Não são
novas as dúvidas e questionamentos sobre a segurança das urnas utilizadas pela
Justiça Eleitoral nas eleições brasileiras. No pleito de 2018, o tema foi
objeto de ações coordenadas de eleitores e grupos políticos para jogar
suspeição sobre a segurança do sistema e a consequente legitimidade dos
resultados das votações a partir dele. Neste mês, que o Brasil se prepara para
escolher prefeitos e vereadores novamente, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
reafirmou à Agência Brasil que as urnas eletrônicas são seguras e que as
medidas adotadas são transparentes, podendo ser acompanhadas pelos partidos e
outras instituições.
O
secretário de Tecnologia da Informação do TSE, Giuseppe Janino, lembra que as
urnas são empregadas como meio técnico de coleta de votos desde a disputa
municipal de 1996. Ele conta que a iniciativa veio em resposta ao que chamou de
limites a falhas da coleta e apuração humanas. No processo até então, pessoas
votavam em cédulas de papel, que eram colocadas em grandes sacos e depois eram
retiradas para o escrutínio.
“Tínhamos
muita intervenção humana. E quando há intervenção humana temos três
características. Lentidão, prática de erros e possibilidade de fraude pela
manipulação da informação. Houve possibilidade de se transformar um processo
que era lento e cheio de erros e fraudes em um processo célere, com garantia de
integridade e proteção, com rastreabilidade que está ligado à transparência”,
destaca o secretário.
Para
efeito de comparação, dois dias após o término da votação nos Estados Unidos,
as apurações dos votos para presidente e para parte do Parlamento não haviam
sido concluídas. No Brasil os resultados presidenciais são dados horas após o
fechamento das urnas, enquanto os dos estados menores acontecem ainda no mesmo
dia, sobrando poucas Unidades da Federação que concluem no dia seguinte.
Giuseppe
Janino considera a urna eletrônica uma “mudança de paradigma”. A partir do
início do seu emprego o sistema foi sendo aperfeiçoado e foram inseridas novas
funcionalidades. Ele considera que o projeto garante segurança e transparência.
Toda a
tecnologia é desenvolvida no TSE, conforme o secretário. Seis meses antes de
cada eleição o sistema é aberto para que mais de 15 instituições, como partidos
políticos, Ministério Público, Polícia Federal, universidades e entidades de
classe, se habilitem para verificar os programas que serão adotados.
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