Pazuello afirmou ainda que toda a produção do Butantan
será incorporada ao PNI Plano Nacional de Imunização.
"Toda a produção do Butantan, todas as vacinas
serão a partir desse momento incorporadas ao Plano Nacional de Imunização,
distribuídas de forma equitativa e proporcional a todos os estados, da mesmo
forma que a [vacina] da AstraZeneca".
A Coronavac está no centro da chamada "guerra da vacina" entre o
presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria (PSDB). Em
outubro do ano passado, Bolsonaro desautorizou Pazuello e garantiu que o
governo não compraria o que chamou de "vacina chinesa".
Mas, após críticas de falta de organização no plano de vacinação do governo
federal e da reação de governadores, o imunizante foi incluído no planejamento
do Ministério da Saúde.
Também nesta quinta, o governo paulista informou que a Coronavac atingiu
eficácia de 78% a 100% nos estudos finais realizados no Brasil.
O índice de 78% se aplica à prevenção de casos leves da doença. Casos moderados
e graves foram completamente evitados no estudo, que não registrou nenhuma
morte ou internação de voluntários vacinados infectados.
Doria tem afirmado que pretende lançar a campanha de vacinação no estado em 25
de janeiro. Em coletiva de imprensa, Franco disse que os planos estaduais podem
funcionar como anexos ao programa federal, uma vez que os entes federados devem
distribuir os imunizantes para os municípios.
Pazuello, por sua vez, rebateu as acusações de que o plano de vacinação do
governo Bolsonaro está atrasado e tem gargalos nos seus preparativos.
Além da compra do Butantan, Pazuello informou que o país tem garantidas 212 milhões
de doses da vacina AstraZeneca, que foi a grande aposta do governo federal no
tema.
O ministério ainda prevê ter 42 milhões de doses da Covax facility, consórcio
da Organização Mundial de Saúde que acompanha nove estudos de potenciais
vacinas.
A pasta deve fechar também contrato com a Janssen, braço farmacêutico da Johson
& Johnson. Ele definiu o imunizante como o "melhor negócio" pelo
preço e necessidade de uma dose.
"Mas
infelizmente só nos é oferecido 3 milhões de doses, no segundo trimestre em
diante, em maio. E no segundo, algo em torno de 8 a 10 milhões. Nós compraremos
a Janssen", declarou.
Embora ainda permaneça em negociação com a Pfizer, ele se queixou de exigências
feitas pela empresa nas conversas com o Ministério da Saúde.
O ministro argumentou que a celebração do contrato com o Butantan, que vinha em
negociação, foi possível após a publicação, na quarta (6), de uma MP (Medida
Provisória) que permite a aquisição de imunizantes sem licitação e mesmo antes
do registro do produto na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
"Tem que ficar claro que oferecemos vacina grátis e voluntária, no que
depender do Ministério da Saúde e da Presidência da República, para todos os
brasileiros".
O ministro voltou a apresentar três cenários para o início da vacinação. Disse
que, na melhor das hipóteses, os primeiros brasileiros serão imunizados em 20
de janeiro, caso o registro da Anvisa saia até lá e estejam disponíveis os
estoques do Butantan e da AstraZeneca. Na chamada hipótese média, o início
seria entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro.
E, no pior cenário, de 10 de fevereiro a meados de março, caso o procedimento
de registro e produção tenha "qualquer percalço".
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