A economia mundial pode sofrer
ainda mais diante dos impactos recentes do conflito entre o Irã e Israel e,
consequentemente, desencadear a elevação dos preços dos combustíveis e o
encarecimento do crédito para a população. O motivo disso é que a região tem um
grande peso na produção global de petróleo e que o conflito pode elevar o preço
do produto, pressionando os custos de transporte e energia no mundo todo.
O economista, mestre em economia
e criador de conteúdo, Presley Vasconcellos, explica que, diante de um cenário
de encarecimento do petróleo, o Brasil sente o impacto via câmbio e
combustíveis, refletindo no encarecimento do frete dos produtos e,
consequentemente, da sua produção. “Em cenários de tensão, o dólar costuma
subir, encarecendo importações e pressionando a inflação. Isso pode levar o
Banco Central a adiar cortes nos juros, mantendo o crédito caro e dificultando
o consumo das famílias”, aponta.
Na prática, o preço do diesel,
derivado do petróleo,
deve subir também. Com isso, o transporte de diversos produtos essenciais para
a população, como a carne e o tomate, fretados através de vias rodoviárias,
devem ser pressionados pela inflação. Outro ponto abordado pelo economista é a
questão da alta do dólar, que encarece também produtos importados como carnes,
arroz, hortifrutigranjeiros, grãos e também fertilizantes utilizados na
produção de ração, na pecuária.
Em junho, o Banco Mundial
projetou uma desaceleração no crescimento global para 2,3% em 2025. De acordo
com o economista, caso a guerra entre Irã e Israel se agrave ainda mais, os
impactos podem ser bem maiores do que os já previstos. “Um choque no preço do
petróleo ou rupturas no comércio internacional afetariam diretamente a
atividade econômica, com menos investimentos, menos empregos e maior
instabilidade global”, aponta.
Ainda de acordo com Presley,
algumas soluções podem amenizar as consequências do conflito na economia. “No
curto prazo, é importante manter estabilidade fiscal e proteger os mais
vulneráveis da inflação. No longo, investir em transição energética, fortalecer
o comércio entre países e apoiar soluções diplomáticas são caminhos para
reduzir a exposição a crises como essa”, afirma.
Números da guerra
A Força Aérea de Israel lançou nesta terça-feira (17), uma nova série de
bombardeios contra o Irã, diante de rumores de que os Estados Unidos podem
entrar na guerra ao seu lado. Segundo informações do Estadão Conteúdo, de
acordo com balanços divulgados pelas autoridades dos países, os bombardeios
mútuos nos últimos dias deixaram pelo menos 224 mortos no Irã e 24 em Israel.
Fonte: Diário de
Pernambuco.
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