A aprovação, pelo governo de
Israel, de mais 22 assentamentos israelenses em território palestino foi
duramente criticada pelo governo brasileiro. Trata-se, segundo o Itamaraty, de
uma “flagrante ilegalidade perante o direito internacional”, repudiado pelo
Brasil.
“O governo brasileiro condena,
nos mais fortes termos, o anúncio pelo governo israelense, realizado no dia 29
de maio, da aprovação de 22 novos assentamentos na Cisjordânia, território que
é parte integrante do Estado da Palestina”, se manifestou por meio de nota
neste domingo (1º) o Ministério das Relações Exteriores.
Mais cedo, durante a convenção
nacional do PSB, em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva leu a nota
emitida pelo Itamaraty e
reiterou as críticas ao que classifica como “genocídio” praticado por Israel
contra os palestinos.
"Essa guerra é uma vingança
de um governo contra a possibilidade da criação do estado Palestino. Por detrás
do massacre em busca do Hamas, o que existe na verdade é a ideia de assumir a
responsabilidade e ser dono do território de Gaza",
afirmou Lula.
“Não é uma guerra entre dois
exércitos equipados. O que vemos é um exército altamente especializado atacando
mulheres e crianças. Isso não é uma guerra. É genocídio”, completou Lula.
Flagrante ilegalidade
De acordo com a diplomacia
brasileira, “essa decisão constitui flagrante ilegalidade perante o direito
internacional e contraria frontalmente o parecer consultivo da Corte
Internacional de Justiça de 19 de julho de 2024”, acrescentou.
A Corte à qual o MRE se refere
considerou ilícita a “contínua presença de Israel no território palestino
ocupado”, e cobra a obrigação de Israel em cessar, imediatamente, quaisquer
novas atividades em assentamentos, além de evacuar todos os seus moradores do
território.
Repúdio
“O Brasil repudia as recorrentes medidas unilaterais tomadas pelo governo
israelense, que, ao imporem situação equivalente a anexação do território
palestino ocupado, comprometem a implementação da solução de dois Estados”,
complementou.
A nota reafirma o “histórico
compromisso” do Brasil com um Estado da Palestina “independente e viável,
convivendo em paz e segurança ao lado de Israel, nas fronteiras de 1967,
incluindo a Cisjordânia e a Faixa de Gaza, com capital em Jerusalém Oriental”.
O anúncio da aprovação dos 22
novos assentamentos judaicos na Cisjordânia ocupada foi dado pelo ministro das
Finanças israelense, Bezalel Smotrich na quinta-feira (29). Smotrich é de
extrema-direita e defensor da soberania de Israel sobre a Cisjordânia.
Fonte: Diário de Pernambuco.


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