Uma pesquisa inédita de opinião
pública, realizada pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) nas cinco
regiões do Brasil, traçou o perfil das pessoas que compram antibiótico sem
receita.
O levantamento mostrou que as
farmácias de bairro, com estrutura menor e as que não fazem parte das grandes
redes, compõem os principais locais citados no levantamento para driblar a
prescrição médica, com 27% dos acessos.
O trabalho contou com uma amostra
de 375 pessoas a partir dos 18 anos, com participantes de todas as regiões do
País.
Com a pesquisa, os especialistas ratificam
o pensamento de que aumentar o nível de entendimento da população brasileira
sobre antibióticos é um desafio de saúde pública que exige a atenção das
autoridades sanitárias e da sociedade como um todo.
Ao serem questionados sobre a
frequência que utilizam antibióticos quando estão doente, 30,1% dos
entrevistados responderam que têm por hábito logo tomar o medicamento. Outro
resultado preocupante é que aproximadamente 40% declararam não consultar um
médico antes de tomar essa decisão.
RESISTÊNCIABACTERIANA
Os dados indicam também que mais
da metade dos respondentes (55,5%) desconhece o fato de que há possibilidade do
desenvolvimento de resistência bacteriana aos antibióticos e somente 30,9%
sabem que a classe de medicamento em questão combate somente as bactérias.
Em relação às fontes de referência
mais buscadas quando o assunto é antibiótico, a pesquisa aponta que 80% das
pessoas obtêm informações de profissionais de saúde, médicos e entidades de
saúde. Entretanto, 33,3% procuram se atualizar por meio de redes sociais e
influenciadores digitais, que não são fontes primárias de informação sobre o
tema.
“A pesquisa traz um panorama de
vida real de desinformação e um viés de comportamento que colocam os
antibióticos como uma questão sensível. E isso pode ser atribuído a vários
motivos como: o uso inadequado e indiscriminado que pode levar à resistência
bacteriana; a procura de vários profissionais até conseguirem obter a
prescrição médica; o conceito equivocado de que o antibiótico resolve tudo”,
explica a infectologista Ana Gales, coordenadora do comitê de resistência
antimicrobiana da Sociedade Brasileira deInfectologia.
O RANKING DA AUTOMEDICAÇÃO
A análise mostrou que 24,5% dos
brasileiros usam antibiótico por conta própria uma, ou mais vezes por ano, e
identificou quais são as situações que mais demandam a procura por
antibióticos.
A dor de garganta é o principal
motivo, com 62,4% das citações. Resfriado e gripe, com 26,8%, sinusite, com
18,8%, ardência ao urinar e tosse, com 14,1%. Em seguida, vêm dor muscular
(13,4%) e dor de cabeça, com 12,8% das menções.
Fonte: Jornal do Commercio.
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