos de ser e fazer o Frevo.
Sendo
parte da identidade nacional, o Frevo ganhou o título de Patrimônio
Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
(Iphan) em 2007, quando foi inscrito no Livro de Registro das Formas de
Expressão. Em 2012, recebeu da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) a titulação de Patrimônio
Cultural Imaterial da Humanidade.
Muito
mais que uma festa, é no Paço que esse ritmo-patrimônio, nascido no
final do século 19 através da capoeira e da formação da classe
trabalhadora, extrapola o Carnaval do Recife e de Olinda. E valoriza,
sobretudo, seus fazedores, com destaque para as mulheres, a negritude e
as crianças.“É promovendo o Frevo, em suas mais
variadas linguagens, que se pode garantir que ele perdure por muitos
séculos. Claro, com as influências de cada tempo da sociedade. O Frevo,
daqui a cem anos, estará, portanto, carregando a história do ontem e do
hoje e dialogando com o tempo atual”, diz Mônica Silva, coordenadora de
Programação do Paço do Frevo.


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