Imagem: Andre Borges/Agência Brasil |
O recente
aumento do número de casos de pessoas diagnosticadas com febre Oropouche em
Pernambuco e o possível caso de infecção de um feto que teria morrido por conta
doença fez a Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) emitir um alerta sobre
os cuidados que as gestantes devem ter. Uma nota técnica foi divulgada no site
da o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco
(Cievs-PE) nesta quarta-feira (17).
O documento
foi elaborado pelas gerências de Atenção à Saúde da Mulher (Geasm) e Atenção à
Saúde da Criança e do Adolescente (Geasc) da pasta. O texto informa que a febre
Oropouche “é uma doença conhecida no Brasil desde os anos 60, responsável
por epidemias no estado do Pará, na Região Norte do país. É uma arbovirose
descrita na literatura como uma doença de evolução benigna, mesmo em casos
graves (Da Rosa, 2017) e é transmitida pelo inseto conhecido como maruim,
Culicoides spp, e causadora de quadro semelhante a outras arboviroses”.
O documento
destaca que é possível que o vírus se transmita de forma vertical e que ainda
não há evidências de que ele seja o responsável pela morte do feto que tinha 30
semanas. O caso aconteceu no município de Rio Formoso, na Zona da Mata.
“Apesar da
febre Oropouche ser uma doença autolimitada, seus efeitos durante a gravidez
não são totalmente compreendidos, o que gera a necessidade de monitoramento
cuidadoso e gestão adequada”, informa a nota técnica.
Entre as
orientações feitas pela Secretaria de Saúde estão:
· Uso de
repelentes nas áreas expostas (não cobertas por roupa). No caso de
gestantes,
crianças e idosos, recomendam-se produtos à base de N, NDietil-meta-toluamida
(DEET), icaridin ou picaridin e IR 3535 ou EBAAP
(BVS, 2022).
Recomenda-se evitar o uso de fórmulas caseiras;
· Uso de
roupas compridas de cor clara;
·
Mosquiteiro e telas;
· Inseticida
e larvicida;
· Vedação e
lavagem de caixas d’água e outros recipientes;
· Colocação
de garrafas emborcadas;
· Limpeza de
quintal;
· Limpeza de
calhas;
· Descarte
de lixo em sacolas fechadas e local adequado;
“A gente
ressalta que as arboviroses ao adoecerem pessoas com útero gestantes podem
trazer complicações, merecendo este grupo um acompanhamento próximo,
principalmente nas situações de vulnerabilidade. Não há tratamento antiviral
específico, sendo o manejo sintomático. Os impactos gerados pelo adoecimento
podem atingir o binômio gestante e feto, o que aumenta os desafios na Saúde
Pública”, alertou a médica ginecologista, gerente da Geasm, Cleonúsia
Vasconcelos.
A nota
técnica também destaca que os profissionais de saúde devem estar atentos em
orientar a população sobre os sintomas para que as pacientes se dirijam para a
unidade de saúde mais próxima para ser submetida a exames e medicações. Entre
os sintomas que devem ser observados estão febre súbita, mal-estar, dor de
cabeça, dor retro-ocular, dor abdominal intensa, manifestações hemorrágicas,
entre outros.
Os
profissionais de saúde devem embasar o diagnóstico de confirmação laboratorial
da doença, com a realização de testes moleculares (RT-PCR), uma vez que os
sintomas fisiológicos da gravidez podem mascarar e retardar o diagnóstico de
gravidade da doença.
A pessoa com
útero e que estiver grávida, mas sem apresentar riscos, deve ser submetido a
acompanhamento ambulatorial, repousar, manter-se hidratada, solicitar
hemogramas e ficar em monitoramento por até 48h até a febre baixar. Caso a
gestante tenha risco, é necessário realizar o internamento.
Reportagem de Adelmo Lucena para o Diário de Pernambuco.
Disponível em: https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2024/07/ses-emite-nota-tecnica-sobre-cuidados-em-gestantes-com-febre-oropouche.html
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