A Terra pegando fogo.

Aumento dos incêndios florestais nas últimas duas décadas também pode ser consequência das mudanças climáticas, ameaçando a biodiversidade. O termômetro do planeta continua mostrando elevadas temperaturas, em ondas de calor que matam seres vivos e condições climáticas que suscitam grandes incêndios florestais, em quantidade recorde. No Brasil, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) revela que o Cerrado e o Pantanal registraram, no primeiro semestre, o maior volume de focos de incêndio desde 1988 – portanto, em mais de três décadas. No Pantanal, foram mais de 3 mil focos no período, 22 vezes o número do ano passado. 





No Cerrado, os focos passam de 12 mil, quase um terço a mais do que em 2023, atingindo áreas de expansão agrícola no país e relacionando os incêndios ao desmatamento. Em Corumbá, no Mato Grosso do Sul, quase 1.300 focos deixam os habitantes alardeados com a fumaça. O governo estadual decretou situação de emergência, após mais 600 mil hectares queimados no Pantanal, sendo 480 mil no MS, e quase 150 mil no Mato Grosso. Voluntários participam dos esforços para conter o fogo, e também ajudam as populações afetadas pelo desastre ambiental que se transforma, de imediato, em desastre econômico e social. O território brasileiro reflete o momento de crise ambiental. Na Amazônia, as queimadas são as mais intensas em 20 anos, também com mais de 12 mil focos no semestre, em aumento de 76% em relação ao mesmo período do ano passado. E os números altos não são novos – em 2003 e 2004, a solo amazônico já tinha sido queimado em mais de 14 mil focos, no primeiro semestre desses dois anos. Estudo divulgado pelo jornal The Washington Post, dos Estados Unidos, mostra que os incêndios florestais dobraram em frequência e intensidade, nas últimas duas décadas, em todo o planeta. Além de arder na atmosfera, a superfície da Terra literalmente queima. Os incêndios na Austrália em 2019 e 2020 foram dados como exemplos do novo cenário florestal. E desde 2017, os focos têm piorado em escala global, de acordo com a análise da publicação “Nature Ecology & Evolution”. A mudança climática é apontada como fator causador do agravamento dos incêndios, que ainda contribuem para piorar o clima, lançando mais carbono na atmosfera. Baseado nos dados de satélites, o estudo alarmou os pesquisadores, que não esperavam uma diferença tão drástica. Os grandes incêndios são difíceis de controlar, e provocam extensos prejuízos que se prolongam por muito tempo depois que o fogo vira cinzas. Atualmente, estima-se que algumas dezenas de milhões de residências norte-americanas encontram-se em risco de serem afetadas pelos incêndios. A influência das mudanças climáticas se dá devido ao tempo mais quente e seco, proporcionando condições ideais para a geração e a ampliação dos focos. Essa mesma causa serve para o caso brasileiro, e outras partes do mundo. Com a terra pegando fogo, segundo os cientistas, o clima poderá remodelar o planeta  e a vida que se abriga nele – em um prazo menor do que podemos imaginar. 

Fonte: file:///C:/Users/SuperUsuario/Downloads/Jornal%20do%20Commercio%20(25_06_24)%20(1).pdf


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