Na atual edição de 2020, uma pergunta em ciências da natureza e outra em matemática foram anuladas. Gabarito foi divulgado na última quarta (27).
A edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) teve duas questões anuladas. É a sexta questão
invalidada desde 2009, ano em que o Enem passou por uma reformulação para o
formato atual.
O gabarito oficial do exame foi divulgado nesta
quarta-feira (27) pelo Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). Uma questão em ciências da
natureza e outra em matemática foram invalidadas e não irão computar a nota
final do desempenho do estudante.
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Confira o gabarito do Enem 2020
As provas contêm as mesmas questões para todos os candidatos, mas a
ordem varia conforme a cor do caderno de questões. As que foram anuladas
tratavam da alteração cromossômica no café arábica e de probabilidades em uma
brincadeira de amigo secreto.
As
questões anuladas são:
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Na prova amarela: questões 114 em
ciências da natureza e 141 em matemática
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Na prova azul: questões 135 em ciências
da natureza e 157 em matemática
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Na prova cinza: questões 129 em
ciências da natureza e 156 em matemática
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Na prova rosa: questões 94 em ciências
da natureza e 143 em matemática
Segundo o Inep, "a anulação de um item não compromete o processo de
estimação da nota das participantes. Isso porque o cálculo estatístico da nota
do Enem, de acordo com a metodologia da Teoria da Resposta ao Item (TRI),
considera a combinação da coerência do padrão de resposta com o pressuposto da
cumulatividade, e ainda, as características (parâmetros de complexidade) de
cada item".
A questão de ciências da natureza foi apontada por professores ouvidos
pelo G1 após a aplicação do Enem
2020 como uma das que traziam conflito nas respostas.
Outros motivos podem levar uma questão a ser invalidada. Por exemplo, é
exigido ineditismo (a pergunta não apareceu em outro vestibular) e os professores
contratados pelo Inep têm obrigação de manter sigilo sobre todas as perguntas
formuladas para o Enem.
Essa é a 6ª questão anulada na história do Enem - há o caso de 2011, em
que 14 questões deixaram de valer para um grupo específico de candidatos, os
639 alunos do Colégio Christus, em Fortaleza. A escola antecipou, em apostilas,
questões que foram cobradas no exame nacional.
Veja
abaixo os casos de anulação na história do Enem:
2019
Naquele ano, uma questão de ciências humanas também não
valeu porque já havia aparecido na prova do ano anterior para candidatos com
deficiência visual, o Caderno de Questões Braille e Ledor.
2018
Uma pergunta sobre pena de reclusão por tráfico de drogas no Enem de
2018 já havia sido usada no vestibular da UFPR em 2014. O
Ministério da Educação (MEC) afirmou à época que o erro motivaria uma
investigação, que poderia resultar "em instauração de processos
administrativo, cível e/ou criminal".
"A questão foi elaborada em 2012 para o Inep, por um professor que,
à época, estava vinculado à UFPR. No entanto, posteriormente, em 2013, foi
utilizada no vestibular da própria universidade, para ingresso em 2014, o que
não deveria ter ocorrido", afirmou o ministério.
2016
Naquele ano, por causa da ocupação estudantil em escolas que serviriam
como local de prova, houve duas edições do Enem - uma em novembro, outra em
dezembro. Na segunda aplicação, uma questão de ciências da natureza foi anulada
por incluir um gráfico que possibilitaria mais de uma interpretação.
A pergunta era sobre a concentração de gases responsáveis pelo efeito
estufa na atmosfera, entre 1978 e 2010. Não havia dados incorretos, mas as
escalas dos gráficos poderiam ter dificultado a visualização dos dados.
2011
Catorze questões do Enem foram anuladas para um grupo específico de
candidatos - 639 alunos do Colégio Christus, em Fortaleza. A escola antecipou, em apostilas, questões que foram cobradas no exame
nacional.
Naquele ano, houve uma série de decisões da Justiça sobre a abrangência
do cancelamento das perguntas. Chegou a ser cogitado que os alunos do colégio
cearense fizessem o Enem em uma segunda aplicação da prova, na mesma data das
pessoas privadas de liberdade (Enem PPL).
Depois, a Justiça Federal no Ceará decidiu que as catorze questões
seriam anuladas para todos os candidatos do Enem. Em seguida, veio a
determinação final: o Tribunal Regional Federal da 5ª Região estabeleceu que o
cancelamento das perguntas deveria ocorrer apenas para os estudantes do colégio
cearense.
Em nota publicada pelo MEC, os afetados "sofreriam prejuízos
mínimos", porque a metodologia do exame permite que, mesmo com apenas 166
de 180 questões válidas, a pontuação máxima deles continue sendo de mil pontos.
2009
Na edição de 2009, segundo o Inep, uma pergunta sobre uma tirinha de
história em quadrinhos apresentava duas alternativas corretas.
De acordo com o jornal "O Globo", o MEC sabia, antes da
aplicação do exame, que a questão precisaria ser anulada. Mas a prova já estava
na gráfica e, por isso, a pasta decidiu manter a pergunta e só comunicar seu
cancelamento depois da prova.
Fonte: https://abre.ai/materiaoficialg1enem2021
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