Recife faz campanha contra o feminicídio e espalha bancos vermelhos pela cidade

Com o objetivo de conscientizar a população recifense sobre as agressões sofridas por mulheres, a Prefeitura do Recife se junta ao Movimento Banco Vermelho. 


A campanha é feita por  de bancos vermelhos instalados em praças públicas e shoppings da cidade.

 Cada banco traz uma mensagem diferente de reflexão sobre o tema, incentivando as pessoas a sentar, refletir e, em seguida, levantar e agir.

O lançamento oficial da ação será feito neste sábado (25), a partir das 15h, no Marco Zero do Recife, com a inauguração de um banco gigante e participação especial da cantora Nena Queiroga. 

Os outros bancos vão ser espalhados pela cidade em locais como Praça Tiradentes, Rua da Moeda, Rua da Aurora, Morro da Conceição, comunidade Entra a Pulso, UR1, Parque 13 de Maio, Praça Chora Menino, Praça Jardim São Paulo, Sítio Trindade, Praça Oswaldo Cruz e Parque do Caiara. 

Cada banco terá um QR Code que leva ao instagram do Movimento @bancovermelho, contendo informações sobre o projeto, canais de ajuda para vítimas e canais de denúncia, além de listar os apoiadores da causa.

O Banco Vermelho é um projeto internacional de enfrentamento ao feminicídio que teve início na Itália em 2016 e se expandiu globalmente, com bancos instalados em diversos países, incluindo Espanha, Áustria, Austrália e Argentina.

“Nestes 21 dias de ativismo pelo fim de todas as formas de violência contra as mulheres, por compreender que esta é uma luta de toda a sociedade, acreditamos na força da união de todas e todos para a construção de uma cidade mais segura”, afirma a secretária da Mulher do Recife,  Glauce Medeiros.

Origem da campanha

A campanha, que se iniciou no dia 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, surgiu a partir de um  movimento internacional que começou em 1991.

Mulheres de diferentes países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres (CWGL), iniciaram uma campanha com o objetivo de promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. 

A data é uma homenagem às irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como Las Mariposas, assassinadas em 1961 por integrarem a oposição ao regime do ditador Rafael Trujillo, na República Dominicana.

“Transformar o luto em luta foi o que nos motivou a trazer esse movimento para o Brasil. Essa é uma luta de todos nós. E pretendemos rodar o Brasil através da ocupação urbana e de ações de prevenção”, mencionou Andrea Rodrigues, responsável por trazer o Movimento para o Brasil.

Importunação sexual 

No dia 6 de novembro, a prefeita em exercício, Isabella Roldão, assinou uma lei municipal que estabelece o “Protocolo Violeta”. 

Com isso, será criada uma rede de enfrentamento à importunação sexual nos espaços de lazer noturnos, prevenindo e enfrentando a violência contra as mulheres.

São princípios do Protocolo Violeta: a atenção à pessoa em situação de violência, o respeito às decisões dessa pessoa, a repreensão à atitude do agressor e o distanciamento da pessoa em situação de violência, além da garantia da privacidade e da presunção de inocência da pessoa em situação de violência.

Os estabelecimentos vão precisar adotar ações tais como promover formação aos seus funcionários sobre como proceder em casos de violência e importunação sexual, e formação sobre igualdade de gênero e respeito à diversidade; além disso, deverão garantir o distanciamento entre a pessoa em situação de violência e as pessoa indicada como agressoras, removendo-as do estabelecimento caso necessário.

O documento foi baseado Callem de Barcelona, Espanha. Essa foi a ferramenta que possibilitou a prisão do jogador brasileiro Daniel Alves por estupro.

Dados

O boletim Elas vivem: dados que não se calam, lançado em março deste ano pela Rede de Observatórios da Segurança, registrou 2.423 casos de violência contra a mulher em 2022, 495 deles feminicídios.

Os dados são produzidos a partir de monitoramento diário do que circula nos meios de comunicação e nas redes sociais sobre violência e segurança. 

A maior parte dos registros nos estados que fazem parte do monitoramento tem como autor da violência companheiros e ex-companheiros das vítimas. São eles os responsáveis por 75% dos casos de feminicídio, tendo como principais motivações brigas e términos de relacionamento.

https://www.diariodepernambuco.com.br/noticia/vidaurbana/2023/11/recife-faz-campanha-contra-o-feminicidio-e-espalha-bancos-vermelhos-pe.html

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