A Secretaria Nacional do
Consumidor (Senacon), vinculada ao Ministério da Justiça, solicitou às
plataformas de comércio eletrônico para suspenderem a venda de creatinas
adulteradas.
As notificações foram enviadas em
21 de novembro para as plataformas e as creatinas adulteradas estão sendo
retiradas dos sites de forma gradual.
A creatina é um dos suplementos
alimentares favoritos dos atletas e praticantes de musculação. A substância é conhecida
por seus benefícios para o aumento de força e ganho de massa muscular, além de
potencializar a resistência e a performance física durante os treinos.
A fiscalização tem sido
intensificada pelo Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP), em parceria
com o Conselho Federal de Nutrição (CFN). A ação foi motivada pelo crescente
número de denúncias envolvendo suplementos falsificados ou com rótulos
enganosos.
“Esses suplementos oferecem
riscos à saúde pública, como contaminação por substâncias tóxicas ou
ingredientes não declarados, e por isso é fundamental garantir que os
consumidores comprem produtos seguros e em conformidade com as normas”, afirmou
o Ministério da Justiça.
O secretário-executivo do CNCP,
Andrey Corrêa, afirma que as alterações na composição das creatinas têm um
grande impacto para o consumidor.
“O nosso objetivo é construir um
canal aberto de diálogo com as plataformas de comércio eletrônico para impedir
que elas sejam utilizadas como espaço de vendas de produtos irregulares ou
falsificados, especialmente na área da saúde”, explicou Corrêa.
18 marcas reprovadas em teste
Para determinar quais marcas
deveriam ser retiradas de circulação, a Senacon utilizou como referência
estudos realizados pela Associação Brasileira das Empresas de Produtos
Nutricionais (Abenutri). As pesquisas apontaram creatinas comercializadas no
Brasil que não atendem aos normativos regulatórios vigentes.
Em outubro, a Abenutri
divulgou uma pesquisa revelando que 18 marcas de creatina foram reprovadas
por apresentarem discrepâncias entre o teor de creatina indicado no rótulo e a
quantidade efetivamente encontrada no produto.
Os laudos técnicos produzidos
pela associação apontaram que os produtos não estavam em conformidade com o que
é declarado.
A pesquisa analisou um total de
88 produtos. Das 18 marcas que foram reprovadas, 10 apresentaram uma variação
de 100%, ou seja, continham outras substâncias em vez de creatina. Entre as 10
marcas, cinco pertencem ao mesmo fabricante.
Dicas e como denunciar
O Ministério da Justiça alerta
para que os consumidores fiquem atentos a preços muito abaixo da média, a
rótulos mal redigidos ou a falta de registro da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa).
A pasta recomenda aos compradores
sempre adquirir produtos de fontes confiáveis e denunciar suspeitas de
irregularidades às autoridades competentes.
A presidente do Conselho Federal
de Nutrição, Erika Carvalho, destacou que além de fiscalizar, é essencial
informar a população sobre os perigos associados ao consumo de produtos piratas
ou adulterados.
Caso o comprador identifique
alterações nos produtos, é possível registrar denúncia na Anvisa. Profissionais
da nutrição que recomendam de forma irregular podem ser denunciados pela página
do Conselho Federal de Nutrição.
Fonte: CNN Brasil.
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