No Cerrado, os focos passam
de 12 mil, quase um terço a mais do que em 2023, atingindo áreas de expansão
agrícola no país e relacionando os incêndios ao desmatamento. Em Corumbá, no
Mato Grosso do Sul, quase 1.300 focos deixam os habitantes alardeados com a
fumaça. O governo estadual decretou situação de emergência, após mais 600 mil
hectares queimados no Pantanal, sendo 480 mil no MS, e quase 150 mil no Mato
Grosso. Voluntários participam dos esforços para conter o fogo, e também ajudam
as populações afetadas pelo desastre ambiental que se transforma, de imediato,
em desastre econômico e social. O território brasileiro reflete o momento de
crise ambiental. Na Amazônia, as queimadas são as mais intensas em 20 anos,
também com mais de 12 mil focos no semestre, em aumento de 76% em relação ao
mesmo período do ano passado. E os números altos não são novos – em 2003 e
2004, a solo amazônico já tinha sido queimado em mais de 14 mil focos, no
primeiro semestre desses dois anos. Estudo divulgado pelo jornal The Washington
Post, dos Estados Unidos, mostra que os incêndios florestais dobraram em
frequência e intensidade, nas últimas duas décadas, em todo o planeta. Além de
arder na atmosfera, a superfície da Terra literalmente queima. Os incêndios na
Austrália em 2019 e 2020 foram dados como exemplos do novo cenário florestal. E
desde 2017, os focos têm piorado em escala global, de acordo com a análise da
publicação “Nature Ecology & Evolution”. A mudança climática é apontada
como fator causador do agravamento dos incêndios, que ainda contribuem para
piorar o clima, lançando mais carbono na atmosfera. Baseado nos dados de
satélites, o estudo alarmou os pesquisadores, que não esperavam uma diferença
tão drástica. Os grandes incêndios são difíceis de controlar, e provocam
extensos prejuízos que se prolongam por muito tempo depois que o fogo vira
cinzas. Atualmente, estima-se que algumas dezenas de milhões de residências
norte-americanas encontram-se em risco de serem afetadas pelos incêndios. A
influência das mudanças climáticas se dá devido ao tempo mais quente e seco,
proporcionando condições ideais para a geração e a ampliação dos focos. Essa
mesma causa serve para o caso brasileiro, e outras partes do mundo. Com a terra
pegando fogo, segundo os cientistas, o clima poderá remodelar o planeta e a
vida que se abriga nele – em um prazo menor do que podemos imaginar.
Fonte: file:///C:/Users/SuperUsuario/Downloads/Jornal%20do%20Commercio%20(25_06_24)%20(1).pdf
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