A Polícia Federal em Pernambuco
(PF-PE) deflagrou, nesta quinta-feira (4), a Operação Double Key 2, que
combate organização criminosa voltada ao tráfico internacional de pessoas.
Nesta segunda fase, foram cumpridos três mandados de busca e apreensão e um
mandado de medida cautelar diversa da prisão expedidos pela 13ª Vara Federal em
Pernambuco.
As medidas foram cumpridas em
endereços comerciais e um residencial na cidade de São Paulo-SP, ligados a um
dos principais investigados.
Segundo a PF, as investigações
tiveram início em maio de 2025, a partir de uma denúncia recebida pelo canal
"Comunica PF". A vítima se encontrava em cárcere privado em um
complexo na fronteira entre Mianmar e Tailândia.
"A partir da notícia crime,
a Polícia Federal iniciou diligências para identificar a estrutura da
organização criminosa", destaca a instituição.
Na primeira fase da investigação,
foram presos dois chineses no momento em que regressavam ao Brasil, vindo do
Camboja, na Ásia. Na ocasião, também houve cumprimento de medida cautelar diversa
da prisão contra um brasileiro, além de mandados de busca e apreensão em quatro
endereços.
De acordo com a PF, a
investigação revelou um esquema de tráfico internacional de pessoas, em que as
vítimas eram recrutadas no Brasil com falsas promessas de trabalho bem
remunerado no exterior.
"Contudo, ao chegarem ao
destino, eram coagidas a se deslocar para uma região de conflito em Myanmar,
onde eram mantidas em cativeiro, sob vigilância armada, e submetidas a
condições análogas à escravidão, sem receber os valores prometidos e sob
constantes ameaças", explica a PF.
Foram apreendidos dispositivos
eletrônicos, como notebooks e mídias de armazenamento, além do passaporte de um
terceiro chinês envolvido e documentação que passará por perícia.
Os investigados poderão responder
pelos crimes de tráfico internacional de pessoas e organização criminosa, com
penas que podem ultrapassar 18 anos de reclusão.
Double Key
A primeira fase da operação
resultou no resgate de uma recifense, moradora de Prazeres, em Jaboatão dos Guararapes,
Região Metropolitana do Recife (RMR), em junho deste ano.
Ela era mantida em cárcere
privado em um hotel de Mianmar, sendo submetida à exploração sexual.
O nome da operação faz referência
ao KK Park, complexo de fábricas de fraude online, onde jovens são atraídos e
acabam trabalhando sob ameaça.
Fonte: Diário de Pernambuco.


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