Seu pet pode ter
diabetes. A doença tem se tornado cada vez mais comum nas clínicas
veterinárias, sendo registrado aumento de diagnósticos tanto em cães quanto em
gatos. Segundo dados do Programa de Cuidados ao Paciente Crônico da Petlove,
disponível aos clientes do plano de saúde, 13% dos pets assistidos pela
iniciativa têm diabetes.
A diabetes mellitus é uma doença
endócrina crônica caracterizada pela hiperglicemia persistente, que é quando a
taxa de glicose no organismo se mantém elevada.
Além da predisposição genética,
outros fatores como o sobrepeso, o sedentarismo e o uso de corticoides, que
estimulam a produção de glicose, também podem contribuir para o desenvolvimento
da doença.
Tanto em pets quanto em humanos,
a doença pode ser resultado da falta de produção de insulina ou da incapacidade
do corpo de utilizar esse hormônio de forma eficaz. Ela é dividida nesses dois
tipos, variando de acordo com a origem da insuficiência de insulina.
Mais comum em cães, a diabetes mellitus Tipo 1 se apresenta por meio da
deficiência na produção de insulina. Fatores como predisposição genética,
lesões pancreáticas (pancreatites) e componentes imunomediados podem contribuir
para o desenvolvimento.
Já nos gatos, é mais comum
a diabetes mellitus Tipo 2, onde há resistência à ação da insulina ou
produção inadequada. A obesidade é um dos principais fatores de risco em
felinos, com gatos obesos apresentando 3,9 vezes mais chance de desenvolver
diabetes do que um com escore de condição corporal ideal.
Curiosamente, embora a
diabetes tipo 2 seja associada à obesidade na maioria dos animais, isso não
acontece com cães. Pesquisa da Universidade Paulista (Unip) identificou que,
mesmo utilizando parâmetros completos para identificar a obesidade canina, cães
obesos não apresentaram hiperglicemia ou diabetes.
Sinais de alerta
Identificar a diabetes
precocemente é crucial para um bom prognóstico. Os sinais clínicos mais comuns
tanto no cachorro quanto no gato incluem aumento da quantidade de urina, o
consumo excessivo de água, as mudanças de apetite e o emagrecimento
progressivo.
Em felinos, cerca de 10% podem
desenvolver neuropatia diabética, manifestada por limitação na capacidade de
saltar, fraqueza dos membros posteriores e postura plantígrada. Já em cães, a
catarata súbita é um sinal de alerta.
“Em estágios mais avançados, a
diabetes pode levar a complicações graves, como cetoacidose diabética,
infecções urinárias, catarata com evolução até a cegueira e neuropatia, além de
fraqueza severa. O diagnóstico correto e profissional é essencial, pois o
início do tratamento em estágio inicial ajuda a evitar o agravamento dos
sintomas”, explica Pedro Risolia, médico-veterinário da Petlove.
Tratamento
A diabetes é uma doença crônica que, embora não tenha cura, possui um
prognóstico positivo com o tratamento adequado e o compromisso do tutor. O
objetivo principal é controlar a hiperglicemia e melhorar a qualidade de vida
do pet.
“Para gerar melhores condições de
vida ao pet e garantir seu bem-estar, é fundamental seguir o protocolo indicado
pelo profissional veterinário, que pode prescrever aplicação de insulina,
recomendar atividade física no dia a dia do animal, montar uma dieta adequada e
orientar o controle de possíveis infecções secundárias”, recomendu
Risolia.
Propensão
A diabetes afeta principalmente cães e gatos de meia-idade a idosos, com uma
média de idade de cerca de 10 anos no diagnóstico.
Em felinos, os machos são estatisticamente
mais acometidos do que as fêmeas. A obesidade é o fator de risco mais
significativo, independentemente da raça.
Em cães, a doença é
predominantemente diagnosticada em fêmeas, representando 67% dos casos em um
estudo retrospectivo. A predisposição está frequentemente associada a fatores
hormonais, como a progesterona. Além disso, as raças Malamute do Alaska, Golden
Retriever, Keeshounds, Spitz, Whippet, Pulik, Cairn Terrier, Schanauzer,
Pinscher Miniatura e Sem Raça Definida (SRD ou vira-lata) são mais propensas a
desenvolver diabetes.
Fonte: Folha de Pernambuco.
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