Pernambuco é o estado com a maior
taxa de vítimas de homicídios dolosos do país, segundo o Anuário Brasileiro de
Segurança Pública 2025, divulgado nesta quinta-feira (24), pelo Fórum
Brasileiro de Segurança Pública (FBSP). Segundo o documento, que reúne dados de
2024, foram registradas 3.349 vítimas no estado, o equivalente a 35,1 mortes
por 100 mil habitantes.
O índice considera homicídios
dolosos (quando há intenção de matar), mortes decorrentes de intervenções
policiais (como em operações), feminicídios (crimes contra a vida de mulheres
por gênero) e seis casos ocorridos em unidade prisional em 2024. O estado
supera a média brasileira de vítimas de homicídio doloso. A taxa nacional, que
segundo o relatório é de 17,1 mortes por 100 mil habitantes, é duas vezes menor
que a pernambucana.
estado. Em 2023, a taxa era de
37,1 mortes por 100 mil habitantes, com 3.531 vítimas — uma redução de 5,4% na
comparação entre 2024 e o ano anterior.
Especialista em segurança pública
e um dos formuladores do Pacto pela Vida, que vigorou até 2022, o professor do
Departamento de Sociologia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) José
Luiz Ratton avalia que o estado de Pernambuco não conseguiu ainda
institucionalizar uma política de combate à criminalidade.
“Pernambuco volta ao topo do
ranking dos estados mais violentos do Brasil. Com exceção de um curto período
entre 2009 e 2013, quando Pernambuco conseguiu reduzir em 40% os homicídios, o
estado não conseguiu institucionalizar e dar continuidade a práticas, projetos,
programas policiais e não-policiais que reduzam à violência de forma
sustentável e democrática”, disse.
Cidades
Em relação aos municípios, Cabo
de Santo Agostinho e São Lourenço da Mata, ambos no Grande Recife, ocupam 5º e
6º lugar, respectivamente, no ranking das cidades brasileiras com as maiores
taxas de Mortes Violentas Intencionais (MVI). Nesse recorte, a nível nacional,
Pernambuco aparece na quarta posição, com uma taxa de 36,2.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança
Pública 2025, o MVI engloba homicídio doloso, latrocínio (roubo seguido de
morte), lesão corporal seguida de morte e morte por intervenção policial.
O anuário traz também o recorte
de MVI por capitais, incluindo o Distrito Federal. Nele, o Recife aparece como
a terceira capital mais violenta do Brasil, com 39,1 mortes violentas
intencionais por 100 mil habitantes. Salvador (52) e Macapá (44,3) são
apontadas como as mais violentas.
Em nota, a Secretaria de Defesa
Social (SDS) informou que “os dados atuais de 2025 apresentam consistentes
reduções”. A pasta afirma que registra até o momento, “14 meses consecutivos de
queda nas Mortes Violentas Intencionais (MVIs)”.
Afirmam reconhecer “os desafios
que ainda persistem” e declaram que “os avanços já conquistados apontam que
estamos no caminho certo, adotando ações concretas para devolver à população o
direito de viver com mais segurança”.
Dados disponíveis no próprio site
da SDS, conferidos pela reportagem do Diario, na seção “Estatísticas”, um
total de 1.622 MVIs entre os meses de janeiro e junho deste ano, ante os 1.837
casos registrados no mesmo período de 2023, o que de fato aponta uma redução de
11,7%.
Leia a nota na íntegra
Sobre o Anuário Brasileiro de
Segurança Pública, publicado com dados de 2024 comparados a 2023, SDS destaca
avanços alcançados em Pernambuco, nos últimos 14 meses
A Secretaria de Defesa Social de
Pernambuco informa que, embora o Anuário Brasileiro de Segurança Pública,
divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, aponte Pernambuco como o
4º estado mais violento do País em 2024, os dados atuais de 2025 apresentam
consistentes reduções.
Pernambuco vem registrando, até o
momento, 14 meses consecutivos de queda nas Mortes Violentas Intencionais
(MVIs). No primeiro semestre de 2025, a redução foi de 11% em relação ao mesmo
período do ano anterior — o segundo menor índice de homicídios da série
histórica para esse intervalo. Importante ressaltar que esses dados ainda não
estão refletidos no Anuário divulgado, que considera o recorte de 2024.
Reconhecemos, com firmeza e
responsabilidade, os desafios que ainda persistem. No entanto, os avanços já
conquistados apontam que estamos no caminho certo, adotando ações concretas
para devolver à população o direito de viver com mais segurança.
Se observarmos o cenário em que
Pernambuco se encontrava, esses resultados são ainda mais relevantes. Foram
anos sem investimento adequado, com o menor efetivo policial da história,
equipamentos defasados e ausência de um plano estratégico.
Em 2023, esse cenário começou a
mudar com o lançamento do Juntos Pela Segurança (JPS), o maior programa de
segurança pública da história de Pernambuco. Com metas claras, monitoramento
rigoroso e investimentos reais, o JPS está promovendo uma reestruturação
profunda e planejada no sistema de segurança.
Entre as principais ações:
·
Recomposição do efetivo: 2.400 novos policiais
militares estarão nas ruas a partir do próximo mês de agosto. Até 2026, 7 mil
novos profissionais reforçarão as forças de segurança;
·
Renovação de frota: 100% da frota locada foi
substituída, além da aquisição de novos veículos para as operativas;
·
Investimentos em equipamentos: Mais de R$ 53
milhões investidos em coletes, armas, munições e instrumentos de menor
potencial ofensivo;
·
Infraestrutura: Anunciadas as construções de
cinco Complexos da Polícia Científica, oito unidades do Corpo de Bombeiros
Militar de Pernambuco e cinco novos batalhões da Polícia Militar, após mais de
três décadas sem construções de novos prédios para a PMPE.
O Juntos Pela Segurança marca uma
virada de página na política de segurança do Estado, priorizando a integração
entre as forças, a inteligência policial e a preservação de vidas. As reduções
consecutivas da violência em Pernambuco demonstram a capacidade de trabalho das
nossas polícias e o compromisso da gestão com uma política de segurança tratada
como prioridade de Estado — e não apenas de governo. Com responsabilidade,
planejamento e ações sérias, os resultados já estão surgindo e continuarão se
consolidando de forma consistente e duradoura.
Fonte: Diário de Pernambuco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário