Concursos em aberto oferecem vagas com salários de até R$ 27,3 mil.

 

Após dois anos de ritmo lento de abertura de concursos por conta da pandemia da Covid-19, 2022 começa com boas expectativas para quem deseja entrar no serviço público. Oportunidades não devem faltar ao longo do ano para suprir o elevado deficit de vagas em diversos órgãos em todo o país. As carreiras da polícia e do Judiciário são os destaques entre os certames, pagando salários de até R$ 27,3 mil entre os exames confirmados. Essa, aliás, é a remuneração prevista para o concurso da Advocacia-Geral da União (AGU), para preenchimento de 300 vagas de advogados e procuradores.

O ingresso no serviço público passou longe de ser uma das prioridades entre 2020 e 2021. Contudo, especialistas demonstram otimismo com a nova safra de concursos neste ano. "As expectativas em relação aos concursos são muito mais animadoras do que em relação aos últimos dois anos", afirma o professor de Direito Administrativo e Constitucional do IMP Concursos, José Trindade. Ele destaca que a maior parte das incertezas já foi sanada. "Existe uma forma de combater a pandemia, temos um cenário mais seguro. Inclusive, temos até previsões mais seguras quanto ao futuro", explica.

Trindade ressalta os concursos para a área de Segurança como uma das grandes promessas para este ano. De acordo com o professor, o novo cargo de policial penal, com carreira reestruturada em diversos estados nos últimos dois anos, deve ter vários editais em 2022. "Temos o concurso da Polícia Penal do Distrito Federal já com edital iminente. Temos também o concurso de agente administrativo da Polícia Federal podendo sair, além das seleções de agente de custódia da Polícia Civil do DF. E, pelo Brasil afora, há várias polícias civis e militares que, embora muitas delas tendo feito concursos relativamente recentes, continuam com defasagem de quadros".

Novo ciclo
Difícil é achar um concurseiro que não tenha perdido o ritmo de estudo em algum momento de 2021 — com tanto adiamento e suspensão, é natural que o rendimento seja afetado. O ano de 2022, na visão de Trindade, chega para mudar esse ciclo.

"Temos órgãos públicos, de forma cada vez mais intensa, retomando o trabalho presencial. Há editais de concursos que saem com mais frequência. Em 2020 e em 2021, tínhamos um cenário de que até havia editais. Não faltavam concursos, mas as provas eram adiadas indefinidamente, e isso desanimava os candidatos e também os próprios órgãos públicos, porque gerava, muitas vezes, um gasto adicional e uma incerteza nos contratos com as bancas organizadoras", explica o especialista. "Esse cenário [de incertezas] está se dissipando. Temos maiores certezas quanto à possibilidade e à viabilidade de aplicação de provas e quanto às datas dos exames. Então, podemos nos programar com relativa segurança quanto à realização de provas no futuro", acrescenta.
O economista e professor de Finanças Públicas na Universidade de Brasília (UnB) Roberto Piscitelli evidencia que a urgência de contratação de servidores no cenário pós-pandêmico, devido ao represamento de certames, também é positiva e influencia na autorização e abertura de novas seleções públicas. Para ele, entretanto, é importante ressaltar que a retomada de concursos é gradual e não deverá ser imediata.

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