A Polícia
Federal confirmou nesta quarta-feira (16) que abriu inquérito no último sábado
(12) para apurar o caso de infecção pelo vírus HIV de seis pacientes
transplantados no Rio de Janeiro. A investigação está em andamento, sob
sigilo. Outras instituições também estão com investigações em andamento. Entre
elas, Polícia Civil, Ministério da Saúde e Secretaria de Saúde do Rio.
Pelo menos
seis pacientes foram identificados como infectados por HIV após receberem o
transplante de rins, fígado, coração e córnea vindos de duas pessoas
portadoras do vírus. Antes, os órgãos foram testados pelo Laboratório de
Patologia Clínica Dr. Saleme (PCS). Porém, as análises laboratoriais
indicaram que os materiais não eram reagentes para o HIV.
Em nota
divulgada hoje, o Ministério da Saúde afirmou que foi notificado da suspeita de
transmissão em setembro, pela Secretaria de Saúde do Rio, e de imediato emitiu
recomendações urgentes à Central de Transplantes do Rio de Janeiro e aos órgãos
de controle.
Entre as
principais recomendações estavam a localização e notificação imediata dos
demais receptores de órgãos e tecidos dos mesmos doadores infectados, com
realização de testes laboratoriais específicos para detecção de HIV,
considerando o possível período de janela imunológica no momento do
transplante.
Também foi
solicitada a notificação dos serviços de hemoterapia fluminense e nacional para
avaliação e monitoramento de qualquer doação de sangue vinda do doador ou
relacionada ao mesmo período, para prevenir a transmissão do HIV e outras
doenças por transfusão de sangue.
Adicionalmente,
o Ministério diz ter reforçado a obrigatoriedade de rastreabilidade total do
processo no laboratório, incluindo identificação de lotes e períodos de janela
imunológica, que é o tempo entre a exposição ao vírus e a produção de
anticorpos suficientes para serem detectados por testes.
O Ministério
da Saúde ratificou também que a segurança dos receptores de transplantes e de
sangue, assim como a integridade do Sistema Nacional de Transplantes e da Rede
de Sangue e Hemoderivados, são prioridades absolutas da pasta.
Na
sexta-feira, o Ministério da Saúde tinha classificado a transmissão do HIV por
meio de transplantes de órgãos como grave e manifestou irrestrito apoio
aos pacientes e suas famílias. A própria ministra da Saúde, Nísia
Trindade, determinou que os pacientes infectados por HIV, bem como seus
contatos, recebessem total apoio e atendimento especializado do SUS.
Diante da
situação, na sexta-feira, o Ministério da Saúde solicitou a interdição cautelar
do Laboratório PCS Saleme/RJ. A pasta determinou ainda que a testagem de todos
os doadores de órgãos no Rio de Janeiro volte a ser feita, exclusivamente, pelo
HemoRio, utilizando o teste NAT, produzido pela Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz).
Fonte: Jornal do Commercio.
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