Autoridades, lideranças políticas
e representantes estudantis se reuniram no Salão Nobre da Faculdade de Direito
do Recife (FDR/UFPE) na noite desta quarta-feira (31) para protestar contra as
sanções econômicas impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados
Unidos, Donald Trump, que passam a vigorar no dia 6 de agosto. O “Ato em Defesa
da Soberania Nacional e das Instituições Republicanas” também buscou reafirmar
a independência do país diante de pressões internacionais.
O ato teve início com a leitura
pública da Carta da Praça Adolfo Cirne, assinada por representantes da FDR e da
UFPE, que denuncia "qualquer interferência estrangeira em nossas questões
internas" e rechaça "agressões ou submissão unilateral a exigências
descabidas de nações estrangeiras".
A carta também defende o papel
das universidades como espaços plurais de pensamento e reafirma a importância
da Constituição de 1988 como fundamento da democracia brasileira.
O vice-reitor da UFPE, Moacyr
Araújo, classificou as sanções norte-americanas como “uma iniciativa fascista
de um governo de extrema-direita” e afirmou que o Brasil não aceitará interferências
externas. “Nosso país já atingiu um patamar de solidez democrática que não
permitirá ingerência desse tipo. O Congresso, no entanto, está aquém do que
deveria. Faltou uma resposta à altura de sua responsabilidade institucional”,
disse.
Já o diretor da FDR, Torquato
Castro Júnior, defendeu o papel das universidades na formação crítica dos
jovens e fez um alerta: “Precisamos chamar atenção para a gravidade do momento.
Isso não é um jogo para principiantes. Está em curso uma tentativa de
enfraquecimento do país por meios obscuros e virulentos”.
Representando a União Nacional
dos Estudantes (UNE), Everton Simão, que cursa Biblioteconomia na UFPE, lembrou
que a mobilização estudantil está apenas começando: “A gente voltou às ruas
para disputar a política e defender o Brasil. Retomar os símbolos do país, como
a bandeira e a camisa da seleção, é uma forma de mostrar que eles pertencem ao
povo, não a projetos de submissão”.
Também participaram da
manifestação autoridades como o reitor da UFPE, Alfredo Gomes; a vice-diretora
da FDR, Antonella Galindo; a presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella; o deputado
federal Carlos Veras (PT), a deputada estadual Dani Portela (Psol) e a
ex-deputada Marília Arraes (SD).
Mobilização segue nesta sexta
(1ª)
Aberto ao público, o ato foi
organizado pela UFPE em conjunto com a FDR, e integra as mobilizações nacionais
convocadas por entidades como a CUT, a Frente Brasil Popular e a UNE. Esta foi
a segunda mobilização no Recife, nesta semana, contra o tarifaço e em defesa da
soberania brasileira.
A agenda se estende nesta sexta
(1º), com novo ato pelas ruas do Recife, no chamado Dia Nacional de Mobilização
pela Soberania Brasileira, organizado por sindicatos e movimentos populares. A
concentração será a partir das 15h30, na Praça do Derby, com caminhada até a
Ponte Duarte Coelho, no centro da capital pernambucana.
Fonte: Diário de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário