A política brasileira vive tempos
de muitas distorções da realidade, negação de fatos e narrativas criadas com a
intenção de manipular a população. Para que um grupo de pessoas acredite apenas
no que diz um indivíduo e seu entorno, a estratégia usada é descredibilizar
todo o resto. É tão somente uma forma de controlar os apoiadores, deixando-os
limitados a acreditarem apenas nas informações passadas por aquele grupo.
A imprensa inteira mente e é
vendida, afirmam os usuários desse método. O Poder Judiciário não é honesto e
persegue, defendem. Se perdem a eleição, culpam as urnas e tentam fazer crer
que elas não são confiáveis. É tudo tática.
Nesses tempos, o trabalho do
jornalismo profissional é ainda mais fundamental para combater a realidade
paralela instalada em bolhas absolutamente dominadas pelas falsas narrativas,
impulsionadas, em sua maioria, pelas redes sociais e grupos de WhatsApp. É
preciso reafirmar os fatos exatamente como eles aconteceram, para tentar abrir
os olhos da população, expondo o perigo de se deixar ludibriar.
Dito isso, vamos aos fatos como
eles são: o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) responde, desde março, a um
processo criminal no Supremo Tribunal Federal (STF), junto com outros sete
réus, por tentativa de golpe de Estado. A denúncia foi apresentada pela
Procuradoria-Geral da República (PGR) e aponta cinco crimes.
São eles: tentativa de abolição
violenta do Estado Democrático de Direito; tentativa de golpe de Estado;
participação em organização criminosa armada; dano qualificado; deterioração de
patrimônio tombado. O processo está na fase de alegações finais, que é a última
etapa antes do julgamento, no qual será decidido se o grupo será condenado ou
absolvido. O julgamento deve começar em setembro.
Por conta da proximidade do
julgamento e com toda a robustez dos processos e da investigação, Bolsonaro,
seus filhos e os políticos que dependem da imagem deles estão agitados. Jair
Bolsonaro sabe que o resultado para ele nesse julgamento não vai ser bom. Ele
sabe o que fez e tem consciência do quão grande é a chance de ser condenado e
preso, perdendo os privilégios da vida boa que sempre teve sendo político há
quase quatro décadas.
Bolsonaro também sabe que todas
as garantias fundamentais e direitos dele estão sendo preservados. Ele tem
direito ao contraditório e à ampla defesa, e os julgamentos são públicos. O
depoimento do capitão junto ao ministro Alexandre de Moraes (STF) foi
transmitido em todo o Brasil e ele ainda convidou o ministro para ser seu
vice-presidente.
O que resta é tumultuar – Se
Jair Bolsonaro sabe tudo que fez e que as consequências agora batem na porta,
por qual motivo tenta instalar uma atmosfera de perseguição, inclusive se
fazendo de vítima para outros países? A resposta é simples: a casa caiu e o que
resta para ele é tumultuar o Brasil e eleger gente com esse mesmo discurso de
vítima. O ex-presidente e seu grupo não são vítimas de nada, tampouco
perseguidos. Apenas não contavam com a reação das instituições à tentativa de
golpe.
Fonte: Blog do Magno.
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