Quando os primeiros casos de uma
suposta pneumonia em Wuhan, na China, foram alertados à Organização Mundial da
Saúde (OMS), em 31 de dezembro de 2019, o mundo todo não imaginava o que estava
por vir: uma pandemia causada por um vírus desconhecido e mortal.
Já em 11 de março de 2020, há
cinco anos, a Covid-19 foi caracterizada pela OMS como uma “pandemia”, e tal
título nunca foi revogado. Hoje, com vacinas desenvolvidas e o fim do
isolamento social, a pergunta que fica é: a pandemia de Covid-19 acabou?
Cinco anos de pandemia
Quando diretor-geral da OMS,
Tedros Adhanom Ghebreyesus, declarou que a Covid-19 se caracterizava como uma
pandemia, a estimativa é que 15 milhões de pessoas tenham morrido (direta e
indiretamente) pela doença entre 1º de janeiro de 2020 e 31 de dezembro de
2021.
“Quando o vírus passou do animal
para o ser humano, ele era muito mais grave, pois não estava adaptado a nós.
Agora, a transmissão é inter-humana”, explica Celso Granato, infectologista e
diretor clínico do Grupo Fleury. Somado a isso, o esgotamento do sistema de
saúde e o negacionismo em algumas regiões do globo dificultaram ainda mais a
luta contra a doença.
O isolamento social se
tornou uma dura realidade. A vacina, a esperança para a retomada da vida que
todos conheciam.
Com o desenvolvimento dos
imunizantes, pouco a pouco o número de mortes decaiu, assim como aumentaram as
possibilidades de retomada da vida normal. Em maio de 2023, a
Covid-19 deixou de ser uma Emergência de Saúde Pública de Importância
Internacional, como havia sido decretado em janeiro de 2020.
Saímos da pandemia?
Oficialmente, não. Em entrevista
à CNN, Ethel Maciel, Secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do
Ministério da Saúde, reforça a importância de se diferenciar os conceitos de
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional e de pandemia.
Enquanto o primeiro é um
instrumento administrativo e operacional, o segundo é um conceito
epidemiológico.
Nesse sentido, a remoção da
Covid-19 como uma ESPII, segundo a OMS, está relacionada à tendência de queda
nas mortes, ao declínio nas hospitalizações e internações em unidades de
terapia intensiva relacionadas à doença e aos altos níveis de imunidade da
população ao SARS-CoV-2. Ainda assim, a entidade reforça que a doença
continua sendo categorizada como uma pandemia.
“Naquele momento, tínhamos um
antiviral, vacinas e conhecíamos formas de prevenção e controle da doença.
Então, essa ação administrativa não era mais necessária. Mas a Covid-19
ainda permanece em uma situação pandêmica. Ainda não caminhamos para uma
transição endêmica”, explica Maciel.
Para que isso aconteça, a
Secretária do Ministério da Saúde indica a necessidade de redução do número de
mortes e uma melhor compreensão do comportamento do vírus, seja pela ciência (a
velocidade de suas mutações, a sazonalidade da doença, entre outros aspectos).
A gripe H1N1, por exemplo, foi
considerada uma pandemia entre 2009 e 2010. Ainda assim, a OMS anunciou o fim
da fase pandêmica, apesar da movimentação do vírus a nível mundial, uma vez que
sua circulação se mostrou similar a outros vírus sazonais e de intensidade
reduzida.
Pesquisas sobre o vírus devem
responder essas questões e ajudar a entender melhor como o SARS-CoV-2 se
comporta. Além disso, a vacinação continua sendo fundamental para a prevenção.
Quem deve se vacinar:
- Bebês acima de 6 meses;
- Crianças a partir de 5 anos;
- Grávidas (a partir de 2025);
- Grupos prioritários: pessoas com 60 anos ou mais, pessoas vivendo em instituições de longa permanência (ILPI e RI) e seus trabalhadores, pessoas imunocomprometidas, indígenas vivendo em terra indígena, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores de saúde, puérperas, pessoas com deficiência permanente, pessoas com comorbidades, pessoas privadas de liberdade (≥ 18 anos), funcionários do sistema de privação de liberdade, adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas e pessoas em situação de rua.
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